Gusttavo Lima X Luan Santana: Porquê os popstars do sertanejo escolheram caminhos opostos? | Música
Gusttavo Lima e Luan Santana, os dois cantores mais tocados no Brasil, estão indo por caminhos quase opostos.
Eles são popstars sertanejos, têm visual parecido, falam de paixão e dominam os rankings das mais ouvidas em rádios há mais de 10 anos. No primeiro semestre de 2019, por exemplo, a mais tocada foi de Gusttavo e o segundo lugar ficou com Luan.
Mas, para prometer esse reinado, as estratégias são diferentes:
Gusttavo: o Genival Lacerda do século 21
Em “Milu”, Gusttavo Lima mostra porquê sua persona do “Mensageiro do paixão” vem sendo construída hit a hit. A congruência é impressionante.
A novidade do cantor mineiro de 29 anos é um breganejo de timbres estridentes. Tem bongôs em destaque também, em reparo arrastado muito ouvido no sertanejo de hoje. Essa ritmo é explicada pela influência da bachata (sempre ela), ritmo derivado do bolero.
Gusttavo canta sorrindo, com naturalidade. Se não fosse essa performance tão segura, os versos de “Milu” pareceriam ridículos.
A letra faz lembrar alguns clássicos do brega de duplo sentido, segmento do cancioneiro de Sandro Becker, Clemilda, Manhoso, Genival Lacerda. O verso “Eu fico nu… fico nu… nu bar caindo” remete a sucessos de outras épocas porquê “Talco no salão”.
Poderia ainda estar no repertório da dupla ET & Rodolfo. Mas Gusttavo Lima transforma esse refrão em uma ótima bachata sofrida. E faz isso com uma roupa que faz lembrar um príncipe.
Gusttavo Lima e Luan Santana disputam o topo do sertanejo
Luan: o Coldplay da bachata de estádio
Luan Santana, o outro popstar do sertanejo brasílico, lançou “Quando a bad desancar”. Se “Milu” tem a assinatura de seis compositores, e nenhum deles é o Gusttavo, Luan é o único compositor dessa música.
A novidade do cantor sul-mato-grossense de 28 anos poderia até ser um bom pop rock sertanejo, mas a versão é muito sintético, com fãs gritando e ele interagindo demais com a plateia. O...
reparo fica um pouco truncado por conta disso.
Diferentemente de Gusttavo, Luan segue com canções de refrão possante, de sílabas alongadas, versos bons para trovar em estádios.
É uma coisa meio Coldplay da bachata. Ou Imagine Dragons do sertanejo. E, porquê os homens de frente das bandas de rock, ele saca a camisa lá pelo meio da melodia.
A bateria é muito marcada, há riffs de guitarra e o cantor até saca a camisa porquê é tão generalidade de ver vocalistas fazendo em festivais de rock, porquê o Lollapalooza.
O problema de Luan é que ele parece escolher pior o repertório… Por mais que ele queira olvidar, a gente ainda se lembra de “Juntos e Shallow Now”. Gusttavo quase gravou “Jenifer”, mas preferiu deixá-la de lado por não ter a ver com sua curso.
A tentação de ter um hit colante foi menor do que a congruência em ser o “mensageiro do paixão”, “o rei brasílico da bachata”. O “Zé da recaída” usa celular pra vincular para ex chorando posteriormente umas doses de uísque. Não usa para entrar no Tinder.
Hoje, se você tiver que ouvir somente um gigante do sertanejo brasílico, a melhor escolha tende a ser Gusttavo Lima.
Gusttavo Lima x Luan Santana — Foto: Divulgação
Nascente Notícia -> :Fonte Notícia



