O dicionário oferece os seguintes sinônimos para a palavra “eclusa”: açude, comporta, dique, represa, “obra de alvenaria que, munida de comportas, forma uma câmara destinada a tornar navegável um curso de água”. Serve perfeitamente como metáfora para o ato de manipular, compor, desfazer, refazer o som no intuito de obter um determinado efeito ou resultado. Dificilmente outra imagem seria mais adequada para batizar o conteúdo desta colaboração. De um lado, o projeto do paulistano Carlos Issa (eletrônicos, guitarra, FX, arte), mais conhecido como Objeto Amarelo; de outro, o americano Rob Mazurek (trompete, eletrônicos). Pois não se trata simplesmente de um ...
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À primeira vista, Stellar Pulsations pode espantar o ouvinte acostumado aos hibridismos eletro-extáticos promovidos por Rob Mazurek, em virtude de sua aparência mais “tradicional”. Neste álbum de estreia do Pulsar Quartet, quarteto formado por velhos conhecidos do trompetista americano, tomamos contato com uma inflexão instrumental convencionalmente associada ao bebop dos anos sessenta. Este fora meu juízo a partir da primeira audição, ainda no ano passado, cercado de copos, garrafas e amigos ruidosos. Àquela altura, o veredito geral contrastava com a percepção atual: o primeiro, preguiçoso, se deu por satisfeito diante do pouco que ouviu; já o segundo, percebeu (aos poucos, ...
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Formado a partir de uma combinação do São Paulo Underground com o Starlicker, eis o primeiro rebento do octeto de Rob Mazurek. Batizado como Skull Sessions, o álbum traz uma leva de músicos com os quais Mazurek mantém colaborações regulares: o baterista John Herndon, o vibrafonista Jason Adasiewicz, o flautista Nicole Mitchell, Guilherme Granado nos teclados e eletrônicos, Carlos Issa (Objeto Amarelo) na guitarra e nos eletrônicos, Maurício Takara na percussão e cavaquinho e Thomas Rohrer na rabeca e no saxofone. Um time formado na base da amizade, o que se reflete na fluência com que passam do improviso à ...
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