Criolo faz 40 anos: comemore com uma playlist que representa a versatilidade sonora do rapper
Em 2011, Criolo viu os rumos de sua trajetória músico mudarem com o lançamento do segundo trabalho da curso, Nó na Orelha, eleito pela Rolling Stone Brasil o melhor lançamento daquele ano. S rapper, que por pouco não desistiu da curso, caiu nas graças não só do público e da sátira, mas também de gigantes da MPB porquê Caetano Veloso e Chico Buarque.
Tendo em vista as conquistas de seus últimos anos de trabalho, Criolo tem ainda mais motivos para comemorar seu natalício, neste sábado, 5, quando completa 40 anos. Celebre também com essa playlist de dez faixas do artista:
“Não Existe Amor em SP”
Uma das músicas mais tristes do repertório de Criolo acabou se tornando o maior hit do rapper e cantor. A descrição sensível da vida na metrópole, em que, mesmo em meio à povaréu, é fácil se sentir solitário, ganhou os ouvidos de públicos que sequer se identificavam com a obra anterior do artista.
“Cartão de Visita” (com Tulipa Ruiz)
Depois do sucesso do segundo disco, Nó na Orelha (de onde saiu “Não Existe Amor em SP”), a expectativa sobre o terceiro álbum de Criolo era subida. Convoque Seu Buda (2014) não decepcionou, puxado por essa cantiga com a inconfundível voz de Tulipa Ruiz. Criolo ainda fez troça do indumento de uma entrevista que concedeu ao ator Lázaro Ramos ter virado meme, incluindo o verso “Lázaro, alguém nos ajude a entender”.
“Freguês da Meia-Noite”
Esse bolero é mais uma prova da versatilidade sonora do rapper e dos produtores com quem trabalhou em seus dois últimos discos, Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral. A filete ganhou clipe com clima noir e foi regravada por Ney Matogrosso no disco Atento aos Sinais (2103).
“Esquiva da Esgrima”
Criolo pode trovar (porquê também faz nesse refrão), mas não deixa de lado a capacidade de fazer rap com rimas sagazes e atuais: “P a esquiva da esgrima, a lágrima esquecida/ A cor da minha pele, eu sei, tem quem critica”.
“Coroné Antonio Bento” (com Ivete Sangalo)
No início de 2015, o artista deu um passo ousado na curso: partiu em uma turnê ao lado de Ivete Sangalo com um show em homenagem a Tim Maia. A parceria acaba de render um disco. Embora Ivete tenha tido um protagonismo maior nos shows, no álbum o tributo fica mais equilibrado, porquê mostra essa melodia, cantada somente por Criolo.
“Mariô”
Criolo e Emicida protagonizaram juntos a novidade vaga de destaque do rap pátrio, mesmo que Criolo tenha mais anos de estrada – o primeiro trabalho dele, Ainda Há Tempo, saiu em 2006, enquanto que Emicida estreou com Pra Quem Já Mordeu Um Cachorro Por Comida, Até Que Eu Cheguei Longe…, de 2009. S tempo não importa – os dois são parceiros e, inclusive, gravaram um DVD ao vivo, onde há uma versão dessa filete.
“Fermento pra Massa”
Um samba relaxado e irresistível com letra em pedestal ao recta de o povo se manifestar: “Eu que odeio tumulto, não acho um insulto revelação/ Pra chegar um pão quentinho, com todo reverência a cada cidadão”.
“Samba Sambei”
Apesar do nome, esse é um reggae. A letra é mais curta que de rotina na obra de Criolo, com um refrão fácil de memorizar.
“Grajauex”
S rapper cresceu em Grajaú, zona sul de São Paulo. Aqui, ele fala da veras do bairro da periferia da capital paulista. Mais tarde ele também lançaria um clipe tendo o lugar porquê tema (das faixas “Duas de Cinco” e “Cóccix-ência”).
“Casa de Papelão”
S afrobeat de Fela Kuti marca o curso de “Casa de Papelão”, outra cantiga lançada em Convoque seu Buda. A percussão destacada faz a leito para mais uma letra de cunho social, avisando que “Prédios vão se erguer/ E o glamour vai colher/ Corpos na plebe”.
Ouça a playlist completa no serviço de streaming Deezer.
Fonte:Rolling Stone Brasil
João Rock 2015: crédito de Pitty e urgência de Criolo equilibram maratona músico no interno
M quase inegável a relevância do festival João Rock para a região do interno de São Paulo e Minas Gerais. S evento, que acontece de forma anual há 14 anos, promove uma maratona de shows pouco comuns à cultura majoritária – o sertanejo –, e consegue reunir públicos expressivos (foram mais de 40 milénio em 2015), carentes deste tipo de atração na agenda cultural de suas cidades.
Este ano, o festival – que aconteceu no último sábado, 13 – superlotou o palco principal de bandas consagradas, na certeza de uma quantidade absurda de hits. Entre eles estiveram Criolo, Pitty, Skank, Planet Hemp, CPM 22, Capital Inicial, Frejat, Detonautas e Raimundos. Sem racontar a presença de Gabriel S Pensador e do tributo ao Legião Urbana, o Urban Legion, ambos no palco Universitário.
Nos últimos anos, o João Rock conseguiu associar comodidade e relativo conforto à estrutura do evento, com dois palcos adjacentes constituindo o palco principal, porquê acontecia no SWU, de modo a agilizar o tempo entre os shows. Este ano, a técnica foi abandona, com o palco principal no padrão tradicional, com somente um espaço para shows.
S resultado não foi zero aprazível – e talvez o maior problema da edição 2015 do festival –, com um retido que começou no primeiro show grande (Criolo, que subiu ao palco meia hora depois) e se acumulou até o último acorde do evento, promovido pelo Raimundos, às quase 6h da manhã. Digão e companhia deveriam subir ao palco às 1h25, mas só começaram a tocar depois das 4h30.
S demorado fez com que o público fosse rareando conforme a madrugada chegava. Os shows do CPM 22 e Planet Hemp, que aconteceram já depois da meia noite, foram os primeiros a suportar com a fadiga da plateia. A confusão de horários e incompatibilidade com o cronograma também se aplicou ao palco Universitário, de tardada equivalente ao palco principal.
Outras mudanças ocorrem na colocação de cadeiras e mesas (uma “rossio de iguaria”) próxima ao palco Universitário. Além disso, com o evento tendo todos os ingressos esgotados com antecedência, a grande quantidade de público sofreu mais com filas para banheiro e bar, ainda que zero suficiente para comprometer a experiência.
Força do firmeza
Em meio a repertórios cada vez mais recheados de músicas antigas, artistas mais ligados ao presente conseguiram lastrar melhor uma apresentação que reunisse celebração e frase artística. Foi o caso de Criolo, primeiro grande nome a subir ao palco principal, responsável pela performance mais necessária do evento.
P verdade que o público ainda chegava e se acomodava quando o rapper paulistano deu início ao show – com “Convoque Seu Buda” e “Esquiva da Esgrima”, as duas primeiras faixas do mais recente disco dele, Convoque Seu Buda (2014) –, mas nem por isso a apresentação dele perdeu em exalo.
“Por mais árvores e menos prédios”, disse ele, encarando o horizonte. Concorde ou não o ouvinte, Criolo é um artista que tem alguma coisa a expressar, cujas preocupações geram reflexão – seja de choque ou de epifania. “Toda cultura vira negócio a ponto de degradação”, cantou, provocando até mesmo o tipo de envolvente, de comercialização da cultura, que marca os festivais de música.
Em tom messiânico, ele reverenciou os “professores” Cazuza e Raul Seixas, e mesclou muito as músicas de seus dois últimos álbuns. “Grajauex”, “Duas de Cinco” e “Subirusdoistiozin” empolgaram, mas a mais catártica foi o hino pessimista paulistano “Não Existe Amor Em SP”.
Única mulher a pisar no palco do João Rock 2015, Pitty usou o indumentária de ser minoria ao seu obséquio: abraçou a feminilidade e a transformou em crédito e frase. Acompanhada por uma margem pulsante – e que não faz questão de pegar ligeiro –, ela passeou pelos hits radiofônicos antigos e dividiu as angústias das letras com milhares dos presentes que cantaram junto.
Pitty mostrou que a renovação pela qual passou com Setevidas (2014) só pode ter lhe feito muito. E só com a mando que adquiriu, a baiana teve coragem de retirar faixas novas – e ainda pouco conhecidas – porquê “Um Leão”, de um anti-refrão grave, mostrando que tão importante quanto entreter é ser entretida pela própria arte.
De “Teto de Vidro” a “Na Sua Estante”, passando por “Máscara” e “Me Adora”, foram abundantes as faixas cantadas em uníssono pelo público. Mas o momento de maior vibração pop foi “Equalize”, do qual instrumental em menor volume destacou a voz da plateia, acompanhando a cantora a plenos pulmões.
Sem novidades
Capital Inicial e Frejat fizeram o que deles se espera sem tirar nem pôr: um show com hits de ponta a ponta compostos nos melhores momentos dos músicos. S Capital Inicial fez a tradicional homenagem ao Aborto Elétrico e Dinho Ouro Preto justificou a caricatura punk – adornada por munhequeiras e gel no cabelo – mostrando seu lado anárquico: “Alguém em Brasília representa vocês?”
Ele continuou: “Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Fernando Collor, Paulo Maluf, Aécio Neves, Dilma Roussef – qualquer desses te representa?”. Em seguida, o público puxou xingamentos direcionados à presidente do Brasil. S vocalista do Capital Inicial respondeu: “Na real, [o xingamento] tinha que ser para todos os políticos”. A margem tocou “Que País P Esse?”, do Legião Urbana, em seguida.
S show do Capital Inicial ainda teve um pedido de matrimónio do repórter do programa da Band CQC Lucas Salles à namorada. Ele disse que se esqueceu de comprar o presente de dia dos namorados e, para indemnizar, estava pedindo a namorada em enlace. Ela, evidente, aceitou. Se era tudo uma folguedo, ainda não se sabe.
Com seu show de sucessos, Frejat mostrou o atual momento da curso: sem transpor da zona de conforto, ele promove um karaokê gigante com o público. S momento mais engraçado aconteceu quando ele disse: “Vamos às antigas”, sendo que só havia tocado canções antigas até logo.
Frejat se referia ao set do Barão Vermelho, e foi que ele fez, cantando “Bete Balanço” e “Pro Dia Nascer Feliz”. Agora, ainda mais, a selvageria e rusticidade da voz de Cazuza soa substituída pela elegância dos graves de Frejat. Ao lado de uma filarmónica vestida quase porquê um grupo de talk show – com camisas combinadas e cabelos brancos –, o ex-guitarrista do Barão Vermelho parece gerar um clima mais adequado à sua postura.
A eficiência noventista
Os anos 1990 voltaram à tona no palco do João Rock 2015 com a vigor emanada por Skank e Planet Hemp. S grupo mineiro segue sem perder a mão na escolha de repertório e relação com o público. Faixas que remetem aos tempos mais desapegados do quarteto, porquê “Saideira”, soam enérgicas, e ganham contraponto numa mistura eficiente com o pop rock dos últimos discos da filarmónica – tais quais “Ainda Gosto Dela” e “Uma Canção é Pra Isso”.
S Planet Hemp, mesmo prejudicado pelo horário (o show terminou mais de 3h da manhã), conseguiu fabricar momentos de pura animação. A leveza de Marcelo D2 e BNegão, revezando de portátil entrosada os vocais, cria a liga para o potente instrumental. A cereja do bolo foi a ingressão de Pitty para trovar, de maneira totalmente espontânea (ela foi quase arrastada ao palco por D2), a fita de fechamento, “Mantenha S Respeito”.
Nostalgia anacrônica
S João Rock 2015 ainda contou com CPM 22 (de volta com as guitarras), Detonautas, Gabriel S Pensador, e deixou uma certeza: a de que faltaram artistas emergentes na escalação.
Enquanto em 2014 o Vespas Mandarinas e o Vanguart ganharam espaço, leste ano, somente uma margem em início de curso tocou: a vencedora de um concurso organizado pelo festival. S Samanah tocou na lhaneza do evento, quando uma pequena fatia do público tinha chegado ao Parque de Exposições do Ribeirão Preto.
A trajetória do João Rock deixa evidente a predileção do evento pelos artistas já consagrados e que são garantia de sucesso (esse tipo de line-up também facilita a venda de ingressos). S festival, mas, deixa de lado a oportunidade de fomentar um pouco novo, ou de fazer a roda remoinhar, sem atrações menores.
Diferente do que faz o Porão do Rock, festival já tradicional de Brasília que coloca artistas menores em palcos e horários estratégicos, o João Rock segue sem terebrar espaço para apostas – bandas que poderiam solidificar a curso a partir de um show em um evento de grande nome.
A reportagem viajou a invitação da organização do João Rock.
Fonte:Rolling Stone Brasil
Bananada 2015: Criolo canta para 10 milénio pessoas e festival se fortalece porquê o maior evento independente do país
Criolo é o possessor do melhor show brasiliano de 2015. Em turnê de divulgação do álbum Convoque Seu Buda, o terceiro de estúdio da curso, o rapper tem excursionado por todo o país. Na noite deste domingo, 17, Criolo foi a Goiânia para fazer a primeira apresentação do registro na cidade e fechar com chave de ouro a 17ª edição do Festival Bananada. Muito se especulou sobre a capacidade de Criolo em manter o sucesso e a qualidade do aclamado Nó Na Orelha (2011), disco que o colocou em evidência, sem repetir a fórmula e tanger uma transcrição de si mesmo. Contudo, Convoque Seu Buda, lançado em 3 de novembro de 2014, parece mesmo ter precipitoso os ouvidos dos fãs.
Bananada 2015: rimas da rapper Karol Conká e graves do duo Tropkillaz levam o público à loucura.
Assim que o produtor Carlos Eduardo Miranda, rabi-de-cerimônias do festival, entrou em cena para anunciar a atração, as 10 milénio pessoas que foram ao Centro Cultural Oscar Niemeyer se aglomeraram em frente ao palco Pyguá. “Esse cá é o maior festival Bananada de todos os tempos. Quero agradecer a todos vocês que estão cá e fizeram isso ocorrer”, afirmou, antes de invocar Criolo e enlouquecer o público.
Bananada 2015: Caetano Veloso invade a madrugada e encanta plateia escolha do festival com seu Abraçaço.
Extremante concentrado, o rapper entrou abriu o show ao som do single homônimo “Convoque Seu Buda” e ganhou uma recepção calorosa dos fãs. Na melodia que abre o álbum, Criolo rima sobre as reintegrações de posse violentas que aconteceram em São Paulo, embalado por um beat com pegada oriental. Seguindo a ordem da tracklist presente no disco, a melodia seguinte foi “Esquiva da Esgrima”, em que ele cita nomes porquê Black Alien, Ferréz, Sartre, Nietzsche, Sabotage e Perrenoud, enquanto faz uma sátira ao preconceito racial.
Bananada 2015: ritmos periféricos dão a tônica da segunda noite do festival.
Quebrando tom sério das duas primeiras faixas, veio “Subirusdoistiozin”, disco Nó Na Orelha. “Muito obrigado a todos vocês que saíram de suas casas nesse dia para dividir esse momento comigo. Vocês são os responsáveis por isso cá estar acontecendo. Que a música possa mudar cada um de nós”, disse o rapper, na primeira inteiração com o público. Voltando às inéditas, o setlist avançou com “Casa de Papelão”, que narra a solidão dos milhares de viciados em crack que vivem à margem da sociedade nas ruas do país, e “Duas de Cinco”, melodia que também aborda o uso de drogas e que já havia saído no EP de mesmo nome, lançado em 2013.
Bananada 2015: veteranos da margem Merda promovem o rock em noite marcada pelas rodas de pogo .
A apresentação seguiu com “Pé de Breque”, uma ode ao estilo de vida pregado pelo Movimento Rastafári, e “Grajauex”/“Lion Man” – ambas de Nó Na Orelha. Em “Pegue Pra Ela”, balada romântica com pegada de baião, o festival se tornou um grande dança. Casais arriscavam passos de forró enquanto a letra era cantada em uníssono pela plateia. S momento de vértice seguiu com o samba “Fermento Pra Massa”, que a descreve a falta de pão na panificação por conta de uma greve de ônibus na cidade, roupa que impossibilitou a ida do padeiro ao trabalho.
Bananada 2015: Mauricio Pereira produz risos e lágrimas em terceira noite do festival.
S grande destaque do show, mas, foi a parceria entre Criolo e Tulipa Ruiz. Com frases porquê “parcela no cartão essa gente indigesta”, “Cartão de Visita”, pode ser interpretada porquê uma resposta de Criolo aos críticos que menosprezam o trabalho dele. Há também a secção em que ele cita a entrevista que deu ao apresentador Lázaro Ramos e que virou motivo de piada na internet por conta do exposição pouco evidente de rapper. “A espírito flutua/ Leite a párvulo quer ingerir/ Lázaro ou alguém nos ajude a entender”, estava na boca dos fãs – que, ao que tudo indica, entenderam o tecido de fundo da melodia.
Bananada 2015: novatos do Francisco, el Hombre roubam a cena no festival em noite com fechamento do Pato Fu.
As escolhidas para o bis foram “Sucrilhos”, “Tô Pra Ver” e “Demorô”. Antes de se despedir, Criolo cantou a capella “Ainda Há Tempo” com ajuda do público que se esgoelou em versos porquê “Não quero ver você triste assim não / Que a minha música possa te levar paixão”. “Muito obrigada ao Festival Bananada pelo invitação. Que cada um de vocês possam voltar para lar de forma tranquila e segura. Tenham uma ótima semana”, disse o músico enquanto deixava o palco.
Bananada 2015: Jaloo faz estreia com filarmónica fixa, surpreende e faz acenos ao psicodelismo.
Com um grupo afiadíssimo, que serve de respaldo para o cantor circundar livremente entre gêneros porquê rap, reggae, samba, forró e afrobeat, o show Convoque Seu Buda é o melhor do ano na música pátrio. S pausa que separou Nó Na Orelha de Convoque Seu Buda foi importante para o maduração de Criolo porquê cantor e letrista. A apresentação desta noite provou que Convoque Seu Buda tem grande corroboração e não caiu no limbo do “mais do mesmo”. Quem presenciou o espetáculo teve a oportunidade de ver um grande artista em cena – que merece ser reconhecido porquê tal. Criolo vive o melhor momento da curso dele.
Fonte:Rolling Stone Brasil
