Azealia Banks lança disco de estreia e fala sobre polêmicas: “Não me arrependo de nada”
No dia 6 de novembro de 2014, Azealia Banks clicou em “enviar” e disparou um tuíte quente para o meio milhão de seguidores que ela tem na rede social. Quase três anos após o hit “212”, o primeiro single da cantora de língua afiada, ter a transformado em estrela instantânea, Azealia finalmente lançava Broke With Expensive Taste, álbum de estreia dela. “Meu coração estava batendo forte”, relembra. “Eu estava sentada à mesa de jantar de calcinha e camiseta. Foi um sentimento de alegria e alívio.”
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Azealia começou a trabalhar no disco Broke With Expensive Taste em 2012, quando assinou com a gravadora Interscope. Mas a relação com o selo logo azedou e, em janeiro de 2013 – com o álbum pronto, mas sem data de lançamento –, ela implorou publicamente para a empresa rescindir o contrato dela. “Foi frustrante demais”, conta. “Eu rezei muito para sair da gravadora. Sempre pensava: ‘Para que eu estou trabalhando com essa gente se eles estão mentindo na minha cara?’”. A Interscope, então, liberou Banks do contrato em julho de 2014. A rapper lançou o registro de forma independente e acabou entrando no Top 30 de discos mais vendidos nos Estados Unidos.
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Nos anos que sucederam a famosa canção “212”, Banks ficou conhecida tanto pelas brigas com outros artistas (entre eles T.I. e Iggy Azalea) quanto pela música, que mistura rap, pop, dance music e outras coisas em combinações sempre criativas. “Quando se é mulher, é muito mais fácil atrair abelhas com mel do que com vinagre – e eu estava soltando muito vinagre”, confessa. “Eu criei uma situação em que ninguém queria me escutar. Era, tipo: ‘Ela não consegue calar a boca, só briga e reclama’.”
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Dito isso, Azealia, que hoje tem 23 anos, observa que cresceu muito sob a mira do público. “Há uma janela de juventude em que essas coisas são permitidas. Eu estava me aproveitando dela”, relembra. “E me safava das coisas, tipo: ‘não importa! Eu tenho 20 anos. Eu tenho três milhões de dólares. Eu tenho uma música de sucesso. Vou ganhar vodca no camarim. O promotor comprou maconha para mim. Estão me enviando roupas incríveis. Todo o mundo que se foda’. Eu estava me divertindo e não me arrependo de nada.”
Fonte:Rolling Stone Brasil
“É similar o suficiente ao nosso mundo para que a gente sinta que pode acontecer”, diz Elizabeth Banks sobre Jogos Vorazes
Depois do indiscutível sucesso que a adaptação do primeiro livro teve nos cinemas, Jogos Vorazes retorna com o filme do segundo livro, Em Chamas, que estreia nesta sexta, 15. A heroína Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence), que no primeiro filme venceu os terríveis Jogos (em que perder a competição significa morrer), agora precisa encarar o Massacre Quaternário, versão comemorativa e ainda mais cruel do evento, com novas regras, mas ainda servindo como um reality show transmitido para todos e que funciona como o entretenimento local, que entra em um clima de princípio de rebelião.
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“Esse mundo é similar o suficiente ao nosso para que a gente sinta que isso é realmente algo que pode acontecer se a gente não continuar lembrando a nós mesmos de que a esperança é mais forte do que o medo; de que amor família e virtude são sempre mais importantes do que superficialidade, controle e poder”, diz Elizabeth Banks, que interpreta a extravagante Effie Trinket, responsável por sortear e acompanhar os tributos do Distrito 12, de onde surgem os heróis Peeta (Josh Hutcherson) e Katniss. “Ela é uma adolescente rebelde e todos eles se identificam com isso [risos<>]. Todo adolescente não gosta dos adultos que cuidam da vida deles. E no caso da Katniss, as pessoas encarregadas de comandar as coisas são uns imbecis e eles influem em todos os aspectos da vida dela. Então, é muito fácil de se relacionar com a história. ‘Eu sou adolescente e minha vida é uma droga’.”
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Esses adultos, no caso, pertencem a um governo e uma capital extremamente cruel e opressora, que usa a morte de jovens do país como entretenimento/uma forma de manter a política do medo devidamente instaurada e funcionando. Enquanto isso, a Capital é povoada por uma elite rica, alienada e com um senso estético extravagante.
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“A Capital é uma metáfora para uma sociedade exploradora e auto-indulgente”, analisa o cantor Lenny Kravitz, que interpreta Cinna, figurinista de personalidade mais sóbria, um contraste bem-vindo à personagem de Banks. “Se você pensar o tipo de coisa que costumava chocar as pessoas no passado… por exemplo, Psicose. Quando a mulher é morta no chuveiro, não tem nada na cena, fica tudo implícito pelo ângulo da câmera e isso apavorava as pessoas!”, reflete. “O que será que vai chocar as pessoas em 100 anos, o que será que veremos no futuro?”
“Minha personagem, é basicamente uma representação da Capital, a decadência e indulgência das pessoas”, continua Banks. “O estilo de Effie representa a vida interior dela, que está constantemente tentando tirar o melhor que pode de situações terríveis – vai a eventos em que vai sortear nomes de adolescentes para que eles morram, mas fazer isso da forma mais ensolarada e feliz que puder”, diz, destacando que ela não é incapaz de mudar e lutar contra essa situação.
“Uma das coisas legais desse filme é que Effie evolui como pessoa”, diz a atriz. “Ela representa o ‘expectador’ em situações ruins. Ao longo da história, criamos situações terríveis: a Alemanha nazista, a Síria, escravidão… enfim, há muitas representações desse mundo. Sempre tivemos pessoas que não estavam no lado certo da questão e aceitavam o status quo. Essa é a Effie, ela tem medo de fazer a diferença. Ela não é a Katniss, não tem essa coragem. Mas os olhos dela podem ser abertos, as pessoas podem evoluir e mudar de ideia. Eu gosto que com a Effie posso servir de barômetro da audiência, vemos por meio dos olhos dela como alguém ser mudado.”
Sobre o sucesso do filme, Banks credita a autora e a protagonista como os grandes trunfos da franquia. “O mais importante foi envolver a autora [Suzanne Collins], ela é uma matriarca do processo. Ela revê tudo nos roteiros. Além disso, captamos bem a essência desse mundo, de Katniss, que é uma heroína incrível. E como acertamos com ela, escalando Jennifer Lawrence, o resto funciona a partir daí.”
Fonte:Rolling Stone Brasil