Two and a Half Men: elenco e criador falam sobre a despedida da série
Depois de doze anos no ar, Two and a Half Men vai finalmente acabar. E com um grande suspense: há boatos de que Charlie Sheen voltará para fazer uma participação no episódio final, que vai ao ar no dia 19 de fevereiro nos Estados Unidos. No Brasil, a metade da última temporada estreia nesta sexta-feira, 23, no Warner Channel.
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Em evento realizado para jornalistas na semana passada em Los Angeles, o criador da série, Chuck Lorre, não confirmou, nem desmentiu o boato. “Não posso dizer como será, mas garanto que os fãs vão gostar”, afirma. A sitcom, que contava a história do ricaço mulherengo Charlie Harper (Sheen), seu irmão fracassado Alan (Jon Cryer) e o sobrinho Jake (Angus T. Jones), nunca conseguiu exatamente se recuperar do baque pelo qual passou há quatro anos, quando Sheen deixou o programa após brigas com Lorre. No lugar de Sheen, entrou o ator Ashton Kutcher no papel do bilionário Walden Schmidt, que manteve Alan na casa e leva uma vida parecida com a de Charlie.
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Lorre falou sobre a má fama gerada pelo acontecimento. “Seria inapropriado não reconhecer o sucesso que tivemos com Charlie e sou grato a ele”, diz. “Eu poderia ter sido mais legal. Aprendi nos últimos anos que não preciso ser um idiota para falar ‘não’”, afirma. Ele diz que não esperava que a série fosse durar sem Sheen. “Eu achava que não teria jeito”, confessa.
Já Cryer admite que ficaria feliz em ver Sheen no episódio final. “Gostaria de vê-lo de volta, seja na série ou na vida. Ele foi um ótimo amigo por oito anos”, afirma. “[A saída dele] foi um tanto agridoce. Eu fiquei triste em ver um amigo partir, mas me diverti muito nesses últimos quatro anos”, conta Cryer, que não tem planos futuros para a carreira dele.
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A série teve ainda mais problemas em 2012, quando Angus T. Jones postou vídeos na internet criticando o enredo e pedindo para que as pessoas não a assistissem – ele acabou deixando o programa oficialmente em março de 2014.
Na última temporada, já sem muita história para contar e sem o “meio homem” do título, Walden e Alan decidiram se casar para que pudessem adotar uma criança, em uma decisão de roteiro que fez até os fãs coçarem a cabeça. Lorre admite que o programa desvirtuou: “Virou uma coisa completamente diferente nos últimos quatro anos”.
Kutcher, que falou pouco durante a entrevista coletiva e não ficou para o “tête-à-tête” com jornalistas, desconversou. “As séries do Chuck, em geral, funcionam porque são baseadas no conceito familiar. Famílias que têm os mesmos problemas que a sua. As pessoas se identificam com isso”, afirma.
Os trabalhos das celebridades antes da fama.
No mesmo evento, Lorre falou ainda sobre as outras criações dele, The Big Bang Theory, Mike e Molly e Mom – ele diz estar se arriscando mais com a última, que estreou em 2013. No episódio inédito exibido com exclusividade durante as entrevistas, um personagem morre e o clima fúnebre faz o telespectador chorar mais do que rir.
O ator Jim Parsons, que interpreta Sheldon Cooper em The Big Bang Theory, rasgou seda para o chefe. “Acho que parte do sucesso dos programas de Chuck vem do fato dele ter sido músico antes de virar roteirista. Essas séries têm ritmo. É como se a risada tivesse um lugar certo para entrar. São como músicas pop”, opina.
Contudo, os atores admitem que raramente contrariam os roteiros. “Não, de jeito nenhum!”, falaram todos com cara de espanto, soltando risos nervosos que entregam que a má fama de Lorre talvez ainda tenha fundamento.
Simon Helberg (Howard) disse que ouvir a aprovação de Lorre é um alívio. “Quando Chuck ri dentro do estúdio, é uma sensação maravilhosa. Ele faz um som estranho, como se estivesse tossindo. Nunca pensei que eu fosse ficar tão feliz em ouvir alguém tossir.”
Fonte:Rolling Stone Brasil
Festival do Rio 2013: Mick Jagger, Bono e outros astros falam sobre o lendário “som de Muscle Shoals”
Em “Sweet Home Alabama”, clássico do Lynyrd Skynyrd, Ronnie Van Zant canta que “agora Muscle Shoals tem seus Swampers, conhecidos por pegar uma música ou outra/ Deus, eles me divertem muito, me animando quando estou triste”. Um verso que aparentemente não faz sentido algum, na verdade, fala sobro os músicos que comandavam a seção rítmica de um estúdio localizado em uma pequena cidade do Alabama, onde nomes como Aretha Franklin, Etta James e Wilson Pickett gravaram sucessos de suas carreiras, como mostra o belo documentário Muscle Shoals – Um Estúdio Lendário do rock.
O diretor, Greg “Freddy” Camalier, parece tão apaixonado pelo lugar quanto seus ilustres entrevistados. Por isso, começa mostrando longos takes da cidade, detalhes das estradas, o rio, a floresta. Demora até que o primeiro estúdio apareça. Antes, a aura do local é explorada, contando até com uma explicação mística sobre o poder do rio Tenessee ou, segundo as tradições dos nativos que ali moravam, o “rio que canta”.
Tudo muda quando Rick Hall entra em cena. Vindo de um passado pobre e de muita tristeza e rejeição, o norte-americano tornou-se, em suas próprias palavras, amargo e determinado. Assim, com grande esforço, abriu um estúdio na cidade de Muscle Shoals, encontrou uma músicos para formar uma seção rítmica de qualidade, os famosos Swampers, e tornou-se produtor.
A escalada e os desafios de Hall até atingir seu tão desejado sucesso são o principal mote do documentário. Embora sua primeira produção, “When A Man Loves a Woman”, de Percy Sledge, já tenha sido um sucesso e aberto os olhos dos donos de gravadora, muitos foram os percalços que o produtor teve que superar, como morte de familiares e contínuas rejeições.
Outro problema que assolava grande parte dos Estados Unidos se faz presente em Muscle Shoals. Como tudo acontece ainda na década de 60, os Estados Unidos, em especial o Alabama, ainda lidavam com uma dura segregação racial. Naquelas quatro paredes do estúdio de Hall, porém, brancos e negros eram amigos, colaboradores. Quando saiam para almoçar, olhares estranhos os acompanhavam.
Com o sucesso que as gravações feitas no estúdio faziam, criou-se a lenda do “som de Muscle Shoals”, algo que só era possível conseguir estando lá. Assim, nomes como Rolling Stones, Bob Dylan e Paul Simon foram atraídos até o local, gravando alguns de seus mais inspirados trabalhos. E a tradição segue até hoje, como mostra a bela performance de Alicia Keys que fecha o filme.
Confira os horários de exibição do filme:
TER (1/10) 17:00 Cine Santa
QUI (10/10) 15:40 Estação Botafogo 3
Fonte:Rolling Stone Brasil