Festival MPB: parceria inédita entre Gilberto Gil e Marisa Monte rouba a cena na estreia do evento
Um time de verdadeiras estrelas da música brasileira desfilou pelos dois palcos armados no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, neste sábado, 13, como atrações da primeira edição do Festival MPB. Idealizado pelos empresários Carla Bensoussan, Flora Gil, Juliana Cavalcanti e Augusto Acioli, o evento pretende se estabelecer como a marca registrada da temporada de verão no Recife.
A ideia surgiu após o grupo constatar que a região é carente de festivais do gênero. Além disso, Olinda e Recife são cidades que recebem um grande número de turistas nessa época do ano. A infraestrutura local também foi um fator que fez os investidores escolherem a capital pernambucana em detrimento de outras cidades do nordeste.
Entre as oito atrações escaladas para sábado, o destaque, sem dúvida, ficou por conta do encontro inédito entre Gilberto Gil e Marisa Monte. Com um show “Gil & Marisa”, preparado exclusivamente para o Festival MPB, a dupla encantou o público com os maiores hits do repertório de cada um deles.
Antes de subir ao palco, Marisa Monte usou as redes sociais para falar sobre a parceria com Gil: “Há alguns meses fui convidada para um encontro musical com o Gilberto Gil. Foi uma noite mágica, em que, pela primeira vez, pude escutar o Gil, com o violão no colo, tocar alguns dos sambas magistrais do repertório do João que ele havia acabado de gravar no seu então inédito Gilbertos Samba”.
Em cena, a sintonia entre a dupla é visível. Ao som de faixas como “Panis Et Circenses”, de Caetano e Gil, mas que foi regravada por Marisa no disco ao vivo Barulhinho Bom – Uma Viagem Musical, e “Balança Pema”, de Jorge Ben Jor, a dupla encantou o público e supriu toda a expectativa gerada pelo encontro de dois grandes nomes da música nacional, que, mesmo de gerações diferentes, se completam perfeitamente.
Arnaldo Antunes, que havia se apresentado minutos antes, também foi convidado para subir ao palco. Ao lado de Marisa e Gil, ele relembrou os tempos do grupo Tribalistas – que também contava com Carlinhos Brown – e cantou os hits “Velha Infância” e “Passe em Casa”. Giberto Gil, marido de Flora, uma das organizadores do evento, aproveitou para agradecer a atenção dos fãs e afirmar que o Festival MPB foi feito por cada um que consome a música popular brasileira em Pernambuco.
O repertório ainda contou com canções conhecidíssimas do público como a versão de Gil para o clássico “No Woman No Cry”, de Bob Marley, “Esperando na Janela”, de Gil, “Segue o Seco”, gravação de Marisa, e “O Xote das Meninas”, de Luiz Gonzaga. “É uma honra dividir o palco com Gil. Foi uma noite histórica, muito obrigada por esse momento cheio de boas energias”, disse Marisa antes de sair de cena.
Mallu, Marcelo e Fred
Um dos destaques da música brasileira em 2014, a Banda do Mar foi uma das atrações mais aguardadas deste sábado. Com Marcelo Camelo, ex-Los Hermanos, a jovem veterana Mallu Magalhães, e o músico português Fred Ferreira, do Buraka Som Sistema, o trio lançou em setembro um disco homônimo com 12 canções e 44 minutos de duração.
A Banda do Mar mostrou as melhores faixas do primeiro discos de estúdio deles, que estavam na ponta da língua dos fãs próximos ao palco, e também hits da carreira solo de Mallu (“Velha e Louca”) e de Camelo (“Além do Que Se Vê” e “Morena”). “Muito obrigada pela atenção de vocês. Estamos extremamente felizes pro fazer o nosso primeiro show nessa cidade tão bonita”, disse Mallu antes de deixar o palco.
A força da Nação Zumbi
Vinte anos após o registro definitivo do movimento manguebeat, o disco Da Lama ao Caos, o Nação Zumbi ressurge com um álbum autointitulado, decorado com novas referências e arranjos incrementados.
Em casa, canções como “Defeito Perfeito”, “Cicatriz” e “Foi de Amor”, retiradas do disco homônimo lançado em julho deste ano, encontram espaço entre os clássicos da época de Chico Science, morto em 1997, – como “Manguetown”, e dos primeiros discos do grupo após a morte do ex-vocalista (a exemplo de “Blunt of Judah” e “Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada”).
Escolhidos para encerrar a noite, o grupo formado por Jorge dü Peixe (vocal), Lúcio Maia (guitarra), Nino “Dengue” Brócolli (baixo), Pupillo (bateria) e Gustavo da Lua (percussão), fez um show cheio de energia e técnica, que são a marca registrada da Nação Zumbi. No bis, o músico Seu Jorge, que acompanhava a apresentação de pertinho, entrou em cena com uma flauta para os clássicos “Da Lama Ao Caos” e “Quando a Maré Encher”.
Apesar de boa parte do público ter deixado o local após o show de Gil e Marisa, os fãs que permaneceram na arena foram presenteados por uma apresentação irretocável do grupo – que tocando em casa parece ser ainda mais explosivo. O esforço, definitivamente, foi recompensado.
Maria Gadú encerrando um ciclo
Escolhida para inaugurar o palco Recife, a cantora paulista Maria Gadú entrou em cena extremamente emocionada. O motivo: o show que acabara de começar seria o último de uma extensa turnê, que desbravou o país entre 2013 e 2014. Com a voz ainda embargada, ela cantou “O Tempo não Para” e “O Nosso Amor a Gente Inventa”, de Cazuza, canções que fizeram parte do especial “Maria Gadú interpreta Cazuza” – formatado sob a direção de Monique Gardenberg.
“Quero agradecer demais aos meus amigos e irmão de palco que me acompanharam nessa trajetória. Sem eles, eu não estaria aqui hoje. Encerrar um ciclo é sempre um misto de alegria e tristeza, mas todos nós estamos com a sensação de dever cumprido”, disse Gadu, que foi aplaudida com efusão pelo público. No repertório também estavam os hits “João de Barro”, “Linda Rosa” e “Dona Cila”. O destaque ficou por conta de uma cover incrível de “1406”, dos Mamonas Assassinas.
Prata da Casa
No palco “Olinda”, Tibério Azul fez uma apresentação exclusiva do primeiro álbum dele Bandarra, um trabalho que une músicas de pegada pop e arranjos que passam pelo folk, jazz e rock ao sotaque pernambucano.
Em São Paulo, Tibério Azul ficou conhecido por estar à frente do projeto Seu Chico, que resgata a qualidade da música brasileira nas composições de Chico Buarque, criando uma abordagem própria para a obra do cantor. As versões estão presentes no CD e DVD Tem Mais Samba.
Enquanto isso, o veterano grupo Mombojó chegou ao Festival MPB com um novo show, Alexandre, baseado no quinto disco dos pernambucanos, que foi gravado em três cidades diferentes – São Paulo, Fortaleza e Recife, – e masterizado em Londres.
Formado por Chiquinho (teclado), Felipe S (vocal), Marcelo Machado (guitarra), Samuel (baixo) e Vicente Machado (bateria), o Mombojó acumula 13 anos de estrada e cinco discos de estúdio. Extremamente à vontade, o grupo foi muito aplaudido pela plateia e fez um show memorável, que incluiu no repertório faixas antigas como “Amigo do Tempo” e “Papapa”.
Sobre o Festival MPB
O evento continua neste domingo, 14, novamente no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. O evento terá apresentações de Nana Queiroga e Ylana, Preta Gil e Mamelungos com Vanessa Oliveira, no Palco Olinda. As atrações do Palco Recife serão Lenine, Ana Carolina, Caetano Veloso e Seu Jorge.
Domingo, 14
PALCO RECIFE –
Abertura dos portões: 16h
17h40 – Lenine
19h50 – Ana Carolina
21h40 – Caetano Veloso
23h30 – Seu Jorge
PALCO OLINDA
17h – Nega Queiroga
18h50 – Preta Gil
21h – Mamelungos & Vanessa Oliveira
22h50 – DJ
Festival MPB
Dia 14 de dezembro (domingo) – às 16h
Centro de Convenções de Recife – Av. Professor Andrade Bezerra, s/nº – Complexo do Salgadinho
Ingressos: entre R$ 240 e R$ 500 (haverá meia entrada)
Mais informações
Fonte:Rolling Stone Brasil
Comic Con Experience: Jason Momoa, de Game of Thrones, rouba a cena em dia de novidades da animação
Quem vê o impiedoso Khal Drogo, da série Game of Thrones, ordenando a morte de seus inimigos, matando os desafetos com requintes de crueldade e estuprando sua parceira, mal imagina o quão engraçado é o seu intérprete, o ator Jason Momoa. Ele deu um show de carisma na tarde deste sábado, 6, quando participou do painel “Crônicas de Game of Thrones”, na Comic Con Experience.
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“Primeiramente eu gostaria de parabenizá-lo por esse corpo maravilhoso”, disse um fã ao microfone, para delírio do público presente. “Como ficar com o físico do The Rock [o ator Dwayne Johnson, conhecido por ser uma das celebridades mais musculosas da atualidade]?”, completou, em um momento em que a sessão de perguntas e respostas pegava fogo por conta das piadas de Momoa. “Coma mais carne, transe bastante”, respondeu o astro de Game of Thrones em tom de brincadeira.
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Realmente, o porte avantajado do ator impressiona. Com 1m93, barba espessa, cabelo comprido preso e óculos escuros, ele subiu ao palco como se fosse um astro do rock. Vestindo um lenço gaúcho, Momoa se disse apaixonado pela churrascaria Fogo de Chão e que não via a hora do evento acabar para voltar a comer uma bela peça de carne no restaurante. “Gaucho for life”, escreveu o ator em legenda de uma de suas fotos no Instagram.
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“Chorei muito quando você morreu [na série] e xinguei muito na internet”, disse outra fã. Para surpresa de todos, Momoa desceu do palco e deu um abraço amoroso na garota. Naquele momento, o ator já tinha conquistado todo o público presente no disputado painel (mesmo com os 2.000 lugares do “Auditório Thunder”, muita gente ficou de fora por conta do alto interesse no bate-papo com o astro).
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O brasileiro Lino Facioli, que interpreta Robin Arryn na série, se juntou a Momoa no meio do painel. Facioli, de apenas 14 anos, contou que tem poucas lembranças da infância em Ribeirão Preto (o ator se mudou com os pais para Londres quando ainda era muito pequeno) e arrancou risadas da plateia quando começou a responder em português a uma pergunta, sendo que precisava falar em inglês (em consideração a Momoa, que também estava no bate-papo).
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Sean Astin e Brad Dourif
Os atores de O Senhor dos Anéis Sean Astin e Brad Dourif, intérpretes de Sam Gamgee e Grima Língua-de-Cobra, respectivamente, também estavam presentes na Comic Con Experience, como participantes do painel “Lembranças da Terra-Média”.
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Astin não poupou elogios ao diretor Peter Jackson. “No set, ele se colocava no papel de todos os atores. Ele sabia o que queria mostrar”. Ainda relembrou com bom humor dos momentos que considera um dos mais engraçados da gravação da trilogia, quando o ator Christopher Lee (Saruman) tropeçava na barra de sua própria roupa e ele não conseguia parar de rir.
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Pixar
A Pixar provou que segue como a empresa mais amada no mundo da animação. Somente a aparição do logo da companhia no telão foi suficiente para deixar o enorme público presente no painel “A Divertida Mente da Pixar” completamente maluco.
Jim Morris, novo presidente da Pixar e produtor de sucessos como Ratatouille e Wall-E, apresentou em primeira mão para o público brasileiro os minutos iniciais de Divertida Mente, filme que estreia apenas em julho de 2015. A reação positiva da plateia é sinal de que a produção será mais um sucesso da companhia.
Divertida Mente se passa dentro da cabeça de uma garota e os personagens principais são figuras que vivem lá, comandando as reações dela em situações cotidianas. Raiva, Medo, Alegria, Nojinho e Tristeza têm tudo para ser os novos queridinhos das crianças no próximo verão norte-americano. Morris contou que a ideia do diretor, Pete Docter, veio quando observava o comportamento de sua própria filha, que era muito alegre até os 12 anos e depois virou uma pessoa emburrada.
No fim, ainda brindou a platéia com o novo curta da companhia, Lava, que será exibido antes de Divertida Mente nos cinemas. Como tudo da produtora, é um trabalho rico em poesia e visualmente impressionante.
Operação Big Hero
Outro filme que foi apresentado em primeira mão para o público da Comic Con Experience foi Operação Big Hero, o primeiro longa da Disney inspirado nos quadrinhos da Marvel Comics. O diretor Don Hall e o produtor Roy Conli contaram sobre o processo de criação e as referências visuais do filme. Clássicos como Blade Runner, o Caçador de Andróides e Akira foram citados como inspiração (bastante perceptível) em Operação Big Hero. O filme estreia nos cinemas brasileiros no dia 25 de dezembro.
Fonte:Rolling Stone Brasil