Reggae latino da Alemanha, Raggabund traz sua mistura exótica ao Brasil
Imigrantes da África, do Caribe e da América Latina foram por muito tempo os portadores de uma cultura artística novidade e fascinante para os países desenvolvidos do setentrião. Ao longo de anos e anos, em uma das facetas da globalização que dá manifesto, a lógica se confundiu toda.
Projeto dá rouparia eletrônica ao repertório das novas bandas de São Paulo.
Um dos frutos dessa grande mistura é o grupo germânico Raggabund, que entre setembro e outubro deste ano estará na América do Sul. Eles passarão pelo Brasil para três apresentações gratuitas com os músicos do The Dubby Conquerors em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, além de um show com ingressos a preço popular em Salvador e de outro espetáculo em Porto Alegre, com detalhes ainda indefinidos.
Joss Stone mergulha em reggae e world music com novo disco Water To Your Soul.
Reggae, dub, ska, cumbia, salsa, hip hop e raggamuffin são as matrizes dos irmãos Paco Mendoza e Don Caramelo, que há 15 anos iniciaram a filarmónica no Sul da Alemanha, em Munique, e hoje cantam em germânico, inglês e espanhol.
Jota Quest anuncia lançamento de disco com participação de Stuart Zender, ex-Jamiroquai.
“Nossa mãe é peruana e nosso pai é paraguaio de origem alemã. Passamos os primeiros anos de nossas vidas no Brasil, na Argentina, na Nicarágua e em Honduras. E depois de mudarmos para Munique, viajamos sempre para o Peru e para o Paraguai para visitar parentes. Por isso a gente se sente em lar na América Latina”, diz Mendonza.
Elegemos 13 canções inesquecíveis que farão você ter saudade de Bob Marley.
Além dos trabalhos alternativos em que tomam frente – Mendonza emplacou a cumbia “La Frekuencia” no estrelado S Conselheiro do Crime, de Ridley Scott, com Brad Pitt, Penélope Cruz, Cameron Diaz, Javier Bardem e Michael Fassbender, de 2013 –, os irmãos acabam de lançar o terceiro disco com o Raggabund, Buena Medicina, depois de Erste Welt, de 2006, e Mehr Sound, de 2012.
Assista ao clipe de “Refugee”:
Trata-se do mais regueiro dos álbuns dos teuto-latinos, com espaço ainda para algumas viagens eletrônicas, porquê na versão dub de “Im Gestern”, e para mergulhos na América do Sul, caso da dançante “Chilling”. S clima praiano de Buena Medicina não afasta as letras do grupo das espinhosas questões da repudiação a refugiados na Europa e da legalização da maconha.
Serviço
Raggabund no Brasil
19/09 – São Paulo
Centro Cultural São Paulo (CCSP)
Sala Adoniran Barbosa
Rua Vergueiro, 1.000 – Paraíso
19h
Entrada franca
(Este show faz secção da programação do Mês da Cultura Independente)
26/09 – Salvador
Museu de Arte Moderna (MAM)
Av. Contorno s/n – Solar do Unhão
18h
Ingressos: R$ 7,00 / meia R$ 3,50
Informações: http://www.jamnomam.com.br.
27/09 – Brasília
Praça dos Três Poderes
20h
Entrada franca
16/10 – Porto Alegre
21/10 – Rio de Janeiro
Teatro Rival
Rua Álvaro Alvim, 33 / 37- subsolo – Cinelândia
21h
Entrada Franca
Fonte:Rolling Stone Brasil
Ney Matogrosso fala sobre homenagem no Grammy Latino: “Fiquei emocionado, mas o prêmio não vai mudar a minha vida”
Ney Matogrosso é um dos artistas em atividade mais cultuados do Brasil. São 71 anos de vida, mais de quatro décadas de carreira e 21 álbuns solo de estúdio. Do início revolucionário, quando foi membro do grupo Secos & Molhados, ao lançamento do DVD Atento aos Sinais – Ao Vivo, que chega às lojas em novembro, Ney sempre foi um artista inigualável. Por isso, ele receberá na noite desta quarta-feira, 18, durante uma cerimônia na 15° Edição do Grammy Latino, o prêmio especial pelo conjunto da obra.
“Logo vi que ali dentro a homossexualidade não era um tabu”, diz Ney Matogrosso sobre período na Aeronáutica.
“Na falar a verdade, eu fiquei surpreso ao saber que receberia essa estatueta”, conta Ney Matogrosso em entrevista à revista Rolling Stone Brasil. “Eu não fazia ideia de que eles estavam de olho no meu trabalho por lá. Talvez eu tenha pensado isso pelo fato de o Brasil parecer um país à margem da América Latina e eu não achei que a organização do Grammy estivesse de olho nas coisas que estou fazendo por aqui.”
Apesar de estar extremamente contente com o prêmio, Ney acredita que a honraria não repercutirá no Brasil. “Eu fiquei muito feliz. Mas eu acho que no Brasil um prêmio como esse não muda nada na vida do artista. Nos Estados Unidos ou na Europa, se uma pessoa ganha um Grammy, a carreira dela melhora em alguns sentidos. Mas por aqui não”. “Há algum tempo eu tenho observado isso”, explica o músico, antes de completar: “O prêmio não mudou a vida da maioria dos artistas nacionais que o ganhou e também não vai mudar a minha. Mas, mesmo assim, eu estou feliz”.
Ney Matogrosso, um homem sexual.
Ney Matogrosso acredita que o lançamento do disco Atento aos Sinais (2013) o colocou novamente sob os holofotes. “Eu acho que esse disco me trouxe um grande reconhecimento. Eu não sou um artistas que ganha muitos prêmios, mas recebi muitas indicações por esse trabalho. Ela foi lançado no ano em que completei 40 anos de carreira e esse reconhecimento todo encerra um ciclo de forma gloriosa. Sou um artista muito feliz e realizado.”
Sobre o CD e DVD Atento aos Sinais – Ao Vivo.
Dirigido por Felipe Nepomuceno, o trabalho registra o show que estreou em fevereiro de 2013 e rodou o país. O registro em vídeo é uma reprodução fiel do que os milhares de fãs que foram às apresentações da turnê tiveram oportunidade de vivenciar. No palco, Ney Matogrosso é um artista completo: com uma voz incomparável, uma dança freneticamente sensual e, sobretudo, o amor pela profissão.
“Eu tenho muito tesão pelo o que eu faço. Sou casado com o meu trabalho e acho que quando estou lá em cima, de frente para o público, isso fica muito claro. Eu só tive noção de como eu sou no palco ao ver essas imagens. Quando eu assisti o DVD pela primeira vez em eu fiquei um pouco assustado e pensei ‘nossa, quanta sexualidade’. Mas depois eu refleti e conclui ‘eu sou assim mesmo, não tenho motivos para esconder esse meu lado’.”
Após turnê, Ney Matogrosso lança disco e aposta em repertório de novos compositores.
Atento aos Sinais também mostra um Ney que está de olho nas novas gerações. O registro conta com compositores como Rafael Rocha (“Samba do Blackberry”, em parceria com Alberto Continentino), Dani Black (“Oração”) e Criolo (“Freguês da meia-noite”). O rapper paulista, contudo, parecer ser o preferido do cantor. “Eu gosto muito do Criolo. Ele é um grande artista e um grande compositor. Acho que temos muitas semelhanças e talvez isso tenha nos aproximado”, explica. “Eu comprei o primeiro disco dele, o Nó na Orelha, e fiquei encantado. Eu o ouvi diversas vezes e, então, decidi gravar uma versão de “Freguês da meia-noite”. Durante os shows, essa é uma das músicas mais aplaudidas. A reação da público ao conteúdo é sempre impressionante”, finaliza.
Fonte:Rolling Stone Brasil