Lobão lança financiamento coletivo para bancar o álbum S Rigor e a Misericórdia
Muito mais próximos das pautas políticas e literárias do que das musicais nos últimos anos, o cantor Lobão decidiu lançar seu próximo álbum de inéditas, nomeado S Rigor e a Misericórdia, por meio de financiamento coletivo. Ele deu início à campanha levante mês e já arrecadou quase de R$ 25 milénio dos R$ 80 milénio pedidos para produzir o disco.
Edição 80 (envoltório de maio de 2013) – Lobão contra o mundo: “Do fundo do coração, eu seria incapaz de matar uma mosca.”
A campanha no Kickante (acesse neste link) fica no ar até o próximo dia 25 de julho e oferece “recompensas” que variam entre o pacote mais simples, com download das 10 faixas do álbum (R$ 20) e o “Patrocinador a Misericórdia”, com logo da marca na contracapa do disco, citações em todos os shows e entrevistas, vídeo de congratulação postado nas redes sociais e 180 CDs autografados (R$ 20 milénio).
Há ainda opção de “ajudar” Lobão em troca de palhetas, selfies, audições exclusivas em ensaios, jam session com o cantor, hangout de uma hora com ele, ingressos, CDs, bate-papo, encontros no camarim, entre outros. “Tudo que foi selecionado nos planos foi acatado ou concebido por mim”, diz ele. “Tirar selfies, a gente tira até dentro do avião.”
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Lobão, “veterano da indústria fonográfica” – porquê se autoproclama –, já entrou em diversos embates relacionados à música independente e à utilização de leis de incentivo para a cultura e, até por isso, comemora a produção “100% independente”. “Qualquer conferência com a empreitada independente torna a minha decisão uma deliciosa façanha”, comenta ele. “Hoje, sou um plumitivo best seller, com muito mais poderio de vendagens nos livros que em disco.”
Leia a íntegra da entrevista da Rolling Stone Brasil com Lobão aquém.
Você disse que levante deve ser o projeto “mais audacioso da minha curso”. Com “audacioso” você se refere ao modo com que está sendo viabilizado e produzido (o financiamento coletivo) ou ao texto (as canções em si) do projeto?
Parece-me que sob todos os aspectos. Eu estou gravando tudo sozinho em meu estúdio, tocando todos os instrumentos, mixando e masterizando. Só isso já é uma loucura. S financiamento coletivo é mais uma novidade tentativa de descolamento de setores que considero pouco afeitos ao meu jeito de fazer e conceber música.
Há claramente uma comemoração por conseguir trabalhar com “100% de independência” neste projeto. Entretanto, dependendo do que for adquirido, você vai ter que se subordinar a situações porquê referir um patrocinador em toda entrevista de divulgação do álbum ou até tirar selfies com alguém que pague (em uma forma de comercialização da própria imagem) por isso. Seria esta a “troço ruim” do financiamento coletivo?
Tudo que foi selecionado nos planos foi acatado ou concebido por mim. Os produtos, se assim houverem, também serão submetidos ao meu escrutínio. Tirar selfies, a gente tira até dentro do avião, não há nenhum tipo de transtorno em nenhuma das etapas. Lembre-se que sou um veterano da indústria fonográfica e qualquer conferência com a empreitada independente torna a minha decisão uma deliciosa façanha.
Você acha que o vestimenta de terem fãs participando da produção (viabilizando-a) faz com que aumente a responsabilidade do artista em relação a entregar uma obra que “agrade” a quem pagou por ela?
Não. Eu sou Lobão. E quem gosta de mim já aprendeu esse pequeno pormenor. Eu não vou lutar desatinadamente por minha independência e desabar numa esparrela dessas.
Na apresentação do projeto, logo na primeira risco, você cita a situação política do Brasil. Você considera que nascente é o álbum mais atrelado à sua posição em relação à política atual – declarada em entrevistas e livros?
Eu sempre tive engajamento político em todos os meus álbuns. Isso faz troço da minha natureza. Nós temos sim uma ingerência muito maior de ações governamentais que influenciaram muito a minha decisão de financiamento coletivo, porquê a Lei Rouanet, a estatização dos direitos autorais etc. E isso muito me incomoda.
Um dos seus singles recentes, “A Marcha dos Infames”, foi lançado e resenhado no blog do Reinaldo Azevedo, jornalista de política. Você teme que seus novos trabalhos acabem adquirindo um caráter maior de artifício político em detrimento ao valor artístico? Em outras palavras, te preocupa que o público que não compartilha das suas opiniões políticas não se interesse em ouvir suas novas músicas?
Eu não sou varão de temer zero daquilo que empreendo. Minha história está polvilhada desse tipo de situação. Se fosse assim eu estaria fadado a ser um presidiário eterno na estação do Vida Bandida. Fora isso, tanto eu quanto o Reinaldo mais outra dezena de pessoas entraram na lista negra do PT e a “Marcha dos Infames” foi feita porquê réplica e com intuito de concordar meus companheiros “VIPs” de lista.
Temos que aditar a isso outro indumentária: que minha trajetória é única na música popular brasileira pela minha improvável versatilidade. Na verdade, hoje, sou um jornalista best seller, com muito mais poderio de vendagens nos livros que em disco e, sendo assim, vou lançar um livro pela Record sobre toda a feitura do disco e se chamará Em Busca do Rigor e da Misericórdia. Se podemos fazer complicado, por que fazer simples, né?
Até quando fechei essa pergunta, 289 pessoas já haviam contribuído com o Kickante (somando 27% do valor totalidade), e ainda falta mais de um mês para o fechamento da campanha. Se o valor totalidade não for atingido, o disco vai transpor do mesmo jeito?
Vamos ver. M tudo uma grande novidade pra mim. Eu estou meio distante dos eventos e só a partir dessa semana vou me concentrar mais no projeto. Tenho trabalhado 14 horas por dia escrevendo o livro (só falta um capítulo) e gravando as músicas. Dá muito trabalho fazer tudo sozinho. Mas a felicidade que dá é muito grande. Preparei-me por 10 anos pra peitar essa.
Fonte:Rolling Stone Brasil