Saiba quem são as cinco pessoas mais poderosas no mundo do streaming músico

Jay Z investiu US$ 56 milhões no Tidal. A Apple trabalha para tentar destruir os concorrentes. S Spotify acumulou centenas de milhões de dólares em ações financeiras. S YouTube mantém a possante audiência na lar de 1 bilhão de visitantes únicos por mês.

Celebridades marcam presença no evento de lançamento do serviço de streaming de Jay Z.

Cada “jogador” no campo de guerra do streaming músico quer um pedaço do negócio de US$ 1,9 bilhão, que representou 27% do faturamento da indústria fonográfica em 2014, segundo a Associação de Indústria de Gravação da América. Com downloads no formato MP3 do iTunes e os CDs em queda livre, a guerra pelo trono de ferro do streaming ainda está em curso. A Rolling Stone EUA passou por todos os competidores e elencou os cinco maiores. Aqui estão aqueles para ficarmos de olho no horizonte da música.

5 – Jay Z (Tidal)

S rapper superstar e empreendedor fez uma aposta no mês pretérito quando comprou o, até logo, pouco divulgado serviço de streaming sueco Tidal por US$ 56 milhões. S Tidal era um azarão na disputa, mas Jay convidou as maiores estrelas musicais do mundo, incluindo Beyoncé, Rihanna, Madonna, Alicia Keys, Daft Punk e membros do Coldplay, White Stripes e Arcade Fire, para levantar a atrativa empresa com ele.

Spotify reclassifica lista de 500 Maiores Músicas de Todos os Tempos da Rolling Stone.

Os artistas garantem estarem deteriorado o negócio de streaming para que mais royalties sejam pagos para aqueles que fazem música, mas o Tidal não explicou exatamente porquê vai fazer isso – a executiva sênior Vania Schlogel diz que é simplesmente uma questão de não oferecer o resultado de perdão. Isso será suficiente? Veremos, mormente depois de a Apple lançar o concorrente Beats.

4 – Lucian Grainge (Universal Music Group)

S negócio das gravadoras não é a máquina de quantia que costumava ser na era do CD, mas as maiores marcas ainda detêm a maioria da música já feita. Então, todo serviço de streaming deve negociar acordos de licença com todas as companhias, começando pela Universal. Grainge, o gerente da gravadora, guiou a Universal com exalo para acordos com o Spotify e outros alguns anos detrás, antes de o mercado de streaming ter decolado.

Ultimamente, ele tem expressado dúvidas. No início do ano, disse que streaming de perdão, muito por propaganda, “não é um pouco particularmente sustentável em longo tempo” e sugeriu que serviços gratuito deveriam limitar os lançamentos mais esperados. Outros executivos de grandes gravadoras disseram coisas parecidas. Se o streaming mudar do “gratuito para todos” oferecido por Spotify e YouTube, será por desculpa de pessoas porquê Grainge.

3 – Susan Wojcicki (YouTube)

“Música é uma troço realmente muito importante da experiência do YouTube”, a director executiva da companhia disse anos detrás, logo depois de assumir o incumbência. Você acha? Quase toda música um dia gravada aparece no YouTube de perdão e qualquer tentativa de Spotify ou Beats de cobrar os ouvintes deve encarar essa veras. “S YouTube é o maior serviço de streaming gratuito do mundo e isso é frustrante”, afirma Ian Montone, empresário de Jack White, Vampire Weekend e outros. “Isso também pode ser uma instrumento de invenção”.

S Google, possuinte do YouTube, evita o peça porque, primeiro, seus anúncios massivos pagam compositores, artistas e gravadoras. Segundo, detentores de direitos podem derrubar qualquer vídeo que eles não queiram que apareça no site. Terceiro, o serviço tem bilhões de visualizadores e poucos músicos querem perder a chance de se tornarem virais porquê Justin Bieber, Psy, OK Go ou “Harlem Shake”.

2 – Jimmy Iovine (Beats/Apple)

Ainda que ninguém saiba exatamente com o que o Beats Music vai parecer, quando ele for lançado (supostamente) em junho, a Apple, avaliada em US$ 710 bilhões, terá uma inalcançável suplente de marketing. “Quando o Beats comparecer, com a máquina da Apple por trás dele – você pode ter isso no seu relógio, você pode ter isso em qualquer lugar -, ele vai vencer”, prevê Gary Stiffelman, representante que já trabalhou com nomes porquê Michael Jackson e Lady Gaga.

Iovine, que fundou a Beats Electronics com Dr. Dre e vendeu a gigante dos fones de ouvido para a Apple, ano pretérito, por US$ 3 bilhões, é um veterano do mercado que entendeu o negócio das gravadoras e tem a habilidade de acalmar estrelas preocupadas com os pagamentos dos royalties. Poderá ele se adequar à novidade tecnologia? Se não, ele tem bastante gente da Apple, além de informados executivos da Beats porquê Ian Rogers e Trent Reznor, do Nine Inch Nails, para ajudá-lo.

1. Daniel Ek (Spotify)

S Spotify está para receber US$ 400 milhões em novos financiamentos, o que levaria o valor do serviço de streaming a US$ 8,4 bilhões – um número contraditório, considerando que todo o patrimônio da indústria de gravação dos Estados Unidos vale US$ 12 bilhões. Depois que Taylor Swift retirou as músicas dela do Spotify e chamou a marca de “um grande experimento” que não recompensa artistas e compositores da forma correta, grandes companhias empurraram até o limite os produtos disponíveis na troço gratuita do serviço.

Mas a marca de 60 milhões de usuários se recusa a mudar. Ek, fundador da empresa, escreveu um longo e detalhado texto depois do ocorrido com a cantora. Em resposta, disse que a companhia já pagou US$ 2 bilhões para detentores de direitos e que “estamos trabalhando dia e noite para restabelecer o quantia que a pirataria estava levando embora”. Qualquer caminho para a vitória na guerra do streaming passa por Ek e pelo Spotify.

Fonte:Rolling Stone Brasil

Anitta . Show das Poderosas

22h de uma quinta-feira triste. Liga Caio Braz: “PRE PARA, bebê! A gente tá indo pro show da Anitta!” E isso é o que me apaixona no Rio, me falta em São Paulo: a gente explora a cidade cada vez mais. Semana passada fui de trem até Madureira. Subo o Vidigal, bebo na padaria da Barra, vou no samba no Centro da cidade. O destino ontem era o Barra Music, R$ 50 de táxi da Gávea até a Gardênia.

O tamanho do BM, como é conhecida a casa de shows, assusta. Minha primeira vez no espaço, camarotes lotados, pista cheia, cabem ali umas 6 mil pessoas. A lotação não tá esgotada, mas o número é grande pra um dia de semana. Um pouco depois do horário previsto, começa o show das Poderosas. Anitta, que na verdade é Larissa de Macedo Machado, 20 anos, nascida no subúrbio de Honório Gurgel, chega carregada numa cadeira no alto. O figurino não fugia muito do que as minhas amigas usavam no Baixo Gávea naquela mesma noite, hot pants preta e um top cropped. Ela pode. Depois de frases de efeito que conquistam o público, a cantora convoca o exército e dá início ao baile.

Anitta tem voz, dança que é uma beleza, tem uma banda com oito integrantes, trio de metais no palco e um corpo de baile de 20 dançarinos. Ganha a plateia em minutos, agradecendo no final de cada música com um vocabulário recheado de gírias comuns nas conversas com meus amigos gays e fashionistas. Seu estilo não é nada “nem”, gíria carioca para as lindas da favela. Depois de duas ou três músicas menos conhecidas, ela emenda um medley de sucessos que mistura Lulu Santos, Mr. Catra, Kelly Key e Tim Maia. Achei que Anitta tinha um quê de Sandy, e não demorou muito para ela lançar alguns sucessos antigos de Sandy & Junior, que todo mundo (ainda) sabia cantar. Depois disso, teve tempo pra Rihanna, Flora Matos (!), Jorge Ben, Katy Perry, Claudia Leitte e Los Hermanos, sucesso absoluto no coro do BM. Fiquei encantada como ela conseguia mesclar tantas referências, antigas e novas, e estilos.

Com a plateia dominada, a casa veio abaixo na parte do set dedicada ao novo funk: MC Beyonce, MC Federado e os Leleks, Bonde das Maravilhas, MC Bola. E ela, de fato, só comprova que é mesmo top, capa de revista, como canta Bola em “Ela não anda, ela desfila.” A música, aliás, poderia ter sido inspirada em Anitta. Estilosa, a MC arrasa no look e rouba a cena aonde quer que vá. Na plateia, as patricinhas, as barrenses, as suburbanas, todas fãs da cantora, dançavam até o chão e cantavam com ela todas as letras. Anitta simplesmente nos representa. É funk, mas é poderosa, fala mal dos homens de um jeito sincero, é meiga e abusada, como diz uma das suas letras. Quer mostrar para as meninas que elas têm que se respeitar: “As meninas estão cada vez mais sem limites e eu acho que toda diversão tem que ter respeito. Elas têm que se valorizar e eu tento passar isso ao máximo”, disse em entrevista ao site da sua gravadora, a Warner.

Anitta resgata nas suas letras o funk antigo, menos agressivo, e o mistura com a vibe escancarada dos dias de hoje. É isso que conquista. Seu nome foi inspirado na minissérie da Globo, estrelado por uma Mel Lisboa que caiu no gosto do público por ser “sexy sem ser vulgar”. Anitta é exatamente isso, mesmo quando volta ao palco com figurino meio Lara Croft, pra cantar seu novo sucesso. Ela avisa que “Tá na Mira”, sua música de trabalho, “já tá no iTunes pra todo mundo comprar, assim eu fico rica logo!”.

Uma hora e alguma coisa de show depois, fico pensando como é que Anitta consegue misturar tão bem as referências da cultura de massa, antes negadas por nós, do asfalto. Num intercâmbio cultural, no momento do já tão discutido “empoderamento da classe C”, cada vez mais poderosa, tem espaço de sobra pro funk ostentação paulistano, o sertanejo de luxo e uma MC que dirige seus próprios clipes, que poderiam ser confundidos com vídeos de divas como Rihanna ou Beyoncé. O Brasil, a meu ver, finalmente começa a aceitar e reconhecer a mistura do seu caldeirão cultural.

Triste, penso eu, é ainda essa mania que alguns seguem cultivando de criticar tudo que é produto da nossa cultura. O último clipe de Anitta tem comentários grosseiros sobre o seu estilo ser cópia dessas grandes estrelas internacionais. Certamente essas pessoas ignoram que essas estrelas também se copiam, e copiam estrelas do passado.


Foto por Carol Althaller

Voltando à classe C, poderosa, vejo a classe A no caminho inverso: se o desejo de uma vida simples já é antigo, o comportamento que começo a perceber agora é uma negação dessa ostentação, que sempre nos foi tão característica. Deixa de ser cool pagar caro pra jantar, comprar roupa de marca e se conformar com os preços surreais do Brasil.

BM, quase 3 da manhã: Anitta termina o Show das Poderosas repetindo sua música mais famosa. Um amigo gringo, que provavelmente não conhecia metade dos hits brasileiros das últimas décadas que a cantora interpretou tão bem, me lembra que esteve ali anteriormente pra assistir o fenômeno Naldo. “Ele cantou a mesma música 4 vezes. Ela dominou o público, dá de 10 nele.”

É, Anitta está, de fato, podendo.
Fonte:SOMA

Mude para versão para dispositivos móveis deste site