Nação Zumbi traz o “Defeito Perfeito” do show ao vivo para o novo clipe; assista
Pedro Antunes
“O trabalho não acaba quando o disco é masterizado”, pontua o baterista Pupillo, do Nação Zumbi, ainda em uma tarde quente de maio, em Brasília, dias antes do lançamento do novo álbum que leva o nome do grupo. Foi o retorno de Pupillo, Jorge Du Peixe (voz), Lúcio Maia (guitarra) e Dengue (baixo) aos estúdios desde Fome de Tudo, lançado em 2007.
Perfil: após flerte com outros projetos, integrantes reativam o Nação Zumbi com disco inédito.
As músicas novas ainda eram colocadas aos poucos no setlist do grupo. Naquele dia, uma apresentação gratuita para comemorar o aniversário da cidade, apenas duas delas foram programadas: o primeiro single, “Cicatriz”, e “Defeito Perfeito”, um hit em potencial que unia peso da percussão já conhecida do Nação com lirismo e poética totalmente novos. E foi “Defeito Perfeito” a escolhida para ser a nova música de trabalho do grupo, com clipe recém-lançado.
Curiosamente, a banda decidiu trazer a força da apresentação do Nação – que é imensa e, se nunca assistiu o grupo ao vivo, uma dica: vá o quanto antes. O vídeo de “Defeito Perfeito” mostra cenas da turnê do grupo com a reunião dos integrantes após um período no qual cada um dedicou-se aos projetos paralelos.
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Na ocasião da entrevista com a Rolling Stone Brasil, publicada na edição 92, em junho deste ano, Pupillo era acompanhado de Du Peixe, momentos antes da passagem de som para a apresentação em Brasília. “Você começa a desenvolver o trabalho no palco”, continua o baterista. “Certamente vamos burilar os arranjos”, previa o músico, também produtor. Du Peixe intervém para concordar com o companheiro de banda, citando justamente a faixa escolhida para o novo single. “A ‘Defeito Perfeito’, no palco, já não é como foi no disco.”
Assista ao clipe:
Ouça Nação Zumbi na íntegra:
Fonte:Rolling Stone Brasil
Ney Matogrosso, Nação Zumbi e Fernanda Takai são atrações do festival Natura Musical, em BH
A capital mineira receberá os shows de Ney Matogrosso, Nação Zumbi e Fernanda Takai no próximo dia 14 de setembro. Eles estarão ao lado de outros 17 artistas como parte do festival Natura Musical, que acontece em três praças de Belo Horizonte, com uma programação de 12 horas de música. A atração principal – que encerrará o evento – será divulgada apenas no mês do festival.
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Os principais shows do Natura Musical acontecem nas praças da Estação e JK. A primeira delas será palco para Ney Matogrosso, Fernanda Takai (com Samuel Rosa), Elba Ramalho (com Mariana Aydar), 5 a Seco, Marcela Bellas (com Juliana Sinimbu), e um show de encerramento ainda não anunciado pela produção do evento.
Edição 92: Após flerte com outros projetos, integrantes reativam o Nação Zumbi com disco inédito, novas ideias e liberdade para falar até sobre temas mais doloridos.
Já a apresentação dos pernambucanos do Nação Zumbi (que tocarão com BNegão) será precedida por Karina Buhr (cantando Secos e Molhados), Felipe Cordeiro (com Luê), Siba (com Chico Lobo) e Vinil é Arte, na praça JK.
Edição 90: Fernanda Takai, quase normal.
Há ainda um palco infantil, localizado na praça da Liberdade, que contará com Érika Machado, Giramundo, Disco Baby (com o DJ Mau Mau e Anderson Noise), e Pequeno Cidadão. O evento acontece no domingo, 14 de setembro, de maneira gratuita, e espera receber 50 mil pessoas.
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Festival Natura Musical
14 de setembro (domingo)
Praças da Estação, da Liberdade e JK – Belo Horizonte, MG
Gratuito
Fonte:Rolling Stone Brasil
“Esquecemos de colocar um adesivo nesse disco: que é para escutar em alto volume”, diz Jorge du Peixe, do Nação Zumbi
Vinte anos após o registro definitivo do movimento manguebeat, o disco Da Lama ao Caos, o Nação Zumbi ressurge com um álbum autointitulado, decorado com novas referências e arranjos bem azeitados. No festival João Rock, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, o grupo pernambucano foi o último a tocar no palco principal do evento, dedicando uma homenagem catártica ao disco aniversariante e dosando a apresentação com novas músicas.
“Não é fácil criar um repertório, uma dinâmica de show, levar em conta a resposta do público”, disse o vocalista Jorge du Peixe à Rolling Stone Brasil, pouco depois de deixar o palco após uma das mais intensas apresentações do João Rock de 2014. “A gente está moldando da melhor maneira, e estamos chegando lá. Estamos tocando cinco do novo disco no show. Mas é difícil intercalar, saber depois de qual música vai ser e tal – assim como é difícil de se fazer a sequência de um disco.”
Em Ribeirão Preto, “Defeito Perfeito”, “Cicatriz” e “Foi de Amor” encontram espaço entre os clássicos da época de Chico Science – como “Manguetown”, que teve a participação de João Barone, baterista do Paralamas do Sucesso – e dos primeiros discos do grupo após a morte do ex-vocalista (a exemplo de “Blunt of Judah” e “Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada”). Segundo du Peixe, foram somente três novas porque os shows em festivais são sempre menores. “A tendência é sete ou oito músicas no decorrer dos ensaios, estrada e tudo mais”.
Tocar no interior
“Esse negócio não existe mais”, afirmou o vocalista, se referindo às possíveis diferenças entre shows e festivais em cidades menores, em relação às metrópoles. “Interior ou capital, as pessoas estão ligadas, devido a uma ferramenta que é a internet, digital. Ela te possibilita tudo, você está aprendendo, está ouvindo tudo. Então não existe isso mais”.
Nação Zumbi
Foram sete anos sem lançar material inédito (desde Fome de Tudo, de 2007). O disco, que já estava pronto em 2012, ganhou novos acabamentos, e depois de dois anos chegou ao mercado. “A gente fica muito inserido durante a produção, e é quando ele fica pronto que você consegue ter um distanciamento”, contou Jorge du Peixe. “Você vê o guri de roupa, vestido – é um filho. Aí você se distancia um pouco dele e vai ouvir com outros ouvidos, e superou nossas expectativas”.
Nação Zumbi foi batizado com o nome da banda para reafirmar a identidade do grupo – fato que du Peixe faz questão de ressaltar nas apresentações recentes. “Ninguém deixou nada para trás. A essência está ali ainda, desde o começo. Eu costumo dizer que é outro endereço do mesmo lugar, isso faz pensar um pouco”. Sobre as novas direções sonoras, como na balada “Um Sonho”, ele é enfático: “Por que ir em um lugar só se você pode ir em vários? É o mote inicial e principal da gente: a diferença”.
“No final, a gente viu o resultado pronto ali e a resposta toda, é satisfação total”, seguiu Jorge du Peixe, “está tendo uma boa reposta do público, a própria crítica falando bem”. Para o vocalista, eles se esqueceram de colocar um adesivo na capa do álbum: “Que é para escutar em alto volume”. Ele explicou: “As pessoas ouvem música hoje em dia nos lugares mais absurdos: micro fones de ouvido, mini speakers de computador. A gente fez um disco para se ouvir alto, em caixas e falantes altos. A melhor maneira de escutar música é assim”.
Fonte:Rolling Stone Brasil