Johnny Hooker não precisou “fazer tipo” para viver de arte
S multifacetado Johnny Hooker está pronto para liderar o “contra- -ataque” da música pop brasileira. “Axé, brega, frevo, isso é o nosso pop. Não tem mais porquê o mainstream segurar isso de ‘a gente só pode dar espaço aos artistas que tocam na rádio’. S que toca na rádio é uma merda!”, esbraveja ele.
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Hooker mistura esses e outros gêneros em sua obra. Aos 27 anos, ele ganhou notoriedade em Recife com o grupo Candeias Rock City. Chegou ao Rio de Janeiro em 2009 para participar do reality show Geléia do Rock, do meato pago Multishow, com o Johnny e The Hookers. E terminou porquê um os vencedores, quando a competição foi suspensa antes do término em decorrência da morte de um dos integrantes da margem dele, Rafael Mascarenhas, fruto da atriz Cissa Guimarães.
S estilo genuíno não impediu o artista de fulgurar até ali, e muito menos o segurou daquele momento em diante. No término do ano pretérito, ele atuou na romance da Globo Geração Brasil e emplacou “Alma Sebosa” na trilha sonora. “Amor Marginal” atualmente toca em Babilônia, da mesma emissora.
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“Tem faixas do meu disco em que eu me refiro a mim mesmo no feminino. A música é um meio muito machista, mas para mim não existe outra maneira de agir, de me comportar. Música é resistência, a imagem é resistência, a linguagem é resistência”. Além de interpretar, Hooker, que diz pensar nos shows dele porquê peças de teatro, faz as próprias assessoria de prelo e produção, além de encaminhar alguns dos clipes, caso de “Volta”, no qual vive par romântico do ator Irandhir Santos.
S artista reuniu essa e outras canções “dor de cotovelo” e no início de 2015 lançou Eu Vou Fazer uma Macumba pra te Amarrar, Maldito, um sucesso nos serviços de streaming e mídias sociais. S vídeo de “Volta”, por exemplo, tem mais de 420 milénio visualizações no YouTube. A turnê do álbum estreou no Nordeste com plateia enxurrada e agora viajará pelo Sudeste.
Fonte:Rolling Stone Brasil
Fundador do Melvins volta a criticar doc sobre Kurt Cobain: “Sei que não é verdade”
Na semana passada, o fundador do Melvins Buzz Osborne escreveu uma resenha mordaz sobre o documentário Kurt Cobain: Montage of Heck para o Talkhouse, criticando o filme por ser “90% besteira.”
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Agora o músico reforça o posicionamento em relação ao aclamado projeto de Brett Morgen, em entrevista ao Riff You, dizendo que ele está perplexo que os fãs confiem na precisão do filme simplesmente porque ele foi feito em parceria com membros da família, incluindo Courtney Love.
“Se eles querem ouvir a voz [de Courtney] para as coisas, logo vão em frente”, disse. “Você se sente melhor? Então tudo que ela diz é regra. Absolutamente. Se isso os faz sentirem-se melhores, tudo muito por mim.”
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Osborne acrescenta: “Só não entendo porquê alguém tem a capacidade de defendê-la. Se eles querem defende-la, ou seguir o lado do cineasta, tudo muito. Como isso pode ser culpa minha? Como podem me culpar por aquilo? Como disse no meu cláusula: ‘Fatos não fazem nenhuma diferença. S que importa é o que as pessoas acreditam’.”
“A ‘verdade’ sobre a situação [de Cobain] sempre foi falsa”, continua. “Aí você vai… fabricação totalidade. Isso nunca não foi o caso”. Osborne disse que foi “convidado para fazer a resenha” do filme e “nunca o teria presenciado caso contrário”, afirmando que a sátira dele foi feita para permanecer do lado do líder do Nirvana – “um camarada que não está por perto para se proteger.”
20 anos detrás, um Kurt Cobain rouco e introspectivo comandava o último show do Nirvana.
“Não entendo porquê alguém pode ver isso de outra maneira”, acrescenta, ainda Osborne. “Se eles querem discutir e manifestar que estou falso, tudo muito, vou jogar o jogo deles. Eles sentirão melhor se Kurt Cobain tiver ‘fodido uma gorda retardada’. Eles se sentem melhor agora? Eles se sentem melhor se ele realmente era um suicida? Aquilo te deixa melhor? Nada é verdade. Não acho que seja um bom legado dele para se ter por aí. Sei que não é verdade. Simples assim.”
Na resenha dele, Osborne clama que não há verdade nas histórias de Cobain tentando se suicidar em trilhos de trem ou tentando dormir com uma pequena com problemas de desenvolvimento mental do colegial.
Frances Bean, filha de Kurt Cobain, diz que “não gosta tanto de Nirvana”.
S músico disse ao Riff You que ele “não ficou surpreso” pelas inocorrências acusadas. “Nunca fiquei surpreso porque, falando de maneira generalista, [a história de Cobain] nunca foi certa”, diz ele. “Ela nunca foi no pretérito. Ficaria surpreso se fosse certa agora.”
Osborne nota que ele não foi chamado para fazer troço de Montage of Heck, ainda que ele “não tenha se importando com isso”, acrescentando que ele está ganhando “absolutamente zero para ser sincero em relação a isso.”
“[Morgen] é o que está ganhando, não eu”, disse ele. “Se ele acredita [nas histórias], não estou nem aí. Comigo está tudo muito. Ele pode fazer isso. Mas eu não tenho que concordar com aquilo.”
Fonte:Rolling Stone Brasil
De volta ao Brasil, Mark Lanegan mantém curso prolífica e admite: “Falar sobre mim não é um pouco que me anima”
Poucos músicos de 50 anos de idade já participaram de tantos projetos e canções quando Mark Lanegan. Ex-vocalista do Screaming Trees, ele foi membro do supergrupo grunge Mad Season, colabora frequentemente com o Queens Of The Stone Age (basta lembrar dos vocais de “A Song For The Dead”), integra o Twilight Singers e cantou em tantas gravações quanto sua disponibilidade permitiu.
Neste sábado, ele sobe a palco do Cine Joia, em São Paulo, às 23h. Não para tocar canções de qualquer dos projetos já citados, mas com a curso solo, na qual já soma sete álbuns de inéditas desde 1990. S mais recente deles é Phantom Radio (2014), o terceiro – assim porquê Blues Funeral (2012) – assinado porquê Mark Lanegan Band.
S fértil jornalista, porém, está longe de ser um nerd músico, ou um pouco do tipo. “Às vezes eu componho todo dia, mas outras vezes não”, conta Lanegan, em entrevista por telefone à Rolling Stone Brasil. “Hoje em dia, costumo grafar mais quando tenho um disco específico para fazer. Mas no pretérito, era todo dia.”
Com raríssimas exceções, todas as canções lançadas pela Mark Lanegan Band são assinadas pelo vocalista. “Na maioria das vezes eu escrevo a música, levo para eles, e nós tocamos juntos”. “Eles estão ligados no que quero fazer agora. Além disso, são os caras que tocam nos shows, portanto procuram fazer um pouco que eles gostem de tocar ao vivo.”
Quando voltou a se destinar ao projeto solo, em 2012 – oito em seguida Bubblegum (2004) –, Lanegan conseguiu atualizar sua sonoridade, inserindo elementos da música eletrônica em meio à rusticidade dos vocais graves e extremamente roucos. S resultado é que Blues Funeral ficou entre os discos mais vendidos em seis países da Europa, na semana de seu lançamento – fora a recepção positiva da sátira.
S processo se repetiu com Phantom Radio, sem tanto ufania, mas com tantas canções desafiadoras quanto o predecessor. “Venho escutando Kraftwerk há muitos e muitos anos. Além de outras bandas de krautrock”, aponta ele, referindo-se às recentes (ou nem tanto assim) influências. “Isso e outras coisas dos anos oitenta é de onde tiro inspiração para meu trabalho mais recente.”
A ambientação – sempre com muita profundidade e refinamento – das canções também tem influência pesada da filarmónica que o acompanha. “Eles são grandes músicos”, diz, tirando de si a glória. “Sou bendito por ter feito um monte de discos com um monte de gente boa.”
M originário que Lanegan desvie o foco de si durante quase toda entrevista. Não é preciso mais que suas canções para perceber que a personalidade misteriosa – e até sombria – está muito mais ligada à introspecção do que à expansão. Com uma voz que borda o desânimo e frases sempre muito curtas, ele admite: “Pra ser sincero com você, falar sobre mim mesmo não é alguma coisa que me anima.”
“Mas”, acrescenta, com uma longa pausa e um riso estranhamente significativo. “[Dar entrevistas] faz troço da silabário do meu trabalho. M alguma coisa que me acostumei a fazer”. Quando a reposta parecia completa – curta e direta, porquê todas as outras –, ele conclui: “Mas eu preferia estar fazendo outra coisa, evidente.”
S que, exatamente? “Não sei… Brincando com meus cachorros ou… coisas do dia-a-dia da minha vida”.
Lanegan também se mostra desligado quando o tema é indústria da música e público. “Não presto atenção nesse tipo de coisa. Nunca fiz isso”, admite. “P legítimo compreender o sumo de pessoas possíveis. Mas, sabe, o que eu posso controlar é gerar, fazer música. S resto está fora do meu alcance.”
As plateias do cantor, entretanto, estão inegavelmente crescendo, devido a um “rejuvenescimento” de troço do público, atraído pelas músicas mais recentes. “Sempre fico feliz quando a fatia da plateia que é da minha idade influencia pessoas mais novas”, diz. “Sempre tem gente mais novidade. Isso acontece em todos os lugares. Não sei por que isso acontece, mas… palato que aconteça.”
No Brasil, mormente, Lanegan desenvolve uma relação um pouco mais próxima. Desde 2010, ele veio três vezes com a curso solo: uma em 2010 –para um Popload Gig –, outra em 2012, e mais uma em 2013 – no festival brasiliense Porão do Rock.
“Toda vez que vou aí, desde a primeira vez, as plateias são muito quentes, receptivas, e animadas”, comenta. “[S Brasil] tornou-se um daqueles lugares que sempre procuro voltar.”
S setlist desta, que será a quarta apresentação dele no Brasil em cinco anos, contará, majoritariamente, com faixas dos dois últimos álbuns. Não ficam de fora, porém, músicas marcantes da trajetória solo dele, porquê “One Way Street”, “Hit the City” e “Methamphetamine Blues”, além de uma única filete do Screaming Trees, “Black Rose Way”.
“P uma cantiga que nunca tocamos com o Screaming Trees – exceto pela vez que gravamos”, conta o vocalista. “Não foi uma música que eu tive tempo de enjoar, já que não é uma das que tocamos um milhão de vezes – porquê várias da filarmónica. M uma fita que paladar de tocar. Que minha margem gosta. Por isso continuamos mantendo no setlist.”
“Black Rose Way” data dos anos 1990, mas o Screaming Trees foi formado em 1985, há 30 anos – quando Lanegan deu início à sua curso na música. “Pessoas que eram meus amigos e não estão mais por cá”, diz ele, sobre o que mais sente falta nos últimos anos. “Caras que não conseguiram chegar à minha idade. Mas, com o passar do tempo, aprendi a não sentir tanta falta. Consigo viver muito atualmente.”
Mais do que muito, Lanegan procura viver com intensidade a atualidade. “Sou uma pessoa de 50 anos agora, logo, não sou o mesmo faceta de quando comecei”, argumenta. “Não sei quantos anos você tem, mas as pessoas mudam bastante conforme elas crescem. Passei por muitas experiências de vida.”
“Sabe, o modo de falar, num sentido universal”, continua. “Quando eu era mais jovem, eu não era uma pessoa muito pacífica. Passei por muitos altos e baixos e agora tento não levar as coisas tão a sério. Tem a ver com permanecer no ‘cá e agora’, viver um dia em seguida o outro e assim eu fico muito.”
Tanto na fala quanto nas palavras, o cantor exalta os “maus bocados” em que esteve metido. E o tempo não fez muito somente para a vida pessoal de Lanegan. “Se você ouvir os discos que fiz nos anos 1980, eu não sabia recta… era alguma coisa que eu estava descobrindo e, sabe, minha voz definitivamente se desenvolveu”, comenta sobre seu maior trunfo porquê músico. “A mudança na minha voz com certeza tem a ver com isso [o tempo]. Mas acho que eu simplesmente aprendi a trovar melhor.”
Mark Lanegan certamente passa longe de ser uma unanimidade, e até mesmo de chegar perto de fazer muita diferença no cenário músico atual. Em um universo recheado de solidão, sombras e um idoso blues, o que mais importa é a frase. Como canta em “I’m The Wolf”, Lanegan “sobreviveu ao assassínio de outro”, com um uivo indefectível que solta não para assustar, mas para reafirmar sua existência.
Mark Lanegan em São Paulo
30 de maio (sábado), às 23h
Cine Joia – Praça Carlos Gomes, 82 – São Paulo/SP
Ingressos: R$ 160 (há meia-ingressão)
Mais informações
Fonte:Rolling Stone Brasil