Grammy 2015: Sam Smith rouba a cena e leva quatro gramofones para casa
A noite deste domingo, 8, será inesquecível para Sam Smith. O jovem artista britânico levou pra casa quatro dos seis gramofones para os quais foi indicado – Gravação do Ano (“Stay With Me”), Música do Ano (“Stay With Me”), Artista Revelação e Melhor Álbum Pop Vocal (In The Lonely Hour). Smith foi o maior destaque na cerimônia da 57ª edição do Grammy, que aconteceu em Los Angeles, nos Estados Unidos, e premiou os melhores da música.
O britânico foi o primeiro a receber um prêmio no Grammy 2015. Ele saiu vitorioso da categoria Artista Revelação, derrotando os concorrentes Bastille, Iggy Azalea, Brandy Clark e Haim. Smith fez um discurso protocolar e agradeceu aos pais dele pela vitória. O promissor artista também levou o gramofone pelo Melhor Álbum Vocal Pop (In The Lonely Hour). Novamente, foi breve nos agradecimentos.
Ao ser condecorado com a Melhor Música do Ano por “Stay With Me”, Smith, pela primeira vez, se expôs aos presentes em Los Angeles: “Antes de gravar esse disco, eu estava fazendo de tudo pra fazer minha música fosse ouvida. Eu estava perdendo peso e fazendo coisas esquisitas. Apenas quando comecei a ser eu mesmo, as pessoas passaram a ouvir minhas músicas”.
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O ponto alto da noite de Sam Smith, contudo, ainda estava por vir. Ele bateu fortes concorrentes e ficou com o prêmio mais cobiçado da noite: o Grammy por Gravação do Ano. No agradecimento, ele foi sincero. “Nesse momento tão especial da minha vida, eu quero agradecer ao homem que é o responsável por esse disco. Você partiu meu coração e me deu quatro Grammys”, diz isso sorrindo.
Na parte das atrações musicais, a celebração começou com o show de um “novo” AC/DC, que não contou com duas peças importantes na banda: o guitarrista base Malcolm Young e o baterista Phill Rudd. Mesmo assim, o grupo australiano fez uma apresentação segura na abertura da cerimônia
A performance trouxe a recente “Rock or Bust”, lançada no álbum de mesmo nome, que chegou às lojas no fim do ano passado. Após os solos tradicionais e inflamados do guitarrista principal da banda, Angus Young, o grupo puxou a clássica “Highway to Hell”.
Grammy 2015: veja a lista completa dos ganhadores.
Na plateia, o líder do Foo Fighters Dave Grohl vibrou com as canções, o ex-beatle Paul McCartney mostrou estar se divertindo, e até as cantoras pop Katy Perry e Lady Gaga deram suas demonstrações de reverência ao AC/DC.
Digno de uma apresentação honrosa, o ganhador de 21 gramofones, Kanye West subiu ao palco para apresentar uma nova versão de si mesmo. Substituindo performances enérgicas com pulos, gritos e luzes frenéticas, o rapper surgiu sob um feixe de luz branca e interpretou – com efeitos na voz- a sentimental “Only One”. A canção, primeira parceria entre West e Paul McCartney, é uma homenagem do excêntrico cantor à filha, North West, nascida em 2013.
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Depois foi a vez de Madonna levar a estética do recente clipe de “Living for Love” ao palco do Grammy 2015. A cantora apresentou ao vivo o novo single – que estará no próximo álbum dela, Rebel Heart – vestida de preto e branco e rodeada por dançarinos com chifres de touro.
Como é praxe, a Rainha do pop abusou da sensualidade não apenas no figurino, mas também nas danças e expressões faciais. O costume, de maneira impressionante, parece não perder a validade – mesmo com os 56 anos de idade de Madonna.
O clipe de “Living for Love” foi lançado lançado no fim da última semana, no aplicativo de celular Snapchat. A cantora, entretanto, liberou o vídeo na internet pouco depois – assista aqui.
O refrão pegajoso da canção foi instintivamente entoado por diversos artistas na plateia, incluindo uma empolgada Taylor Swift. Em meio a coros entusiasmados, a performance chegou ao fim com uma Madonna sorridente subindo até o teto do teatro pendurada em um cabo.
Ainda anestesiados pelo furação criado pela Rainha do pop, foi a vez do rock receber os poucos holofotes que lhe restaram no Grammy 2015. Batalhando pelo gramofone de Melhor Álbum de Rock, estavam nomes como Ryan Adams, Black Keys, Tom Petty e U2. O vencedor, entretanto, foi Beck, com o disco Morning Phase.
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“Uau! Quero agradecer aos músicos que trabalharam nesse disco comigo”, disse ele, aparentemente tranquilo, ao receber o prêmio. “Isso foi um trabalho em família, eu trabalho com eles há 20 anos. Os agradeço pela paciência”. Antes de encerrar o curto discurso, Beck também agradeceu à gravadora responsável por lançar Morning Phase, a Capitol Records. Nas premiações menores do Grammy, Beck perdeu a disputa pela Melhor Performance de Rock para Jack White (“Lazaretto”) e Melhor Música de Rock para o Paramore ( “Ain’t It Fun”), ambas com a faixa “Blue Moon”.
Surpreendentemente, após a performance cheia de artifícios visuais, danças e hits apelativos no Super Bowl deste ano, Katy Perry focou seu lado mais sério no Grammy 2015. Ela subiu ao palco para cantar a dramática “By The Grace Of God”, logo depois que uma campanha contra a violência doméstica foi divulgada – incluindo um vídeo com um depoimento do presidente norte-americano Barack Obama.
Grammy 2015: sem Malcolm Young e Phil Rudd, AC/DC abre a premiação tocando “Rock or Bust” e “Highway to Hell”.
Inteira de branco e com os cabelos amarrados, Katy cantou com um semblante rígido, em meio a inserções de fumaça e uma grande sombra atrás dela. A performance contrastou com o clima de entusiasmo e felicidade que dominou a premiação.
Apesar de não priorizar os efeitos e hits da cantora, o número destacou a potência vocal de Katy, frequentemente questionada pela falta de precisão durante os shows. Faixa do disco Prism, “By The Grace of God” se encaixou na ocasião por trazer uma letra que fala diretamente sobre superação.
De volta ao palco, Kanye West encontrou Paul McCartney e Rihanna para divulgar a inusitada parceria deles, que resultou na faixa “FourFiveSeconds”. Assim como no videoclipe, no Grammy 2015 os três atuaram lado a lado: Rihanna e West comandando os microfones e McCartney tocando um tímido violão.
Grammy 2015: Madonna encarna toureira sensual na performance de “Living for Love”.
A faixa – que, após um “estranhamento” inicial, parece já ser devidamente reconhecida – ganhou vida pela primeira vez ao vivo. Com um arranjo muito próximo ao de estúdio, Rihanna se destacou com os vocais firmes, mas não sem emoção. Kanye West não deixou a performance cair, fazendo as entradas pontuais, com a contundência que lhe é comum.
Como se quisesse deixar claro o papel de protagonista, McCartney foi pouco ao microfone (em volume extremamente baixo) e somente balançou a cabeça enquanto cuidava do instrumento acústico. Apesar de ser uma faixa pop otimista, “FourFiveSeconds” foge do protocolo do gênero, sem altas batidas, e anima mesmo com uma tímida percussão. Na plateia, Madonna parecia ser a mais animada com a inusitada performance no palco.
Em mais um momento de duetos no Grammy, Lady Gaga e Tony Bennett não poderiam estar mais entrosados no palco. Eles apresentaram a faixa “Cheek To Cheek” – que dá nome ao recente álbum deles – com chamativa elegância, dividindo o palco, sorrisos e vocais em afinação (quase) perfeita.
Gaga, inclusive, parece estar aproveitando o momento mais “clássico” da carreira. Ela permaneceu praticamente parada durante toda a performance, movimentando o braço esquerdo em danças um tanto esquisitas ao lado de Bennett. A estrela pop também fez questão de reverenciar o parceiro duas vezes durante a curta apresentação.
Se a técnica dos dois vocalistas é incontestável, assim também é com os músicos de acompanhamento. A dupla estava ao lado de guitarrista, bateria, piano e violoncelista, tocando com precisão quase matemática, característica do jazz.
Cheek to Cheek – o disco – venceu o Grammy na categoria de Melhor Álbum Pop Vocal Tradicional. Assista à performance de Gaga e Bennett abaixo.
Com a cerimônia do Grammy 2015 entrando na reta final, Shia Labeouf subiu ao palco empunhando um pedaço de papel com uma carta que Sia escreveu para ele. Em tom corajoso, a produtora pede: “Me dê um soco para que eu pare de chorar”. Em seguida, afirma o oposto: “Me dê um soco pra que eu comece a chorar”.
O que segue é mais uma apresentação teatral da artista. Muitos fãs nunca viram o visto o rosto de Sia e, desta vez, não foi diferente. Mas bem que a cantora consegue se livrar dos pedidos com classe: na noite do Grammy 2015, Sia levou Kristen Wiig ao palco para contracenar com a talentosa Maddie Ziegler.
Em cenário que simulava um apartamento desorganizado, Kristen e Maddie travaram uma confusa batalha por espaço e carícias – deixando o espectador confuso sobre o caráter das personagens. Ao fundo, a voz de Sia ditava o ritmo que as dançarinas deveriam obedecer. Sia abandona o equilíbrio, a proposição de uma linguagem quase esquizofrênica consegue atrair o olhar de todos.
Quando o evento caminhava para o fim, Beck levou um dos prêmios mais cobiçados do Grammy com o disco Morning Phase. Após bater Ryan Adams, Black Keys, Tom Petty e U2 e faturar o gramofone de Melhor Álbum de Rock, o músico deixou para traz Beyoncé (com Beyoncé), Ed Sheeran (X), Sam Smith (In The Lonely Hour) e Pharrell Williams (Girl) no prêmio de Álbum do Ano.
“Deveria haver mais pessoas aqui”, disse Beck, rodeado pelos companheiros de banda. “Gravamos esse disco na minha casa. Agradeço às minhas crianças por me permitirem deixá-los acordados até tarde durante as gravações”. Ele concluiu o segundo discurso dizendo: “Obrigado aos produtores e aos fãs que votaram.”
No momento em que recebeu o prêmio, Beck ainda foi “ameaçado” por Kanye West. O rapper fingiu que faria novamente o que fez com Taylor Swift na premiação VMA de 2009, quando tentou “roubar” o prêmio de Melhor Vídeo Feminino da cantora. Tudo não passou de uma brincadeira.
Algum tempo depois de receber o segundo gramofone da noite, Beck foi acompanhado pelo vocalista do Coldplay, Chris Martin, em uma performance serena de “Heart Is a Drum”, uma das faixas do Ábum do Ano no Grammy 2015, Morning Phase. A breve apresentação foi introduzida por Dave Grohl, vocalista e líder do Foo Fighters.
Com os prêmio entregues, chegou o clássico momento de relembrar os músicos que perdemos no ano anterior. Ao som de Joe Cocker, nomes como Jack Bruce, Johnny Winter, Tommy Ramone, Bobby Womack, Robin Williams, Bob Casale e Kim Fowley foram lembrados. Em seguida, vestida de branco, anunciando o papel icônico na indústria pop, Beyoncé apresentou – acompanhada por um coral – “Take My Hand, Precious Lord”, clássica canção gospel.
Seguindo o tom solene do encerramento da noite, a dupla indicada ao Oscar, John Legend e Common, mostraram o motivo pelo qual conquistaram a nomeação. A canção “Glory”, trilha do longa Selma, tomou conta do teatro com uma melodia intensa intercalada com rimas enérgicas. Foi um encerramento justo para uma noite com momentos memoráveis, sobretudo para um jovem cantor britânico.
Veja a lista de ganhadores:
Gravação do Ano
“Stay With Me” – Sam Smith
Música do Ano
“Stay With Me” – Sam Smith
Álbum do Ano
Beck – Morning Phase
Artista Revelação
Sam Smith
Melhor Álbum Country
Platinum – Miranda Lambert
Melhor Performance Pop
Pharrell Williams – “Happy”
Melhor Álbum Pop Vocal
Sam Smith – In The Lonely Hour
Melhor Álbum Rock
Beck – Morning Phase
Melhor Performance R&B
Beyoncé part. Jay Z – “Drunk In Love”
Melhor Duo Pop/ Performance em Grupo
A Great Big World With Christina Aguilera – “Say Something”
Melhor Álbum Tradicional Pop Vocal
Tony Bennett & Lady Gaga – Cheek To Cheek
Melhor Performance Rock
Jack White – Lazaretto
Melhor Performance Metal
Tenacious D – The Last In Line
Melhor Canção Rock
Paramore – “Ain’t It Fun” – Hayley Williams & Taylor York, autores
Melhor Álbum Alternativo Rock
St. Vincent – St. Vincent
Melhor Performance Rap
Kendrick Lamar – “i””
Melhor Colaboração Rap
Eminem part. Rihanna – “The Monster”
Melhor Canção Rap?
Kendrick Lamar – “i” K. Duckworth & C. Smith, autores
Melhor Álbum Rap
Eminem – The Marshall Mathers LP2
Melhor Performance Tradicional R&B
Jesus Children – Robert Glasper Experiment part. Lalah Hathaway & Malcolm-Jamal Warner
Melhor Canção R&B
Beyoncé part. Jay Z – “Drunk In Love” – Shawn Carter, Rasool Diaz, Noel Fisher, Jerome Harmon, Beyoncé Knowles, Timothy Mosely, Andre Eric Proctor & Brian Soko, autores
Melhor Álbum Urbano Contemporâneo
Pharrell Williams – Girl
Melhor Álbum R&B
Toni Braxton & Babyface – Love, Marriage & Divorce
Melhor Álbum Instrumental Contemporâneo
Chris Thile & Edgar Meyer – Bass & Mandolin
Melhor Álbum Eletrônico/Dance
Aphex Twin – Syro
Melhor Gravação Dance
Clean Bandit part. Jess Glynne – “Rather Be”
Melhor Coletânea para Trilha-Sonora
Frozen – Kristen Anderson-Lopez, Robert Lopez, Tom MacDougall & Chris Montan, produtores
Melhor Trilha-Sonora Original
Grande Hotel Budapeste – Alexandre Desplat, compositor
Melhor Canção para Trilha-Sonora
“Let It Go” de Frozen – Kristen Anderson-Lopez & Robert Lopez, autores (Idina Menzel)
Melhor Performance Country
Carrie Underwood – “Something In The Water”
Melhor Duo/Performance Grupo Country
The Band Perry – “Gentle On My Mind”
Melhor Canção Country
“I’m Not Gonna Miss You” – Glen Campbell & Julian Raymond, autores (Glen Campbell)
Melhor Álbum Bluegrass
The Earls Of Leicester – The Earls Of Leicester
Melhor Performance Roots Norte-Americano
Rosanne Cash – “A Feather’s Not A Bird”
Melhor Canção Roots
Rosanne Cash – “A Feather’s Not A Bird”
Melhor Álbum Americana
Rosanne Cash – The River & The Thread
Melhor Álbum Folk
Old Crow Medicine Show – Remedy
Melhor Videoclipe
Pharrell Williams – “Happy”
Melhor Composição Instrumental
John Williams – “The Book Thief”
Melhor Arranjo Instrumental ou A Cappella
Pentatonix – “Daft Punk”
Melhor Arranjo, Instrumental e Vocal
Billy Childs – “New York Tendaberry”
Melhor Pacote de Gravação
Pearl Jam – Lightning Bolt – Jeff Ament, Don Pendleton, Joe Spix & Jerome Turner, diretores de arte
Melhores Notas de um Álbum
Ashley Kahn, John Coltrane – Offering: Live At Temple University
Melhor Engenharia de Som, Não Clássico
Beck – Morning Phase – Tom Elmhirst, David Greenbaum, Florian Lagatta, Cole Marsden Greif-Neill, Robbie Nelson, Darrell Thorp, Cassidy Turbin & Joe Visciano, engenheiros; Bob Ludwig, engenheiros de som
Melhor Álbum Surround Sound
Beyoncé – Beyoncé – Elliot Scheiner, engenheiro de mixagem; Bob Ludwig, engenheiro de mixagem; Beyoncé Knowles, produtora de mixagem
Fonte:Rolling Stone Brasil
Festival MPB: parceria inédita entre Gilberto Gil e Marisa Monte rouba a cena na estreia do evento
Um time de verdadeiras estrelas da música brasileira desfilou pelos dois palcos armados no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, neste sábado, 13, como atrações da primeira edição do Festival MPB. Idealizado pelos empresários Carla Bensoussan, Flora Gil, Juliana Cavalcanti e Augusto Acioli, o evento pretende se estabelecer como a marca registrada da temporada de verão no Recife.
A ideia surgiu após o grupo constatar que a região é carente de festivais do gênero. Além disso, Olinda e Recife são cidades que recebem um grande número de turistas nessa época do ano. A infraestrutura local também foi um fator que fez os investidores escolherem a capital pernambucana em detrimento de outras cidades do nordeste.
Entre as oito atrações escaladas para sábado, o destaque, sem dúvida, ficou por conta do encontro inédito entre Gilberto Gil e Marisa Monte. Com um show “Gil & Marisa”, preparado exclusivamente para o Festival MPB, a dupla encantou o público com os maiores hits do repertório de cada um deles.
Antes de subir ao palco, Marisa Monte usou as redes sociais para falar sobre a parceria com Gil: “Há alguns meses fui convidada para um encontro musical com o Gilberto Gil. Foi uma noite mágica, em que, pela primeira vez, pude escutar o Gil, com o violão no colo, tocar alguns dos sambas magistrais do repertório do João que ele havia acabado de gravar no seu então inédito Gilbertos Samba”.
Em cena, a sintonia entre a dupla é visível. Ao som de faixas como “Panis Et Circenses”, de Caetano e Gil, mas que foi regravada por Marisa no disco ao vivo Barulhinho Bom – Uma Viagem Musical, e “Balança Pema”, de Jorge Ben Jor, a dupla encantou o público e supriu toda a expectativa gerada pelo encontro de dois grandes nomes da música nacional, que, mesmo de gerações diferentes, se completam perfeitamente.
Arnaldo Antunes, que havia se apresentado minutos antes, também foi convidado para subir ao palco. Ao lado de Marisa e Gil, ele relembrou os tempos do grupo Tribalistas – que também contava com Carlinhos Brown – e cantou os hits “Velha Infância” e “Passe em Casa”. Giberto Gil, marido de Flora, uma das organizadores do evento, aproveitou para agradecer a atenção dos fãs e afirmar que o Festival MPB foi feito por cada um que consome a música popular brasileira em Pernambuco.
O repertório ainda contou com canções conhecidíssimas do público como a versão de Gil para o clássico “No Woman No Cry”, de Bob Marley, “Esperando na Janela”, de Gil, “Segue o Seco”, gravação de Marisa, e “O Xote das Meninas”, de Luiz Gonzaga. “É uma honra dividir o palco com Gil. Foi uma noite histórica, muito obrigada por esse momento cheio de boas energias”, disse Marisa antes de sair de cena.
Mallu, Marcelo e Fred
Um dos destaques da música brasileira em 2014, a Banda do Mar foi uma das atrações mais aguardadas deste sábado. Com Marcelo Camelo, ex-Los Hermanos, a jovem veterana Mallu Magalhães, e o músico português Fred Ferreira, do Buraka Som Sistema, o trio lançou em setembro um disco homônimo com 12 canções e 44 minutos de duração.
A Banda do Mar mostrou as melhores faixas do primeiro discos de estúdio deles, que estavam na ponta da língua dos fãs próximos ao palco, e também hits da carreira solo de Mallu (“Velha e Louca”) e de Camelo (“Além do Que Se Vê” e “Morena”). “Muito obrigada pela atenção de vocês. Estamos extremamente felizes pro fazer o nosso primeiro show nessa cidade tão bonita”, disse Mallu antes de deixar o palco.
A força da Nação Zumbi
Vinte anos após o registro definitivo do movimento manguebeat, o disco Da Lama ao Caos, o Nação Zumbi ressurge com um álbum autointitulado, decorado com novas referências e arranjos incrementados.
Em casa, canções como “Defeito Perfeito”, “Cicatriz” e “Foi de Amor”, retiradas do disco homônimo lançado em julho deste ano, encontram espaço entre os clássicos da época de Chico Science, morto em 1997, – como “Manguetown”, e dos primeiros discos do grupo após a morte do ex-vocalista (a exemplo de “Blunt of Judah” e “Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada”).
Escolhidos para encerrar a noite, o grupo formado por Jorge dü Peixe (vocal), Lúcio Maia (guitarra), Nino “Dengue” Brócolli (baixo), Pupillo (bateria) e Gustavo da Lua (percussão), fez um show cheio de energia e técnica, que são a marca registrada da Nação Zumbi. No bis, o músico Seu Jorge, que acompanhava a apresentação de pertinho, entrou em cena com uma flauta para os clássicos “Da Lama Ao Caos” e “Quando a Maré Encher”.
Apesar de boa parte do público ter deixado o local após o show de Gil e Marisa, os fãs que permaneceram na arena foram presenteados por uma apresentação irretocável do grupo – que tocando em casa parece ser ainda mais explosivo. O esforço, definitivamente, foi recompensado.
Maria Gadú encerrando um ciclo
Escolhida para inaugurar o palco Recife, a cantora paulista Maria Gadú entrou em cena extremamente emocionada. O motivo: o show que acabara de começar seria o último de uma extensa turnê, que desbravou o país entre 2013 e 2014. Com a voz ainda embargada, ela cantou “O Tempo não Para” e “O Nosso Amor a Gente Inventa”, de Cazuza, canções que fizeram parte do especial “Maria Gadú interpreta Cazuza” – formatado sob a direção de Monique Gardenberg.
“Quero agradecer demais aos meus amigos e irmão de palco que me acompanharam nessa trajetória. Sem eles, eu não estaria aqui hoje. Encerrar um ciclo é sempre um misto de alegria e tristeza, mas todos nós estamos com a sensação de dever cumprido”, disse Gadu, que foi aplaudida com efusão pelo público. No repertório também estavam os hits “João de Barro”, “Linda Rosa” e “Dona Cila”. O destaque ficou por conta de uma cover incrível de “1406”, dos Mamonas Assassinas.
Prata da Casa
No palco “Olinda”, Tibério Azul fez uma apresentação exclusiva do primeiro álbum dele Bandarra, um trabalho que une músicas de pegada pop e arranjos que passam pelo folk, jazz e rock ao sotaque pernambucano.
Em São Paulo, Tibério Azul ficou conhecido por estar à frente do projeto Seu Chico, que resgata a qualidade da música brasileira nas composições de Chico Buarque, criando uma abordagem própria para a obra do cantor. As versões estão presentes no CD e DVD Tem Mais Samba.
Enquanto isso, o veterano grupo Mombojó chegou ao Festival MPB com um novo show, Alexandre, baseado no quinto disco dos pernambucanos, que foi gravado em três cidades diferentes – São Paulo, Fortaleza e Recife, – e masterizado em Londres.
Formado por Chiquinho (teclado), Felipe S (vocal), Marcelo Machado (guitarra), Samuel (baixo) e Vicente Machado (bateria), o Mombojó acumula 13 anos de estrada e cinco discos de estúdio. Extremamente à vontade, o grupo foi muito aplaudido pela plateia e fez um show memorável, que incluiu no repertório faixas antigas como “Amigo do Tempo” e “Papapa”.
Sobre o Festival MPB
O evento continua neste domingo, 14, novamente no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. O evento terá apresentações de Nana Queiroga e Ylana, Preta Gil e Mamelungos com Vanessa Oliveira, no Palco Olinda. As atrações do Palco Recife serão Lenine, Ana Carolina, Caetano Veloso e Seu Jorge.
Domingo, 14
PALCO RECIFE –
Abertura dos portões: 16h
17h40 – Lenine
19h50 – Ana Carolina
21h40 – Caetano Veloso
23h30 – Seu Jorge
PALCO OLINDA
17h – Nega Queiroga
18h50 – Preta Gil
21h – Mamelungos & Vanessa Oliveira
22h50 – DJ
Festival MPB
Dia 14 de dezembro (domingo) – às 16h
Centro de Convenções de Recife – Av. Professor Andrade Bezerra, s/nº – Complexo do Salgadinho
Ingressos: entre R$ 240 e R$ 500 (haverá meia entrada)
Mais informações
Fonte:Rolling Stone Brasil
Comic Con Experience: Jason Momoa, de Game of Thrones, rouba a cena em dia de novidades da animação
Quem vê o impiedoso Khal Drogo, da série Game of Thrones, ordenando a morte de seus inimigos, matando os desafetos com requintes de crueldade e estuprando sua parceira, mal imagina o quão engraçado é o seu intérprete, o ator Jason Momoa. Ele deu um show de carisma na tarde deste sábado, 6, quando participou do painel “Crônicas de Game of Thrones”, na Comic Con Experience.
Galeria: as dez mortes mais dramáticas de Game of Thrones.
“Primeiramente eu gostaria de parabenizá-lo por esse corpo maravilhoso”, disse um fã ao microfone, para delírio do público presente. “Como ficar com o físico do The Rock [o ator Dwayne Johnson, conhecido por ser uma das celebridades mais musculosas da atualidade]?”, completou, em um momento em que a sessão de perguntas e respostas pegava fogo por conta das piadas de Momoa. “Coma mais carne, transe bastante”, respondeu o astro de Game of Thrones em tom de brincadeira.
Primeiro dia da Comic Con Experience tem boas atrações e os delírios de compras dos geeks.
Realmente, o porte avantajado do ator impressiona. Com 1m93, barba espessa, cabelo comprido preso e óculos escuros, ele subiu ao palco como se fosse um astro do rock. Vestindo um lenço gaúcho, Momoa se disse apaixonado pela churrascaria Fogo de Chão e que não via a hora do evento acabar para voltar a comer uma bela peça de carne no restaurante. “Gaucho for life”, escreveu o ator em legenda de uma de suas fotos no Instagram.
Novidades do mundo nerd deixam Comic Con Experience com saldo positivo
“Chorei muito quando você morreu [na série] e xinguei muito na internet”, disse outra fã. Para surpresa de todos, Momoa desceu do palco e deu um abraço amoroso na garota. Naquele momento, o ator já tinha conquistado todo o público presente no disputado painel (mesmo com os 2.000 lugares do “Auditório Thunder”, muita gente ficou de fora por conta do alto interesse no bate-papo com o astro).
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O brasileiro Lino Facioli, que interpreta Robin Arryn na série, se juntou a Momoa no meio do painel. Facioli, de apenas 14 anos, contou que tem poucas lembranças da infância em Ribeirão Preto (o ator se mudou com os pais para Londres quando ainda era muito pequeno) e arrancou risadas da plateia quando começou a responder em português a uma pergunta, sendo que precisava falar em inglês (em consideração a Momoa, que também estava no bate-papo).
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Sean Astin e Brad Dourif
Os atores de O Senhor dos Anéis Sean Astin e Brad Dourif, intérpretes de Sam Gamgee e Grima Língua-de-Cobra, respectivamente, também estavam presentes na Comic Con Experience, como participantes do painel “Lembranças da Terra-Média”.
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Astin não poupou elogios ao diretor Peter Jackson. “No set, ele se colocava no papel de todos os atores. Ele sabia o que queria mostrar”. Ainda relembrou com bom humor dos momentos que considera um dos mais engraçados da gravação da trilogia, quando o ator Christopher Lee (Saruman) tropeçava na barra de sua própria roupa e ele não conseguia parar de rir.
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Pixar
A Pixar provou que segue como a empresa mais amada no mundo da animação. Somente a aparição do logo da companhia no telão foi suficiente para deixar o enorme público presente no painel “A Divertida Mente da Pixar” completamente maluco.
Jim Morris, novo presidente da Pixar e produtor de sucessos como Ratatouille e Wall-E, apresentou em primeira mão para o público brasileiro os minutos iniciais de Divertida Mente, filme que estreia apenas em julho de 2015. A reação positiva da plateia é sinal de que a produção será mais um sucesso da companhia.
Divertida Mente se passa dentro da cabeça de uma garota e os personagens principais são figuras que vivem lá, comandando as reações dela em situações cotidianas. Raiva, Medo, Alegria, Nojinho e Tristeza têm tudo para ser os novos queridinhos das crianças no próximo verão norte-americano. Morris contou que a ideia do diretor, Pete Docter, veio quando observava o comportamento de sua própria filha, que era muito alegre até os 12 anos e depois virou uma pessoa emburrada.
No fim, ainda brindou a platéia com o novo curta da companhia, Lava, que será exibido antes de Divertida Mente nos cinemas. Como tudo da produtora, é um trabalho rico em poesia e visualmente impressionante.
Operação Big Hero
Outro filme que foi apresentado em primeira mão para o público da Comic Con Experience foi Operação Big Hero, o primeiro longa da Disney inspirado nos quadrinhos da Marvel Comics. O diretor Don Hall e o produtor Roy Conli contaram sobre o processo de criação e as referências visuais do filme. Clássicos como Blade Runner, o Caçador de Andróides e Akira foram citados como inspiração (bastante perceptível) em Operação Big Hero. O filme estreia nos cinemas brasileiros no dia 25 de dezembro.
Fonte:Rolling Stone Brasil