Influenciada pela bass culture, Lurdez da Luz se reinventa em turnê
Nesta sexta-feira (7) a MC Lurdez da Luz faz seu show paulistano de sua nova turnê, que começou em Belo Horizonte no fim de novembro e já passou por Porto Alegre. Batizada sugestivamente de “Levante” – também nome da faixa que a cantora lançou neste ano, ouça abaixo – a tour marca mais uma reinvenção sonora de Lurdez.
Se por um lado não é uma ruptura radical com suas raízes no hip hop, a MC se aproveita da parceria com Alexandre Basa (Instituto) para incorporar elementos digitais da, como ela mesmo define, “bass culture do terceiro mundo” – termo guarda-chuva que reúne diferentes matizes da música para dançar produzida nas periferias do mundo, do kuduro angolano à cumbia digital latino-americana.
A reboque dessa nova musicalidade, também parece transparecer uma nova persona de Lurdez, mais ousada, sexy, um pouco baladeira, porém também politizada e consciente – sai a garota moleca vestindo moletom largo, em troca de uma femme fatale de vestidos curtos e refrões conclamando a revolução.
A Soma conversou com a cantora por telefone sobre todas essas mudanças, e também sobre a nova mixtape – ela está apresentando diversas músicas inéditas na turnê –, o crescimento do espaço das mulheres no hip hop brasileiro e outros encantos.
Como foi o começo da turnê? O público curtiu as novidades?
Ainda tá começando a turnê – vão ser sete shows. Aqui em São Paulo ainda vamos fazer mais alguns shows gratuitos. Começou com Belo Horizonte, com o Psilosamples abrindo, e depois Porto Alegre, com o Don L abrindo. Foi bem legal e espero que o de hoje seja mais louco ainda. Apesar de as pessoas não conheceram as músicas novas, e você não ter o pessoal cantando junto, é bom porque dá pra você sentir o que as pessoas vão achar das músicas novas. Alguns fãs também estão se acostumando com as novas músicas, eu não toco nada como tocava antes – então tem gente nova começando a me conhecer e tem gente me conhecendo de novo, por outro ângulo.

A sua música mudou completamente neste ano. Você acha que a turnê reflete isso?
Eu ainda não cheguei no resultado musical que eu quero de fato, mas tem várias músicas novas já, e o clima é renovado. Acho que já tem bem a ver com o que eu gostaria de apresentar para as pessoas. É interessante que todo mundo que vem me entrevistar fala isso de “mudar completamente”. Acho engraçado, enxergo de outro jeito. É uma evolução no som. Antigamente os artistas faziam um álbum completamente diferente do outro e parecia normal. Hoje em dia parece que você tem que fazer sempre a mesma coisa. É uma definição diferente, mas dentro do mesmo universo. Ainda tem muita música brasileira, mas é mais pesado. As letras novas tem a ver com o que eu já escrevi antes, mas também tem outras completamente novas.
Mas o que você trouxe de novo na sua música?
Acredito que minha música tinha uma sonoridade mais orgânica, com instrumentos elétricos, e agora está muito mais digital e sintetizado. Acho que entrou mais influência da música eletrônica atual. O desenvolvimento do hip-hop em todo o mundo levou a esses estilos de eletrônica. Nas minhas letras agora tem menos uma descrição poética das coisas e tem uma mensagem mais direta – tem mais conteúdo do que forma, eu diria. Não que antes não tivesse conteúdo, é que agora é mais claro. Eu gosto de falar de uma forma mais clara para isso favorecer o entendimento das pessoas. Foi algo consciente, mas que chegou de maneira natural – foi o que eu pensei ao escrever “Levante”.
“Levante” tem uma citação direta ao kuduro angolano. Você foi influenciada por esses estilos “globais”?
Esse som “global” é o que eu já quero fazer, mas estou encontrando o meu jeito de fazer isso. A vontade de mudar vem de ouvir a bass culture do terceiro mundo. Mas por mais maluca que a minha música seja, sempre vai ser rap, sempre tem que estar claro que veio do rap e não que vem do kuduro, da cumbia digital, do dancehall ou sei lá mais o quê – isso tudo são influencias no som.
O clipe de “Levante” também é diferente dos vídeos anteriores seus – tem algo mais relacionado à noite e menos ao ambiente urbano dos outros clipes.
Eu ainda não tinha ideia de como ficaria o clipe. Eu sabia que tiraríamos um pouco do cenário urbano. Eu sei que não é uma música de pista, mas é uma música de “noite”, para dançar. Quem traduziu isso foi o diretor, Ricardo Fernandes. Eu comecei a pensar nessas coisas tocando com ele, tocando música jamaicana nas festas – não só roots, dub, e sim umas bases de gangsta atual jamaicano. Acho que ele já tinha claro isso na cabeça.
Mas existe também uma visão mais sensual de você no clipe. De onde veio isso? Isso passou a fazer parte da sua imagem? Você vai procurar trazer um tema mais sensual na sua música?
Acho que vem mais de mim enquanto mulher – uma vontade de estar me sentindo de outro jeito. No clipe ainda tem uma parada lúdica, de personagem, como anteriormente, mas tem algo mais feminino. Entre outros temas e outras posturas, quero trazer isso sim. Tem a ver com a “noite”, tem a ver com a realidade, tem a ver com as pessoas ficarem mais felizes. E também ao mesmo tempo é algo transgressor, ainda existe muito tabu por aí.
Você acha que as mulheres começaram a encontrar seu próprio espaço e sua própria linguagem no rap nacional?
Existe um público sim. Tem a Flora Matos, que é um talento tão cabuloso que transcende qualquer meio. Tem a Karol Conká, que ainda vai lançar um disco, mas que já tem uma proposta nova. Tem eu, que sou de uma geração anterior e que estou sempre mudando, nunca no mesmo lugar. Ainda tem outras garotas que fazem hip hop, mas elas fazem algo voltado para a “cultura”, para a linguagem já estabelecida do rap. Sinto que há uma falta de vontade de experimentar, de ir além nas produções de rap como um todo. Eu espero que logo nós estejamos no mesmo patamar dos caras, não só de talento, que é algo que já rola, mas de reconhecimento, conquistemos um público novo e diferente.
E você vai lançar um disco em breve com essas músicas novas?
Minha ideia é já no começo do ano ter uma mixtape. Ali já quero misturar bases do Basa que ele já fez, bases gringas. Tem algumas que eu decidi que já vão entrar na mixtape: “Ping Pong”, que é com o Léo Justi, “Mente Aê”, “Beijinho”, “Poder”. Isso é por enquanto. No show tem uma que chama “Eu e Você”, outra chamamada “Lamento”, mas não sei ainda o destino delas. A mix vai ser inteira mixada pelo Jeff Bass, vai ser uma faixa só com todas as músicas.
Lurdez da Luz em SP, com abertura de Rashid
Quando . sexta-feira (7), a partir das 23h
Onde . Estúdio Emme . Av. Pedroso de Morais, 1036, São Paulo – SP
Quanto . de R$ 20 a R$ 40
Infos . facebook.com/lurdezdaluz
Fonte:SOMA
Tropkillaz – Tropikal Bass Killers
Meus camaradas do Tropkillaz mandaram avisar que a primeira mixtape oficial do projeto está finalmente na pista e traz 50 minutos de graves pesados que vão fazer tremer o quarteirão. A trilha esté recheada com músicas inéditas, colaborações, remixes e re-edits dessa dupla que tá bombando Brasil afora. Faça o download, tire os móveis da sala, coloque no volume máximo e comece a sua festa em casa. Check it out!
Tropkillaz – Tropikal Bass Killers
Tracklist:
Tropkillaz Theme- Tropkillaz
Tommie Sunshine – Alright feat. The Partysquad (Tropkillaz Bootleg)
Miss Fatty (Laudz Bootleg)-million stylez
Lightas- Tropkillaz & Four Color Zack
Lemme See- Tropkillaz & JSJTR
Bubblegun (Tropkillaz Remix)-Jackal feat. CRCKN
Oouch -Tropkillaz & Troy Boi
Whaap N’ Riddim- Tropkillaz & Hashtag Lambo
Up in the Club feat SPICE -Tropkillaz
Spice – So Mi Like It (GRIMEace ReBooty)
General – TROP-YC-EAUX (tropkillaz +yellow claw+cesqeaux)
Piew (Ape Drums Remix) Gianni Marino
Bap U -Party Favor
Break-a-Leg- Tropkillaz & Party Favor
Here We Go Now – Snavs & Tropkillaz
Juicy feat. Fatman Scoop – ETC!ETC! x Jesse Slayter
Follow The Beat – Tropkillaz & BUKU
Reis del Mambo -Tropkillaz & Soniye
Rayah – TROP-YC-EAUX (tropkillaz +yellow claw+cesqeaux)
Bones – Flechette
Faraó -(Omulu X Comrade Remix) Mc Bin Laden
Veneno (tropkillaz remix) – Beauty Brain
Bass & The Bounce- feat Charlie Bars (Trapzillas) -Tropkillaz
Ranks- Swaggle Rock & Tropkillaz
Symone – Buyakasha (Sugar Crush Trapped X Zegon Re-Edit )
Olodum- Tropkillaz
Karma – Tropkillaz & Gameface
Back to the Pump X Big Booty Bitches (DJJO Bootyleg) -Tropkillaz X Beny Benassi
7 dayz- Cesqeaux x Laizo
Shotgun (Tropkillaz Remix) -Yellow Claw
Money Ain’t a Thang- Tropkillaz
Boa Noite- Instrumental (Tropkillaz Remix)-Karol Conka
Boa Noite-Tropkillaz
Boa Noite -Soniye Remix -Tropkillaz
Clique aqui pra baixar essa pedra.
+info:
http://tropkillaz.com
https://soundcloud.com/tropkillaz
Fonte:SÓ PEDRADA MUSICAL
