Feirão de 1 milhão de discos vai se transformar em centro cultural na Mooca

photo 4

Uma página no Facebook funciona como isca: “Feirão 1 milhão de vinis, qualquer LP por R$ 5″. Seguindo o endereço publicado na página (r. da Mooca, 2631) , fui com a editora de vídeos do Virgula, Mariana Metri, ver que lugar era aquele afinal.

Originalmente, o lugar se chama Sebo Jovem Guarda, mas acabou ganhando o apelido de Feirão de Vinis, por conta do buchicho que os anúncios no Face têm causado. Na primeira vez que rolou, em março, foram vendidos 9 mil LPs num único dia. E, a partir de então, o Feirão se repete a cada final de semana.

E o que eu vou contar agora vai fazer você querer ir até lá.

photo 1

Chegando no endereço, uma rua calma na Mooca, você vê de fora algo que parece um depósito de cacarecos. Mais de perto, alguns funcionários separam o joio do trigo ali mesmo, na porta. A funcionária Telma Passarelli, uma tiazinha style demais, te apresenta o lugar e recomenda: “temos luvas e máscaras descartáveis ali na entrada. Se você tem alergia ou rinite, é melhor usar”.

Você veste o “equipamento”, entra no galpão de pé direito gigante e não vê uma placa sequer. Em nenhum lugar há qualquer menção a organização dos discos por estilo, gênero, artista, nada. Então você se joga naquele mar de vinis e, a partir daí, cada um é responsável por sua própria viagem.

Tem muita porcaria? Lógico. Xuxa, Menudo, sertanejos, MPB farofa… Mas também tem muita coisa legal, edições nacionais de Talking Heads, Madonna, muitos Jean Michael Jarre, Harmony Cats, Donna Summer, Abba, Rita Lee, pop rock nacional, coletâneas de novela, trilhas de filme e, o melhor, coisas inacreditáveis e desconhecidas. Eu saí de lá armada até os dentes, comprei de Talking Heads a Alcione, passando por sons que eu nunca tinha ouvido falar.

Se você vai achar alguma raridade por lá e ficara rico vendendo no Ebay eu duvido muito. Mas que vai passar algumas horas muito divertidas da sua vida, isso vai.

photo 5

O dono desse playground de nerd é o engenheiro Manoel Jorge Diniz Dias, mais conhecido como Manezinho da Implosão, o cara que mandou pelos ares construções famosas, do Carandiru, em São Paulo, ao edifício Palace 2 (aquele feito de areia), no Rio.

Manezinho começou a montar seu acervo em 2001, após uma tentativa frustrada de entrar no ramo da moda feminina, quando comprou cinco carretas de roupas. O negócio se mostrou um fracasso, e ele começou a trocar as roupas por livros, discos, quadros, móveis e objetos de decoração. Foi aí que ele resolveu alugar mais galpões e encarar as trocas como um negócio.

“Em seguida conheci um cara que tinha milhares de vinis e procurava um terreno. E eu queria comprar vinis e vender um terreno. Pronto”, conta o super boa-praça Manezinho. Numa única compra, ele levou 200 mil LPs. Empolgado, passou a viajar pelo país em busca de outros discos.

Agora que já contei um pouco, dá uma olhada no vídeo abaixo pra entender o que o levou a abrir não apenas um, mas três sebos gigantes na Mooca. Os três espaços farão parte em breve do que ele chama de Casarão do Vinil, sebo que pretende ser também um misto de centro cultural na região da Mooca.

 

Fonte:Todo Dj já Sambou

The Wall Ride Project leva intervenções artísticas ao centro de São Paulo

Em 29 de setembro será lançado em São Paulo o Wall Ride Project, que vai levar arte em grande escala às pessoas que passarem pelo centro da cidade, gratuitamente. O projeto consiste em intervenções de artistas da cena urbana paulistana em um muro em frente a um dos cartões postais da cidade, o edifício Copan, no centro. O lançamento será a partir das 16h e terá um coquetel para convidados no local e discotecagem dos DJs Suissac e Will.

O artista Sesper, sucesso nas edições mais recentes da SP-Arte e da ArtRio é o primeiro artista convidado a ativar o painel, que receberá novas intervenções a cada dois meses e irá promover o intercâmbio entre artistas brasileiros e de outros países (Japão, Estados Unidos, Europa), promovendo a arte pública. Os próximos convidados são o artista plástico e grafiteiro Onesto, reconhecido como um dos mais importantes artistas de rua da cidade, e Alê Jordão, artista plástico idealizador do Wall Ride Project. A arte de Sesper fica exposta até 29 de novembro, quando um novo trabalho será criado no local.

O espaço escolhido pelo Wall Ride Project foi o estacionamento Cappark localizado na Avenida Ipiranga, na República, que atualmente encontra-se depredado. Estima-se que 500.00 pessoas circulem todos os dias no local. O projeto terá um site oficial (www.thewallrideproject.com), que será lançado junto com o muro. Nele, o usuário poderá encontrar fotos e vídeos de cada artista e da exposição, mostrando o desenvolvimento de cada um dos trabalhos. O projeto é uma criação do artista plástico Alessandro Jordão, com consultoria e execução da agência Branding Cincoum.

A proposta é convidar artistas de diferentes estilos, como graffiti, colagem, design e fotografia para deixarem sua arte no muro. Também será instalada iluminação própria no local para que a intervenção possa ser apreciada de dia ou à noite, o que também irá ajudar na segurança da região. Segundo Alê Jordão, essa é uma maneira de promover e divulgar e arte pública. “Acreditamos que a arte conecta e comove pessoas de todas as idades despertando o interesse não só nas artes plásticas, mas em tudo que ela representa”, explica.

O mural foi inspirado no Bowery Wall, em Nova York, projeto de 2008 que fez de uma das maiores paredes dos Estados Unidos um mural que já recebeu intervenção de artistas, como OSGEMEOS e Shepard Fairey, conhecido também como Obey.

Sobre Sesper
Alexandre “Sesper” Cruz passou grande parte de sua adolescência andando de skate, criando fanzines e gravando fitas K7 em Santos, SP. Depois de integrar diversas bandas independentes, no início dos anos 90, inicia o grupo Garage Fuzz, no qual é vocalista até hoje, além de manter outros projetos musicais. Em São Paulo, passou a intervir nas ruas com adesivos e pôsteres, adotando o pseudônimo Sesper, enquanto também difundia sua arte através de estampas de camisetas para marcas de streetwear e capas de discos para selos independentes ou grandes gravadoras, entre outros produtos. Em paralelo, desenvolveu trabalhos em atelier que passaram a ganhar visibilidade em espaços expositivos.

A matéria prima de suas colagens rasgadas, geralmente orientadas pelo desenho e complementadas pela pintura, podem vir de coleções preciosas de revistas, zines, discos e cartas, assim como de trabalhos que produziu digitalmente e foram impressos em processos industriais para outros fins. Sesper também atua como curador, sendo um dos fundadores do seminal espaço expositivo Most e tendo participado da curadoria da mostra itinerante TRANSFER. Como documentarista/ videomaker, dirigiu “RE:Board”, o resultado de uma extensa pesquisa sobre a história da arte nas pranchas de skate brasileiras, que também se tornou exposição no Brasil e nos Estados Unidos. Trabalhos de Sesper, representado pela Galeria Logo, integram coleções de instituições de renome, como Itaú Cultural e Instituto Figueiredo Ferraz. Mais informações sobre o artista: www.sesper.com

Sobre Alê Jordão
Alessandro Jordão nasceu em São Paulo em 1973. Em 2000, criou o estúdio Mãos, onde produziu suas primeiras peças. Em 2001, graduou-se em Artes Plásticas com especialização em graffiti aquarela pela Faap, e estudou na Domus Academy, em Milão, na Itália. A partir de 2002 participou de diversos eventos internacionais de arte e design. Em 2010 incorpora em seu trabalho matérias-primas e referências industriais criando o Estúdio Ale Jordão. A partir dessa data, inicia sua carreira solo.

Recebeu os seguintes prêmios: Melhor Conceito de Arte Contemporânea Brasileira/ MUBE, em 2002; Prêmio de Arte Contemporânea de Roma/ Guiseppe Selvage, em 2002, e Salone Satellite/ Milão, em 2008. Mais informações sobre o artista: www.alejordao.com

Sobre Onesto
Alex Hornest, também conhecido como Onesto, é pintor, escultor e artista multimídia, nasceu em São Paulo em 1972, começou sua trajetória artística na década de 1990 nas ruas fazendo graffiti  e documentando a cena local em vídeos/documentários nas séries "A Invasão e Sujo" em parceria com Marky Borsky. Tem publicado o livro “Onesto (Alex Hornest)”, que traz uma compilação de trabalhos do artista, com muitas ilustrações, fotos e textos que contam um pouco sobre sua trajetória.

Lançamento “The Wall Ride Project”
Local: Avenida Ipiranda, 120, República, São Paulo
29 de setembro às 16h
Período expositivo: de 29 de setembro a 29 de novembro
E-mail: [email protected]
www.thewallrideproject.com

Fonte:Blog Balada CERTA

Mude para versão para dispositivos móveis deste site