Depois de Alvim, quem mais? | João Supremo
Já me referi a Roberto Alvim em três de minhas colaborações para o G1. Primeiro, em 8 de agosto, a propósito de sua nomeação para cuidar do teatro da Funarte. Segundo, em 12 de novembro, quando ele foi escolhido por Jair Messias Bolsonaro porquê o varão que ia salvar a cultura da pátria. Por término, no término do ano, quando me atrevi a fazer uma projeção zero otimista para nascente 2020 que, mal se inicia, já tem Roberto Alvim sendo outra vez notícia. Agora, para sua desventura.
Porquê já falei de mais deste estranho personagem de nosso mundo inteligente, poupo-o agora. Deixo-o para que aproveite em sossego a merecida aposentadoria compulsória a que foi réprobo por um presidente mal-agradecido. Sim, porque Bolsonaro devia a Alvim, no mínimo, no mínimo, a tentativa de dar à nossa cultura um rumo nitidamente fascistoide.
Manifesto, a vocábulo deve ser empregada com zelo. Fascismo e derivados são termos com que, em universal, o lado de cá xinga o lado de lá, para ser xingado de volta da mesma forma. Fascista, em termos de ofensa, é quem pensa dissemelhante de quem ofende. Mas, na verdade, é um tanto mais sério: política patriótico, antiliberal, antidemocrática, que prevê uso de força para se ter nas mãos todos os segmentos da sociedade. É política que tão mais eficiente quanto mais censurados forem palavras e ideias de quem se opõe a ela.
Pode ser que, até a histórica sexta-feira de 17 de janeiro, soasse porquê xingamento manifestar que o projeto do governo para a cultura fosse, numa vocábulo, fascistoide. Porém, o plágio a Joseph...
Goebbels, um dos ideólogos do nazifascismo, ao som da música de Wagner, o compositor predilecto do Terceiro Reich, partindo do varão ao qual nossa cultura foi entregue com “epístola branca”, nos autoriza a usar a vocábulo.
Porquê, no mesmo dia em que Alvim lembrou Goebbels, Bolsonaro exultou com o indumentária de, “depois de décadas, agora sim temos um secretário de cultura de verdade”, e porquê, já no dia seguinte, sua reação à fala de Alvim só aconteceu depois de muita pressão, de dentro e de fora do país, é de se confiar que o presidente não pense muito dissemelhante.
Por aí, de que adianta especularmos agora sobre quem será o novo secretário de cultura? Regina Duarte ou Dante Mantovani, Carlos Vereza ou um papa evangélico, pouco importa. Seja quem for, com ou sem coincidência retórica, terá de seguir pelo caminhos da arte heroica, patriótico, conservadora, de luta contra ideologias de esquerda, com suas ações amparadas em profunda relação com Deus, a pátria e família, Ou será tudo isso… ou não será zero.
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