Psicodelia brasileira com “vocalista indiano”, Bombay Groovy prepara segundo disco
Por Lucas Borges
A Bombay Groovy não perde tempo. Enquanto sai em turnê que começou em 20 de abril, no Sesc Consolação, em São Paulo, para publicar oficialmente o primeiro álbum (homônimo), a margem psicodélica já pensa no próximo disco.
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“Surgimos em 2013, as músicas foram aparecendo lá e tudo está gravado desde 2014. Só que o lançamento foi muito marginal, impresso em gráfica. E temos novas canções aos montes, contamos com a sorte de ter mentes bastante criativas”, diz à Rolling Stone Brasil Jimmy Pappon, titular do órgão Hammond.
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Ele (o segundo de cima para ordinário na foto do topo da página) e o baterista Leo Costa (logo aquém) se juntaram ao grupo depois de Rodrigo Bourganos e Daniel Costa (o primeiro e o último na imagem, respectivamente). Os fundadores, por sua vez, conheceram-se através de uma “amiga indiana”, a sitar, que faz as vezes de vocalista do conjunto instrumental.
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“Rodrigo e eu tivemos o mesmo professor de sitar, somos roqueiros e temos lisura para essa música oriental. Queríamos fazer um som com essa influência. Eu fui para o plebeu e ele ficou na sitar por motivos estratégicos. Ele toca em pé, tem uma coisa de subversão da coisa toda. Até para não parecer zero oriental mesmo, só a influência”, conta Daniel Costa.
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S Oriente aparece no nome do grupo (Bombay é a cidade mais populosa da Índia) e graças à sitar, é um elemento determinante do som dos paulistanos. “Tocamos tudo em um tom só para a sitar ser o cantor da margem, porque é o que faz a melodia. Há muito a aprender com a música oriental pela questão dos silêncios, dos microtons e até para incrementar o rock, que já foi bastante deglutido”, acrescenta Daniel.
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Ainda assim, porquê muito ressalta o baixista, a margem não se limita a isso. As influências do trabalho de estreia, de samba e funk a rock psicodélico e progressivo, devem se ampliar daqui em diante. S multi-instrumentalista Rodrigo Bourganos (“um bom vivant”, nas palavras dos companheiros) viajou à Europa para tentar furar portas ao conjunto no Velho Continente, além de ingerir em fontes latinas e ciganas.
Estudiosos de música, Jimmy e Daniel citam artistas porquê Deep Purple, Frank Zappa, Mahavishnu Orchestra, Meshuggah, da secção do primeiro, além do pianista Claude Debussy e os jazzistas Bill Evans, Alice Coltrane e Pharoah Sanders porquê referências. A inspiração maior da Bombay, segundo Daniel, é o Led Zeppelin.
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Depois de ter estrelado palcos importantes em 2014, ao lado, inclusive, de Ian Anderson (líder do Jethro Tull), a Bombay Groovy garimpa apresentações mundo afora, na Europa, na Califórnia e também em lar – eles esperam ser uma das atrações deste ano da Virada Cultural de São Paulo.
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A turnê do disco de estreia será realizada concomitantemente à produção do segundo álbum, mais “profissional”. “Vai continuar sendo um álbum todo instrumental. Eu diria que em qualquer momento do segundo semestre vai transpor. P um duelo nosso suprir essa falta do background de ter lançado por um selo, uma gravadora. Essa sem incerteza é a meta: lançar com um código de barras certinho, para entrar em livrarias, em lojas de disco e para ser uma forma de divulgação. Catalogamos vários selos, entregamos encartes em uma feira e estamos em contato com alguns”.
Fonte:Rolling Stone Brasil