John Mayer toca por mais de duas horas e meia em São Paulo

Em sua primeira passagem por um palco brasileiro, o músico norte-americano John Mayer não negou fogo. O show que fez na quinta, 19, na Arena Anhembi, em São Paulo, foi acompanhado por 25 mil pessoas, um público predominante feminino, que berrava cada vez que Mayer ganhava um close no telão; as meninas, muitas ostentado balões verdes e amarelos, gritavam “John, I love you” a cada oportunidade.

Antes de Mayer, se apresentou o cantor Phillip Phillips, que ganhou a edição 2012 do programa American Idol. Por volta das 22h, foi a vez do dono da noite aparecer. Com a barba por fazer, vestindo jeans, uma jaqueta azul e um lenço na cabeça, Mayer faz o estilo “despojado charmoso”. Ele não sorri muito e, se na vida pessoal tem fama de mulherengo e baladeiro, dentro do palco passa a imagem de músico sério e virtuoso. Mayer é um cantor apenas razoável e agradável, mas é um excelente e criativo guitarrista e passeia com muita facilidade por jazz, pop, folk, country e o que mais der na telha, sempre tocando de um jeito relax e pouco forçado.

A abertura da apresentação ficou com a canção “No Such Thing”, que contou com a participação do grupo de percussão Meninos do Morumbi. A sequência teve hits, faixas do recente Paradise Valley e várias canções que os fãs conhecem de trás para frente como “Queen of California”, “Half of My Heart” e “Paper Doll”. O músico partiu então para uma sequência acústica com “Your Body Is a Wonderland”, “Daughters” (uma das mais festejadas da noite, com as garotas que estavam frente ao palco sendo mostradas no telão chorando enquanto cantavam a letra), “Free Fallin’” (cover de Tom Petty, outra que foi cantada a plenos pulmões por muita gente) e “Stop This Train” (executada depois de ser requisitada pelo público ).

Ao longo do show, Mayer agradecia aos fãs, dizendo com bastante sinceridade que não pensou que conseguisse levar tanta gente assim a um local tão grande no Brasil, e disse que certamente vai retornar. Na última parte do setlist, os hits foram se acumulando, com Mayer e banda tocando com muita vontade “Waiting on the World to Change”, “Dear Marie”, “Something Like Olivia”, “Wheel”, “Who Says”, “If I Ever Get Around to Living”, “Vultures”, “The Age of Worry” e “Why Georgia”. No bis, ele veio com uma versão acústica para “Neon” e fechou com “Gravity”, sua canção mais conhecida. Foi uma versão longa, onde o músico brilhou na guitarra. Quando os derradeiros acordes terminaram, a apresentação já chegava à marca de duas horas e 40 minutos.

John Mayer se apresenta no palco principal do Rock in Rio no sábado, dia 21.

Fonte:Rolling Stone Brasil

Em palco menor e perto do público, Beyoncé se despede do Brasil com show em São Paulo

Beyoncé é um dos maiores ícones da música pop e está no auge com a atual turnê, The Mrs. Carter Show, que teve passagem pelo Brasil encerrada neste sábado, 14, com a apresentação em São Paulo. E fez show para deixar saudade nos fãs brasileiros – diante de um Morumbi lotado, a cantora repetiu a atuação impecável que passou antes por Fortaleza, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Mas a artista não subiu ao palco no horário combinado. Às 19h30, quando ela deveria começar a apresentação, um DJ iniciou set que se estendeu por meia hora com hits de Katy Perry, Lady Gaga e Justin Timberlake, além de um inexplicavelmente vaiado Naldo, entre outros. Depois de 1h15 de atraso, quando parte do público já começava a se impacientar, ela entrou, imponente, em cena.

O espetáculo teve início animado com “Run the World (Girls)” e “End of Time” e fogos de artifício iluminaram o palco logo nos primeiros minutos de apresentação. Em “If I Were a Boy”, Beyoncé, que passou toda a noite com o cabelo preso, trocou de roupa pela primeira vez e concentrou-se mais em mostrar sua voz potente. Em seguida interagiu com a plateia e criou para “Get Me Bodied” um clima extasiado.

Embora o repertório tenha sido praticamente o mesmo de outros shows da turnê, em São Paulo um palco menor deixou a cantora perto do público e inclusive muitos conquistaram um toque da diva ao esticar o braço. Quando cantou “Irreplaceble”, depois de entregar-se de cima de um piano para os versos de “1+1”, ganhou a passarela até o meio do público e foi agarrada por um exaltado fã que a derrubou. Os seguranças agiram rapidamente, mas além do susto a cantora demonstrou preocupação com seu algoz e apressou-se em pedir calma e cumprimentar o fã que parecia fora de si.

Beyoncé tem uma equipe muito bem montada em cena, com banda formada toda por integrantes femininas. São musicistas talentosas e um naipe de metal que enriquece muitas das faixas do repertório. A sonoridade, por isso, é muito orgânica, principalmente se comparada à de outras estrelas do gênero. No palco os únicos homens são os dois gêmeos conhecidos como Le Twins, carismáticos dançarinos capazes de coreografias impressionantes.

Se há algo do que se pode reclamar no show de Beyoncé, é o excesso de interlúdios que separam algumas músicas e dão tempo para que a estrela troque de roupa. Em algumas vezes, uma única canção é precedida e sucedida por vídeos e efeitos que exploram os conceitos do espetáculo – é o caso de “Freakum Dress” e “Why Don’t You Love Me”. Esta última um dos pontos altos do show, assim como “Love on Top” e “Crazy in Love”, entre outras.

Beyoncé apresentou para os paulistanos também sua nova música, “Grown Woman”, que não fez parte do setlist no Rock in Rio. A faixa contou com uma produção luxuosa. Um vídeo muito bem feito com ilustrações de animais selvagens era exibido enquanto a estrela cantava dentro de um vestido de cores vibrantes. Quem não vibrou tanto, contudo, foi público, que ficou distante de um trabalho tão recente.

“Baby Boy”, “Diva”, “Naughty Girl”, “Party” e “Single Ladies” foram alguns dos outros hits entoados pela cantora com um coral grandioso da numerosa plateia. A apresentação teve fim com “I Will Always Love You”, homenagem a Whitney Houston, e “Halo”, cantada enquanto a banda era apresentada e aplaudida. À esta altura ela estava enrolada em uma bandeira do Brasil e não economizou nas declarações de amor. “Vocês me tratam como se aqui fosse minha casa”, disse.

Fonte:Rolling Stone Brasil

Pela primeira vez na América do Sul, Alicia Keys distribui sorrisos e hits em São Paulo

“É um sonho que se realiza”. A frase foi repetida por Alicia Keys em referência à inédita passagem pela América do Sul. Nesta quinta, 12, diante de bom público no Espaço das Américas, em São Paulo, a cantora relembrou diferentes fases de sua carreira e cumpriu a meta de recuperar o tempo perdido.

Com meia-hora de atraso, ela apareceu na parte de cima do palco com a introdução de “Empire State of Mind”, mas iniciou apresentação com hits que já completam uma década. “Karma” e “You Don’t Know My Name” mostraram uma artista à vontade com seu passado – na segunda inclusive ela aproveitou para fazer uma cena com dos quatro bailarinos e dar uma pequena sequência ao clipe de dez anos atrás. Desenvolta, não economizou sorrisos no palco e parecia realmente satisfeita em estar pela primeira vez diante dos brasileiros.

O show teve sequência com faixas de seu mais novo álbum, Girl on Fire, lançado no ano passado. Com “Tears Always Win” e “Listen to Your Heart”, Alicia Keys percorreu o palco e mostrou porque é uma estrela – dançou, interagiu com a plateia e, acima de tudo, explorou sua voz com segurança e precisão. Se muitas das movimentações em cena pareciam calculadas, como esperado, a cantora ousou alguns improvisos com a voz quando sentiu-se à vontade.

As primeiras canções foram muito aplaudidas pelo público, e embora a disposição da pista fosse com assentos, na maior parte do tempo os fãs preferiram ficar em pé. As cadeiras, contudo, eram mais convidativas quando Alicia Keys mostrava seu lado introspectivo junto ao piano, e uma câmera fazia questão de exibir os movimentos do dedo da cantora nas teclas como que para provar que de fato era ela quem estava tocando. Músicas como “Diary” e “Try Sleeping With a Broken Heart” escancaram a concentração da estrela diante do desafio de percorrer caminhos mais intimistas.

Foi antes de “If I Ain’t Got You” que ela declarou-se realizada com a apresentação em São Paulo, mas antes mesmo já parecia ter conquistado o público com um carisma notável e simpatia exemplar, tendo inclusive recebido com muito esmero presentes entregues por fãs. O repertório recheado de sucessos de épocas diversas também favoreceu o extasiado clima. O conceito do disco mais recente deu as caras apenas momentos antes do bis, com “New Day” e “Girl on Fire”.

Antes ela mostrou hits de outros tempos como “Fallin” e “No One”. Por mais de uma vez artista e plateia entraram em acordo para chegarem a um clímax que se repetia agradavelmente. A canção final, contudo, parece insuperável. “Empire State of Mind” é um hit de acerto raro e uma dessas obras primas do pop. A introdução com versos de Frank Sinatra deixaram claro a reverência a Nova York para os desavisados, e Jay Z soou nas caixas para abrir a faixa lançada em 2009. Alicia Keys entregou-se então ao belo refrão que encerrou a apresentação depois de cerca de 1h30. E se a cantora ficou tão satisfeita ao desembarcar em terras sul-americanas, ela agora tem certeza de que pode voltar – o público fez questão de mostrar o quanto ela é bem-vinda.

Alicia Keys volta a se apresentar em São Paulo nesta sexta, 13, e é uma das atrações do domingo, 15, no Rock in Rio.

Fonte:Rolling Stone Brasil

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