Artistas aparecem ao lado de suas “versões” jovens em série de ilustrações
Olhar para o passado não precisa ser um exercício de mera nostalgia – pode ser uma forma de comparar o ontem e o hoje de uma maneira lúdica e artística, como prova essa série de ilustrações que coloca, lado a lado, figuras emblemáticas em suas versões jovens e no presente.
As imagens abaixo foram feitas pelo designer colombiano Fulvio Obregon, que assina como Fulaleo. Em sua página no
Behance ele explica que teve a ideia depois de ver uma montagem feita por uma prima, que colocou lado a lado uma foto atual dela e uma de quando era criança.
“Esse projeto é uma série de ilustrações de celebridades, em que ocupam o mesmo lugar o seu ‘eu’ passado e o seu ‘eu’ atual”, explica o artista. “Cada personagem tem algum detalhe do que tem feito parte de sua essência ao longo da carreira, vida ou profissão.”
O jovem rebelde Mick Jagger conhece sua versão atual – hoje menos adepta a transgressões e sempre de olho nos negócios.
Bill Gates se preocupa atualmente com um mundo melhor, tendo investido em projetos em prol do meio ambiente e contra a pobreza. Mas, no passado, sua principal preocupação era transformar suas ideias em dinheiro.
Nenhum artista pop passou por tantas mudanças físicas quanto Michael Jackson, como mostra a imagem acima.
Paul McCartney, no tempo dos Beatles, não teria imaginado que chegaria à casa dos 70 anos sem o grande amigo e parceiro musical John Lennon, reverenciado aqui.
O Al Pacino de hoje usa um colar fazendo referência a Tony Montana, enquanto o jovem veste uma camiseta do filme Scarface, estrelado pelo personagem, e usa uma faixa na cabeça, estilo que foi adotado por Pacino em tempos recentes.
Fonte:Rolling Stone Brasil
Quadrinista paraibano Shiko fala sobre a HQ Lavagem, influências e da presença feminina em suas obras
As 72 páginas em preto e branco da HQ Lavagem (MINO, R) representam mais de um encontro para o seu responsável. S trabalho do paraibano Shiko é ambientado no mesmo sertão no qual o quadrinista nasceu. Autor da graphic novel Piteco – Ingá (2013), da Maurício de Sousa Produções, o artista criou, em sua obra mais recente, um história de terror com traços realistas e sujos que remetem aos temas e estilos do início de sua curso, porquê responsável de fanzines. Lavagem chega às livrarias porquê possante candidata a estar presente em muitas listas de melhores HQs do ano, no final de 2015.
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Em entrevista à Rolling Stone Brasil, Shiko explicou porquê seu mais novo trabalho marca um retorno às suas origens. “Lavagem tem um sotaque regional muito poderoso. Talvez haja um encontro com um tipo de narrativa e universo mais regionalista. Talvez, em qualquer momento, tenha sido necessário me alongar dessa regionalidade porque se ofídio isso do responsável nordestino, do responsável sertanejo, principalmente. G cobrada uma reportagem daquele universo regional e isso me parecia um limite que eu não queria ter”.
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Com um par anônimo porquê protagonista, a obra mostra a rotina oprimida de uma mulher analfabeta e religiosa envolvida em um caso extraconjugal e o convívio dela com um marido de poucas palavras, que passa a maior secção do tempo na companhia de seus porcos. Esse cotidiano é comovido com a chegada de um misterioso varão de terno pregando a termo de Deus. A HQ é inspirada em um curta-metragem homônimo dirigido por Shiko e lançado em 2011.
“Nas minhas primeiras edições de fanzine, já tinham histórias de terror, que é uma leitura do meu interesse desde sempre”, conta o responsável. Segundo ele, apesar do mesmo título e da trama semelhante à do curta, o trabalho exigiu desafios inesperados: “Foi um quadrinho difícil. De vez em quando eu tinha que parar e deixar passar uns dois dias sem fazer zero, pensando porquê eu poderia fazer. Enfim, é gratificante ver o material impresso agora e, no retorno de quem leu, perceber que as sensações que eu queria fomentar funcionaram”.
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Em seguida ao sucesso de Piteco – Ingá, Shiko lançou outros dois trabalhos, ambos com temáticas recorrentes em suas obras. Em Azul Indiferente do Céu (2013), ele retratou a violência urbana em uma trama sobre a caça a dois jornalistas na Colômbia. Já em Talvez Seja Mentira (2014), o artista desenhou corpos masculinos e femininos em duas tramas eróticas. Lavagem tem aspectos violentos e eróticos, mas Shiko não vê incerteza em relação ao gênero de sua obra.
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“G um quadrinho de terror. S que descobri que é uma coisa muito difícil de se fazer [risos]. A fruição não é linear porquê no cinema, em que você pode colocar um elemento ali que, de repente, assusta. Talvez funcione muito mais parecido com a literatura. Tudo aquilo que é descrito você cria na sua imaginação. E zero assusta mais do que a própria imaginação. No quadrinho você tem que mostrar o que está acontecendo. Então não tem tanto porquê o cinema, nem tão pouco porquê a literatura. Se eu conseguir tensionar a leitura, acho que cheguei no resultado sumo que poderia”, analisa o responsável.
A protagonista feminina de Lavagem dialoga com outros trabalhos de Shiko e com suas opiniões em relação ao debate crescente sobre o papel das mulheres e a presença de um exposição feminista no mundo do entretenimento: “Não são poucas as meninas questionando diversas coisas. Acho que a gente tem a obrigação de observar, escutar e conversar sobre isso com atenção. Acho que finalmente essa conversa está aí e quem ignorar ficou pra trás”. Para exemplificar sua preocupação, ele cita sua tradução para os personagens de Maurício de Sousa em Piteco – Ingá. “Na versão original do Maurício, o Piteco e a Tuga possuem uma relação muito machistinha. Eu não poderia reproduzir aquilo. Tive de transfigurar, manter a base da personagem e a relação conflituosa que ela tem com esse namorado, mas eu não podia manter essa personagem feminina em um papel de que a única coisa que a move é o libido pelo matrimónio”.
Fonte:Rolling Stone Brasil
Explorando a hipocrisia em suas obras, Ron English tem exposição no Rio de Janeiro e faz quadro inspirado no Brasil
“Faça você mesmo”. A simbólica frase explorada pelo punk no universo da música, no fim dos anos 1970, é o mote principal do artista norte-americano Ron English, que ficou famoso por substituir anúncios em outdoors por obras de arte carregadas de ironia e utilizando ícones da cultura pop. Ele já fez trabalhos para músicos como Slash e Pearl Jam, e atualmente possui algumas obras em exposição no Rio de Janeiro – na Caixa Cultural, entre os dias 21 de outubro e 21 de novembro.
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“Eu ficava preso no trânsito, e via todos aqueles outdoors”, conta English, em entrevista por telefone à Rolling Stone Brasil. “Pensei: ‘Se eu trocar todos eles pela minha arte, poderia levar reflexão a algumas pessoas”. Tudo começou na década de 1980, quando ele tinha poucos mais de 20 anos de idade e trabalhava em um estúdio de fotografia em Dallas, no Texas (Estados Unidos). “Peguei todos aqueles papéis que eles iriam jogar fora e, no estúdio, havia uma parede do exato tamanho de um outdoor. Então, após o trabalho, comecei a pintar”.
Demorou apenas uma semana para que o primeiro outdoor da cidade fosse substituído por uma pintura de English – dois bebês mal encarados acompanhados da palavra “luxúria”. “Por um ou dois anos, eu nunca fui preso”, lembra-se. “Então outro artista se juntou a mim e começamos a ter um movimento, e ir a uma cidade diferente por mês (Austin, San Francisco, Houston) para mudar os outdoors”.
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Contudo, a impunidade um dia chegou ao fim – e de maneira curiosa. Após 24 outdoors feitos, em uma época na qual English e companhia usavam disfarces – “algo bem idiota, com certeza” –, uma penitenciária trocou de endereço em Dallas, e os policiais passaram a observar de perto o trabalho dos artistas. “Eles basicamente olhavam pela janela e nos viam fazendo todos aqueles outdoors e usando disfarces e tudo mais. Então, eles foram até lá e nos prenderam”, ele diz: “Parece uma troca justa para mim: passar um tempinho na cadeira em troca de todos outdoors que fiz”.
Após o incidente, English passou a atuar sozinho. “Às 14h de um dia existe um anúncio. E no outro dia, às 14h da tarde, milhares de pessoas estão presenciando sua ideia naquele mesmo outdoor. Nada consegue substituir isso na minha vida. Na internet é possível ter uma noção – e atingir, por exemplo, 50 mil pessoas. Mas, antes da internet, essa foi a única maneira que eu encontrei de fazer com que minha arte chegasse até as pessoas”, explica ele.
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Além das intervenções, English já produziu as capas do primeiro e último disco do ex-guitarrista do Guns N’ Roses, Slash (veja abaixo). Ele também criou bonecos em parceria com o Pearl Jam.

Subvertendo ícones da cultura pop – do Mickey ao McDonalds, de Jesus Cristo a Charles Manson –, English promove uma arte de reflexão: primeiro, chama a atenção do olhar de quem passa pelas ruas; depois, diverte pelo uso de imagens conhecidas de maneira inesperada; por último, a mensagem transmitida (geralmente pessimista) causa certo desespero em relação aos assuntos tratados. A este tipo de produção, deu-se o nome de “popaganda”, e originou o documentário The Art and Subversion of Ron English,dirigido pelo espanhol Pedro Carvajal.
“Milhões de dólares são usados para criar campanhas coorporativas que promovem produtos. E, para mim, o diálogo tem apenas um lado: o quão incrível é o produto, ou o quão sua vida será melhor com ele. Então, penso: ‘Ninguém nunca fala o outro lado porque, quem está financiando não quer que eu conte este outro lado da história’”, diz English.
Exposição no Rio de Janeiro
Entre 21 de outubro e 21 de dezembro, Ron English tem 110 obras expostas na Caixa Cultural do Rio de Janeiro. “A maioria das pessoas me conhecem por fazer intervenções em outdoors e street art, mas existe outro lado meu que tem que ser exposto em galerias”, diz. English esteve no Brasil durante a semana de lançamento, mas disse que não faria nenhum intervenção em outdoors por aqui – “só arte de rua comum”.
Elogiando Os Gêmeos (“eles são os Rolling Stones nos Estados Unidos”), English também criou uma obra inspirada no Brasil (abaixo). A imagem foi inspirada pela ideia de um “efeito borboleta” na América do Sul – na qual uma pequena movimentação em um ladodo mundo pode provocar fenômenos de grande escala em outros locais.
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Ron English – Do estúdio para a rua
De 21 de outubro a 21 de dezembro de 2014 (terça-feira a domingo), das 10h às 21h
Caixa Cultural Rio de Janeiro – Galerias 2 e 3 – Av. Almirante Barroso, 25, Centro
Entrada gratuita
Fonte:Rolling Stone Brasil





