‘Pokémon: Detetive Pikachu’ foca em crianças e perde público da nostalgia com dublagem; G1 já viu | Cinema

O filme em si é muito jocoso e tem belos efeitos especiais, com criaturas fofas e no limite do realismo fantástico. A história é um pouco boba e sem grandes surpresas, com uma reviravolta avistada a quilômetros de intervalo, mas introduz muito o mundo dos monstrinhos poderosos e deve deleitar até quem escoltar os filhos ao cinema.

No entanto, para deleitar as crianças e talvez evitar um confronto direto com “Vingadores: Ultimato”, 90% das cópias no país serão dubladas. Faria sentido, se isso não impedisse o público de conferir o trabalho de Ryan Reynolds uma vez que a voz do personagem-título.

A escolha do canadense de “Deadpool” (2016) para o papel fez muita gente imaginar uma vez que seria o intercepção do mercenário falastrão da Marvel com o pokémon elétrico. Com um elenco não tão publicado, ele foi eleito a faceta do filme na maior segmento dos materiais de propaganda.

Infelizmente, o público brasílico terá dificuldades para encontrar versões originais para assisti-lo. A dublagem lugar é muito boa, e funciona muito para o público infantil, mas é óbvio que alguma coisa se perde.

Com isso, a Warner, distribuidora do filme, aliena grande segmento de seu público potencial, uma geração mais velha que cresceu jogando a série ou vendo o imagem entusiasmado, e poderia ser atraído pelo poder de nostalgia.

“Detetive Pikachu” se passa dentro do mundo habitado por monstrinhos poderosos dos games da Nintendo, mas é fundamentado na verdade em um jogo derivado, com boas referências ao enredo original.

No filme, um Pikachu com amnésia mas dons investigativos procura por seu idoso parceiro humano, Harry Goodman, sumido depois um misterioso acidente de coche. Com a ajuda de Tim (Justice Smith), fruto da vítima, ele se proeza pelo submundo de Ryme, uma cidade onde pessoas e pokémons convivem pacificamente.

A adaptação das criaturas para alguma coisa mais realista sempre foi um sonho dos fãs, ao mesmo tempo em que servia uma vez que a maior de suas preocupações. Pois a computação gráfica responsável pela transformação brilha, e apresenta algumas das versões mais fofas de favoritos do público, uma vez que Psyduck e Bulbassauro, mas Pikachu obviamente é o grande destaque.

A fofura se sustenta também nos diálogos e no humor, que vão desde o vício em cafeína do protagonista de bochechas vermelhas à sua falta de habilidade em batalhas.

…investigação de menos

O problema fica na segmento investigativa da história. Seria de se imaginar que um filme sobre um detetive, pokémon ou não, apresentasse pistas e quebra-cabeças, mas a simplicidade da trama fica longe de qualquer profundidade nesse sentido.

Apresentado o mistério inicial, a dupla de protagonistas até monta um grande mural de indícios e suspeitos no melhor estilo do gênero, exclusivamente para ignorar tudo ao olhar um jornal qualquer.

A partir deste momento, eles vão sendo empurrados adiante por outros personagens e poucas vezes tomam decisões que influenciam de verdade os resultados.

Poderia ser um defeito imperdoável para um série policial. Para a primeira e fofíssima versão de uma das séries de games mais bem-sucedidas da história, está bom. E o mundo foi apresentado. Dá até pra sonhar com uma verosímil união de Tim e Ash no porvir.