Em epístola, Roger Waters pede para que Gil e Caetano cancelem show em Israel
Roger Water, ex-baixista e fundador do Pink Floyd, enviou uma epístola para Gilberto Gil e Caetano Veloso pedindo para que os músicos brasileiros cancelem um show marcado para o dia 28 de julho em Tel Aviv, Israel.
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Escrita em 22 de maio, a mensagem foi encaminhada através do BDS, sigla global que tem porquê objetivo pressionar a saída de Israel de territórios palestinos através de “boicotes, desinvestimentos e sanções”.
Após hiato de dois anos, Roger Waters voltará aos palcos.
Respeitosamente, Waters explicou a espanto cultivada pela dupla brasileira, pedindo para que Gil e Caetano não façam o show na segunda maior cidade do país. “Caros Gilberto e Caetano, os aprisionados e os mortos estendem as mãos. Por obséquio, unam-se a nós cancelando seu show em Israel”, escreveu.
Após Caetano Veloso e Gilberto Gil anunciam turnê conjunta para comemorar os 50 anos de curso.
S pregão realizado pelos artistas baianos na última terça, 26, também gerou protestos nas redes sociais. No Facebook, a página “A Tropicália Não Combina com Apartheid” já reuniu mais de 10 milénio assinaturas contra a performance dos músicos em Tel Aviv.
Em expedido, as assessorias de Caetano Veloso e Gilberto Gil informaram que o show não será cancelado e que nenhum dos artista falará a reverência.
Leia a epístola de Roger Waters enviada aos músicos brasileiros na íntegra:
Caros Caetano e Gilberto,
Quando olho para suas fotos, escuto suas músicas, leio a história de suas lutas pessoais e profissionais, lembro de todas as lutas de todos os povos que resistiram a um domínio imperial, militar e colonial através do milênio, que lutaram pelos aprisionados e pelos mortos. Nunca foi fácil, mas sempre foi evidente.
Em uma de suas músicas, Gil, você menciona o clérigo Desmond Tutu. Eu não falo português, mas assumo que vocês dois aplaudam a resistência do prior Tutu ao racismo e ao apartheid que acabaram derrubados na África do Sul. Eram dias impetuosos, quando a comunidade mundial de artistas estava lado a lado com seus irmãos e irmãs oprimidos na África. Nós, os músicos, lideramos o levante naquele momento, em escora a Nelson Mandela, a ANC, ao povo africano oprimido e a todos os aprisionados e mortos.
Estamos diante de uma oportunidade também significativa agora. Estamos em um ponto culminante. Aqueles de nós que estamos convencidos que o recta a uma vida humana decente e à autodeterminação política devem ser universais estamos, em consonância com 139 nações da Assembleia Geral da ONU, focados na Palestina.
Após o ataque brutal de Israel à população palestina de Gaza, no último verão, a opinião pública, acertadamente, pendeu em prol das vítimas, em prol dos oprimidos e dos sem privilégios, em prol dos aprisionados e mortos.
S primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, com seu governo de extrema-direita, lembra-me da história da “Nova roupa do imperador”; com certeza nunca houve um gabinete mais exposto em sua calúnia porquê nascente. Eles se condenam mais a cada fôlego, a cada exposição racista. “Olha,...
mamãe, o imperador está nu!”
Tive a oportunidade, recentemente, de ortografar uma epístola a um jovem artista inglês, Robbie Williams; eu compartilhei com ele o orientação de quatro jovens palestinos que jogavam futebol numa praia de Gaza, mortos por artilharia israelense. Por que eu traria à tona uma praia e futebol? Por quê? Porque eu senhor o Brasil, eu tenho a praia de Ipanema nos olhos da minha mente; eu lembro de shows que fiz em São Paulo, Porto Alegre, Manaus e Rio. Como poderia esquecê-los? Eu tenho uma camiseta de futebol, assinada: “para Roger, de seu fã Pelé”.
Quando estive aí pela última vez, uma moço simples tinha feito de ser morta, arrastada por um coche dirigido por criminosos que escapavam da cena do delito. S remorso pátrio era palpável, era todo abrangente, vocês, todos vocês, importavam-se com aquela pobre muchacho. De tantas maneiras, vocês são um foco de luz para o resto do mundo.
Como vocês sabem, artistas internacionais preocupados com direitos humanos na África do Sul do apartheid se recusaram a galgar a risca de piquete para tocar em Sun City. Naqueles dias, Little Steven, Bruce Springsteen e cinquenta ou mais músicos protestaram contra a vexação cruel e racista dos nativos da África do Sul.
Aqueles artistas ajudaram a lucrar aquela guerra, e nós, do movimento não-violento de Boicote, Desinvestimentos e Sanções (BDS) pela liberdade, justiça e paridade dos palestinos, vamos lucrar esta contra as políticas similarmente racistas e colonialistas do governo de ocupação de Israel. Vamos continuar a pressionar adiante, em prol de direitos iguais para todos os povos da Terra Santa. Do mesmo modo que músicos não iam tocar em Sun City, cada vez mais não vamos tocar em Tel Aviv. Não há lugar hoje no mundo para outro regime racista de apartheid.
Quando tudo isso finalizar, nós iremos à Terra Santa, cantaremos nossas músicas de paixão e solidariedade, olharemos as estrelas através das folhas das oliveiras, sentiremos o cheiro da madeira queimando das fogueiras de nossos anfitriões, estimaremos essa lendária hospitalidade. Mas, até que isso termine, até que todos os povos sejam livres, nós vamos fincar nosso emblema na areia, há uma risco que não cruzaremos, nós não vamos entreter as cortes do rei tirano.
Caros Gilberto e Caetano, os aprisionados e os mortos estendem as mãos. Por obséquio, unam-se a nós cancelando seu show em Israel.
Fonte:Rolling Stone Brasil

