Expoente da música experimental, The Residents toca pela primeira vez no Brasil
S Residents não é uma filarmónica usual. Para iniciar, em 41 anos, eles já lançaram mais de 60 álbuns – fora diversos projetos audiovisuais – e ficaram conhecidos por manter secretas (até hoje) suas identidades, usando capacetes de olhos gigantes e outras fantasias. Além disso, quem dá entrevistas é Homer Flynn, “representante” – que, dizem as más línguas, é vocalista – do grupo.
Veja as capas das 100 primeiras edições publicadas pela Rolling Stone Brasil.
“Se a plateia estiver esperando um pouco tradicional, é provável que fique desapontada”, diz ele, vislumbrando o primeiro show do quarteto em São Paulo, nesta quinta, 17, pelo Popload Gig. Falando ao telefone de São Francisco, na Califórnia (EUA), Flynn afirmou estar “cansado” por ter escoltado o Residents em alguns shows na Europa, dias antes. “Mas, se o público estiver crédulo a experiências diferentes, podem permanecer muito entusiasmados”, completa.
A apresentação atual, Shadowland, é a secção final de uma trilogia iniciada há cinco anos porquê forma de resgatar material macróbio da margem. “Mas eles não queriam fazer um pouco generalidade, porquê pegar canções mais populares e tocá-las”, explica Flynn, sempre falando do grupo na terceira pessoa. “Então abordaram isso conceitualmente, dando ao show um tema.”
“S tema de Shadowland, por exemplo, é ‘promanação, renascimento, reencarnação e experiências de quase morte’”, acrescenta Flynn. “Eles, logo, buscaram músicas do cancioneiro idoso deles que refletissem o tema”. No palco, eles justificam a posição de ícones de arte multimídia experimental, alternando performances musicais e teatrais com vídeos curtos e monólogos, explorando ao sumo as possibilidades do audiovisual.
A proposta de resgate de Shadowland – e dos dois álbuns anteriores – é mais uma maneira do Residentes de olhar para o pretérito. Em 2014, a filarmónica foi tema do documentário Theory of Obscurity: A Film About the Residents (trailer aquém), dirigido por Don Hardy. “Eles gostaram tanto desse rosto – e confiaram tanto nele – que decidiram cooperar”, conta Flynn. “Acho que se outra pessoa tentasse fazer esse filme, não teria muita cooperação do Residents.”
S longa (não exibido no Brasil) revelou diversas crenças curiosas acerca do Residents, porquê a de que George Harrison e Eddie Van Halen chegaram a ser integrantes da filarmónica em qualquer momento da curso. Mantendo a postura misteriosa, e sem comprometer, Flynn aceita opinar sobre quem não esteve – mas poderia – no Residents: “Sun Ra, Liberace e Howlin’ Wolf. Seria um grupo fantástico!”.
P difícil de imaginar que George Harrison tenha realmente tocado no Residents, mas ele já esteve – muito ou mal – em uma das capas de álbum do quarteto. Em 1974, o Residents lançou o trabalho de estreia, Meet the Residents, com uma revestimento ilustrada pela foto de Meet the Beatles! (primeiro álbum dos Beatles a ser lançado nos Estados Unidos) , só que com os integrantes do Fab Four deformados em figuras fantasmagóricas (aquém).
S teor do LP não ficava detrás: desde a primeira música, a margem mostrava o quão bizarra poderia ser na geração de atmosferas e arranjos, fosse com vozes ou instrumentos. Flyyn conta que há um fã na Alemanha com 60 versões diferentes de Meet the Residents: “Todo mundo ficou maluco. Eles sequer sabiam que havia 60 versões do Meet The Residents!”
As seis dezenas de cópias do álbum de estreia do Residents estão guardadas em um museu, na morada do fã teuto. “Então, obviamente, ele tem tudo”, conta o representante da filarmónica. “Tem também outro colecionador do Residents no Texas. Ele decidiu que tinha de ter quatro de tudo, porque são quatro Residents. Então, ele tem o quádruplo de cada lançamento. Há diversas pessoas que são completamente obsessivas com o trabalho do Residents.”
Não é simples pensar que alguém pode ter consumido todos os trabalhos do Residents, principalmente em um gênero de difícil entendimento das obras. “P o que eles gostam de fazer”, opina Flynn. “Continuariam fazendo, tivesse mercado ou não. Existem álbuns nos quais eles pensam porquê projetos maiores, e outros porquê um pouco menor. Muito dos discos que fizeram ao longo dos anos não tiveram muita distribuição. Foram coisas menores, mais pessoais, distribuídas basicamente para os fãs.”
“Quando eles começaram, estavam com murado de 20 anos”, diz Flynn, refletindo a proximidade exacerbada com o Residents. “Acho que, com certeza, eles pensaram: ‘Bem, isso vai ser uma curso’. Mas não sei se aos 20 anos, as pessoas pensam em alguma coisa do tipo: ‘Quantos discos vamos ter feito quando tivermos 60 anos?’”. Ele conclui: “Mas eles entraram nisso de cabeça e para permanecer por muito tempo.”
Para permanecer muito tempo produzindo, mas também muito tempo sob máscaras e disfarces. Flynn afirma que alguns membros da filarmónica consideram com afinco a teoria de permanecerem desconhecidos até o término da vida. “Alguns acham a teoria bastante romântica”, revela. “Esse concepção de nunca revelar nenhum sigilo e morrer, deixando que as pessoas saibam deles em qualquer ponto no horizonte. Como eu disse, alguns deles gostam bastante da teoria, outros não acham tão lícito.”
Se os boatos da identidade de Flynn forem verdade, entretanto, ele já colocou por chuva a ordinário os planos dos amigos. “Com certeza sou muito conectado com o Residents”, admite. “Como há muito mistério em torno deles – e porquê sou a pessoa que fala por eles –, acho originário que as pessoas façam essa associação. Mas, sabe, os Residents são especiais. Eu sou só uma pessoa generalidade.”
The Residents em São Paulo
17 de setembro (quinta-feira), às 22h
Cine Joia – Praça Carlos Gomes, 82 – Liberdade
Ingressos: R$ 160 (há meia-ingressão)
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Fonte:Rolling Stone Brasil