“Sucesso é fazer o que você nutriz e viver disso”, afirma vocalista e guitarrista do Warpaint

P meio-dia em Los Angeles e Theresa Wayman, vocalista e guitarrista do Warpaint, está relaxando com a mãe dela em lar. Enquanto as duas almoçam juntas, a televisão está ligada e mostra um incidente de No Reservations, o reality show de culinária apresentado por Anthony Bourdain. “Eu adoro cozinhar”, diz Theresa, quando começamos a conversar.

Com mais de uma dez de existência – a margem se formou em Los Angeles em 2004 – o Warpaint carrega as marcas do promanação na sonoridade etérea, californiana e carregada de sensualidade. Diferente de outras bandas só de mulheres da atualidade, elas não trazem a raiva do Savages ou o pop do Haim: os vocais suaves em camadas e o ritmo envolvente são introspectivos, e a sensação a que remetem é muito mais próxima do transe do que da explosão.

Ao vivo, a hipótese é comprovada: absortas na música, as quatro integrantes se entregam, se divertem, e quase ignoram a plateia. Mas, mesmo com a pouca atenção que a audiência recebe, é impossível evitar ser puxado para o vórtex que a melodia cria, e a experiência é mesmo assim impressionante. P o público que vai até elas, não elas que vão até o público. “Nós viajamos e tocamos muito nos últimos anos, nos tornamos muito íntimas umas das outras, mais do que nunca. E com certeza melhoramos nossas apresentações ao vivo”, Theresa garante.

S ano pretérito foi um ano intenso para o Warpaint, começando com o lançamento, já em janeiro, do álbum novo, homônimo: “Acabamos escolhendo o nome porque realmente acho que nos encontramos nos últimos anos”, ela fala, indicando a atmosfera onírica, a sobreposição de vozes, os acordes menores e a melancolia do disco. “Eu estava muito interessada em música lenta e minimalista na idade, e isso foi muito importante. Nós nos perguntávamos: ‘Gostamos disso? Está sexy o suficiente?’ Uma vez, falamos isso em uma entrevista e, de repente, todo mundo assimilou e começou a falar que nossa música é sexy”. Outro indumentária repetido exaustivamente é a teoria de que o álbum é sobre paixão: “Eu acho que é auto-explicativo, mas bom, foi o que eu disse. Não sei se a Emily [Kokal, vocalista] diria o mesmo”.

S ano de 2014 também trouxe novas experiências, porquê uma parceria com o DJ e produtor Skrillex – “Foi dissemelhante de tudo que tínhamos feito, foi demais!” – e polêmicas. Em uma enunciação para a revista Q, Theresa alegou que “Todas as músicas no último álbum da Beyoncé a fazem parecer uma vagabunda e ela não precisa fazer isso. Ela é linda e talentosa, e ainda acham que isso é liberação!”. Sua sátira à hipersexualização das mulheres na indústria ainda trouxe Rihanna para a discussão.

“Eu acho que, pra você ser muito-sucedida porquê mulher na indústria músico, você precisa ter qualquer apelo sexual. Isso me incomoda, porque parece que é perpetuado, e não existem grandes estrelas ou bandas de mulheres que não fazem isso, logo, realmente parece necessário”, ela explica, percebendo de forma acurada a veras material de uma sociedade machista. Theresa falta, porém, em perceber as estruturas que criam e mantêm essa veras: “Eu não sei porquê isso pode mudar, eu acho que a gente entra no jogo. Acho que mulheres que têm um pouco a manifestar, mas são lindas e sensuais, acabam usando isso porquê única arma. Acho também que é nossa responsabilidade. P minha responsabilidade cultivar qualquer lado que não seja só isso. No Instagram eu conheço meninas deslumbrantes que só tiram fotos delas mesmas, tipo, elas precisam fazer isso sempre? Sei lá, posta uma foto de um pouco que você esteja lendo, que você esteja fazendo…”

Vinte e cinto anos depois do promanação do movimento Riot Grrrl nos Estados Unidos, mesclando música e frase artística e feminismo radical, a presença feminina ainda é subjugada até mesmo pelas mulheres do meio. Tobi Vail, baterista da filarmónica seminal Bikini Kill e ex-namorada de Kurt Cobain, ainda nos anos 1990 já havia proferido o quão cansada estava dessas mulheres que diziam que não gostam de se perceber porquê mulheres, mas porquê “artistas”. S que o movimento compreendeu já naquela idade é que a exigência de mulher é intrínseca à nossa veras social e, por isso, impossível de ser dissociada.

Kathleen Hanna, vocalista da mesma margem e posteriormente das bandas Le Tigre e The Julie Ruin, ainda refletia sobre os espaços a que mulheres eram relegadas e todas as leituras preconceituosas que advinham da exigência. Embora não reconheça o fenômeno completamente, até mesmo Theresa sente os efeitos: “Às vezes vamos tocar e todo mundo acha que a gente vai desapontar. Eles acham que, por sermos mulheres, não vamos saber tocar instrumentos muito. No término eles acabam nos respeitando porque percebem que a gente leva a sério o que a gente faz. Mas homens geralmente pensam que mulheres não são tão comprometidas quanto eles”. Forçando o material feminismo, Theresa logo recua. “Não me considero feminista, não palato de me categorizar”, é sua justificativa final.

Quando discute literatura, Theresa mantém o posicionamento: “Meus autores favoritos são Hunter Thompson, Tom Robbins e Kurt Vonnegut. Olha só, são três homens fantásticos, por que não existem escritoras que eu paladar? Simplesmente acho que existem mais homens que valorizam a própria mente e originalidade, que são inventivos e fazem sua reivindicação na vida. Mulheres não fazem isso”. P óbvio, porém, que isso expõe a visão limitada da artista: Jennifer Egan venceu em 2011 o prêmio Pulitzer pelo maravilhoso A Visita Cruel do Tempo, que discute sobre música, tecnologia e a passagem inexorável dos anos. Virgínia Woolf trouxe em seus (sensacionais) livros discussões e reflexões sobre temas profundos da existência e do ser. S Morro dos Ventos, de Emily Brontë, é considerado por Bataille porquê um dos melhores livros já escritos, “sendo certamente a mais bela e profundamente violenta história de paixão que existe”, nas suas palavras. A lista segue.

Por outro lado, Theresa apresenta uma maravilhosa lucidez ao descrever o que ela considera sucesso na atualidade: “Para mim, é fazer o que você governanta e viver disso.” E é impossível se falar do cenário que vivemos sem referir as mudanças drásticas na indústria músico, principalmente derivadas da internet, que têm porquê principal exemplo os serviços de streaming porquê Deezer e Spotify. Para Theresa, tudo isso é excitante: “Existem muitas oportunidades pra todo mundo que quer se envolver. Também palato do roupa de que não existe mais um jeito patente de fazer as coisas. Nós temos várias formas de lançar um álbum, não só trabalhar por um ano no disco, esperar algumas semanas pra lançar, fazer três meses de entrevistas e divulgação e em seguida um ano de turnê. Eu paladar que é mais livre”, esclarece, demonstrando a coragem e exaltação.

Ainda sobre música, Theresa lembra a visitante ao Brasil com carinho e comenta sobre retorno marcado para fevereiro de 2015 – data que posteriormente foi adiada. Contudo, segundo apuração, a possibilidade da vinda esse ano ainda é grande. Ela também confessa que adoraria fazer uma colaboração com Andre 3000 e que adora Kate Tempest, o Crush Songs da Karen S, Mac Demarco e Savages, evidente. Também cita Haim: “Mas paladar delas por motivos diferentes. Elas são musicistas e pessoas ótimas, mas não coloco pra tocar porquê faço com Savages”. S bom palato músico vem escoltado de boas notícias: “Nós já estamos trabalhando no próximo disco do Warpaint, um pouco cá, um pouco ali”. A gente agradece.

Fonte:Rolling Stone Brasil

Bob Dylan queria fazer disco com Beatles e Rolling Stones em 1969; entenda a história

Poucas pessoas na história do rock têm uma trajetória tão impressionante quanto Glyn Johns. Durante os anos 1960, o produtor e engenheiro de som trabalhou em discos dos Rolling Stones, dos Beatles, The Who, The Band, Neil Young, Eagles, The Clash e diversos outros. O novo livro dele, Sound Man, chega às lojas norte-americanas em 13 de novembro e está recheado de anedotas dos 50 anos de carreira dele.

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Talvez a mais surpreendente história venha do breve encontro dele com Bob Dylan em um aeroporto de Nova York. Johns estava viajando com o fundador da Rolling Stone EUA, Jann Wenner, que havia acabado de realizar a entrevista histórica dele com Dylan. “[Dylan] me perguntou sobre o disco dos Beatles que há pouco eu tinha trabalhado e fez elogios ao meu trabalho com os Stones durante os últimos anos”, escreve Johns. “Em troca, balbuciei sobre o quão havíamos sido influenciados pelo trabalho dele.”

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Dylan então soltou uma bomba. “Ele disse que tinha vontade de fazer um disco com os Beatles e com os Stones”, escreve Johns. “E me perguntou se eu conseguiria saber se os outros estariam interessados. Fui completamente derrubado. Dá para imaginar os três mais influentes artistas da música popular na década anterior fazendo um álbum juntos?”.

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Johns rapidamente começou a fazer ligações. “Keith e George acharam que seria fantástico”, escreve. “Eles topariam, uma vez que eram ambos grandes fãs de Dylan. Ringo, Charlie e Bill eram amigáveis à ideia desde que todos estivessem interessados. John não chegou a dizer um ‘não’ categórico, mas ele não estava tão interessado. Paul e Mick, ambos, disseram ‘de forma nenhuma’”.

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Não é preciso dizer, mas a ideia não se concretizou. “Eu tinha tudo planejado”, escreve Johns. “Iríamos separar o melhor material de Mick e Keith, Paul e John, Bob e George, e então selecionar a melhor seção rítmica entre as duas bandas para adaptar qualquer canção nas quais estivéssemos trabalhando. Paul e Mick estavam provavelmente certos, entretanto, eu teria dado tudo para levar isso adiante”.

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Johns não dá exatamente o recorte exato de tempo em que a história se passa, mas ele indica que Wenner estava editando a entrevista com Dylan quando eles se encontraram no aeroporto. Deve datar, portanto, do meio de 1969. Na época, Dylan estava começando a trabalhar em Self Portrait e estava se preparando para a performance com a The Band no festival Isle of Wight.

Fonte:Rolling Stone Brasil

The Who: “Temos uma música e vamos fazer um álbum inteiro”, diz vocalista

Em entrevista ao site do jornal britânico The Mirror, o vocalista Roger Daltrey sugeriu que o The Who ainda pode lançar um novo álbum de inéditas. “Temos um novo disco [a coletânea The Who Hits 50!] lançado. Faz 50 anos [do começo da banda] e passamos no teste. Fizemos uma música e vamos fazer um disco inteiro”, afirmou Daltrey. “É empolgante”.

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O frontman da banda britânica se refere à canção inédita “Be Lucky”, que será lançada como a primeira faixa da coletânea The Who Hits 50!, que chega às lojas em 27 de outubro. “Be Lucky” – produzida por Dave Eringa, com Zak Starkey na bateria, Pino Pallodino no baixo, e Mick Talbot no teclado – é o primeiro material inédito do The Who divulgado desde o álbum Endless Wire, de 2005.

Nova turnê
A turnê que celebra o meio século de existência do The Who começa pela América do Norte, em 2015. A banda – liderada pelo guitarrista e compositor Pete Tonwshend e por Daltrey – dará início à excursão em Tampa, na Flórida, no dia 15 de abril, e passará por 20 cidades até chegar ao fim da primeira parte em 30 de maio, em Forest Hills, no Queens, em Nova York.

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A segunda parte da turnê começa no dia 14 de setembro, em San Diego, na Califórnia e passa pelo Canadá e pela costa oeste dos Estados Unidos antes de se encerrar em 4 de novembro na Filadélfia. O setlist das apresentações percorre o icônico cancioneiro da banda por completo – das faixas do começo da carreira até os hits de Who’s Next e Tommy e chegando ao material mais recente.

Ouça “Be Lucky”

Fonte:Rolling Stone Brasil

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