Exclusivo . Ouça ‘Arrebol’, novo single do Onagra Claudique
O duo paulistano Onagra Claudique, que estreou em 2012 com o EP A Hora e a Vez de Onagra Claudique, começa os trabalhos de 2013 com o single Arrebol, lançado com exclusividade aqui na Soma.
Gravado em abril de 2013 em São Paulo, com mixagem de Victor Rice e masterização no estúdio Sterling Sound, Arrebol ainda não garante uma data de lançamento para o álbum de estreia do grupo, explica Roger Valença, que forma o núcleo do Onagra ao lado de Diego Scalada.
Spinosa (Seychelles, Monique Maion), Tiago Bertolin e Ladislau Kardos (Mamma Cadela, Monique Maion) completam a formação, atuando como banda de apoio
Ouça e baixe Arrebol – que ainda conta com direção de arte de Marcos Argola – e leia abaixo uma entrevista com Roger Valença sobre o futuro do duo.
<a href=”http://onagra.bandcamp.com/album/arrebol”>Arrebol by Onagra Claudique</a>
Porque um single? Podemos esperar por um álbum do Onagra pela frente? Com que frequência vocês compõem novas faixas?
Produzimos nossas faixas independentemente, pelo menos por enquanto. Por isso, não devemos prazos a ninguém. Por outro lado, não temos muito dinheiro. Como a veiculação pela internet permite, gostamos de lançar conforme é possível, sem a necessidade absoluta de um álbum completo. De qualquer modo, compomos bastante coisa. Embora nossas músicas demorem consideravelmente para ficar prontas (coisa de um ano, ou um ano e meio por faixa) trabalhamos e produzimos constantemente. Temos muito material. Por todas essas razões, sim, podemos esperar um álbum da Onagra Claudique pela frente, sem dúvida, mas não vou prometer uma data de lançamento (risos).
Vocês começaram com um EP e já conquistaram seu pedaço de espaço na cena indie paulistana. O Onagra surgiu mais por necessidade de transformar a expressão em música ou da vontade de expandir os horizontes?
Creio que a necessidade de transformar a expressão em música. Porque, de certa forma, tudo aconteceu naturalmente. Comecei a compor com o Diego pelo prazer de compor. Nunca paramos, e, consequentemente surgiu a oportunidade de gravarmos o EP. Com o EP vieram os shows e assim por diante. Obviamente, com esse “exercício” constante de composição expandimos nossos horizontes, pois nem eu nem o Diego temos formação musical.
Capa do single Arrebol
Existe um apelo à poesia na obra do grupo. Como é lidar com as
dicotomias entre a palavra impressa e a palavra cantada? Tom e tempo são
como verso e rima?
Existe uma aproximação muito grande da
poesia e da música, em um passado muito remoto, a música e a poesia eram
uma coisa só, indissociável. Existe sim um apelo à poesia, uma vez que
em nossas canções há muitas referências explícitas de poetas pelos quais
cultivamos uma já antiga admiração. Na palavra cantada há uma liberdade
maior devido a sujeição do poema ou letra à harmonia. A palavra escrita
tem uma autonomia maior porque nela também está contido o ritmo e os
outros elementos poéticos que dão uma musicalidade à poesia. Aí está a
dificuldade em trabalhar com as letras poeticamente. A escritura
prosaica é fluida, mas os versos “respeitam” a melodia da música. Creio
que o ideal é achar o equilíbrio de uma letra poética bem trabalhada que
não fique hermética ou excessivamente erudita (no mau sentido do
termo). A música só tem a ganhar com isso.
Se fosse um personagem de ficção, como Onagra Claudique se pareceria?
Raskólhnikov & Razumíkhin [personagens de Crime e Castigo, de Dostoiévski]
Fonte:SOMA