Car Seat Headrest experimenta territórios eletrônicos em novo disco – Cultura


Quatro anos depois que Teens of Denial, disco da margem americana Car Seat Headrest, cravou o grupo de nome estranho no cenário do indie rock global, está disponível agora um novo trabalho inédito: Making a Door Less Open, lançado agora em maio, transporta a margem para novos caminhos, investidos de camadas eletrônicas e surpreendentes, do tipo que causam estranhamento, reclamações e incompreensão, mas numa clara tentativa de expandir seus próprios horizontes. Movimento típico dos grandes artistas.

Em 2016, o Car Seat lançou seu primeiro disco inédito com uma gravadora, a Matador (uma das principais casas dos indies americanos), e ocupou o topo de diversas listas de melhores do ano com um som lo-fi (porquê se fosse de baixa qualidade, obtido com métodos de gravação e produção típicos do gênero) e letras densas que captavam porquê ninguém o Zeitgeist da idade. O disco se tornou uma espécie de estandarte indie dos cada vez mais raros millenials roqueiros.

O nome estranho da margem é uma referência ao assento do coche em que Will Toledo, vocalista e compositor, se sentava para buscar inspiração para suas criações. Mas ainda antes disso, desde 2010, o jovem músico (hoje com 27 anos) já divulgava em plataformas online uma produção profícua distribuída em uma dúzia de discos que foram construindo seu estilo e lhe rendendo reputação, principalmente nos fóruns especializados na web.

Dois anos depois, em 2018, a margem lançou Twin Fantasy (Face to Face), remake de um álbum de 2011, que novamente ganhou encómio crítico e de público.

Making a Door Less Open, entretanto, é o primeiro trabalho inédito depois do sucesso de Teens of Denial, e o novo álbum é uma clara opção do grupo por explorar caminhos diferentes, agora, de maneira surpreendente, ligados ao EDM (Eletronic Dance Music).

A associação é estranha porque o EDM e o Car Seat Headrest ocupam dois mundos diferentes na galáxia da música, mas o duelo a que a margem se propõe é justamente se apropriar das texturas desse subgênero da música eletrônica derivado do house, frequentemente criticado por servir a um único propósito: o de ser extremamente popular a qualquer dispêndio, um resultado de fácil digestão, digamos assim.

A aproximação da margem com o EDM começou com Andrew Katz, o também muito jovem baterista do grupo, que viu sua presença crescer a ponto de formar com Toledo um projeto paralelo de música eletrônica, o 1Trait – espécie de comediante amante, além de talentoso percussionista, Katz traz o elemento do humor para todas suas empreitadas, basta checar o Instagram do grupo. 

Mas em Making a Door Less Open (em que Katz divide a produção com Toledo) o grupo retoma os temas sérios pelo qual ficou sabido entre 2015 e 2016, acrescentando novos pensamentos que chegam com a idade (mesmo que pouca): porquê mourejar com seu próprio corpo no mundo, impaciência, notório tino de deslocamento permanente, notório otimismo. As letras metrificadas que buscavam se encaixar na tradição de Bob Dylan cá, porém, dão lugar às explorações musicais e formais que procuram se expressar manipulando, justamente, aquela forma mercantil do EDM.

“Para mim”, explica Will Toledo por relação de Whatsapp, confinado em Seattle, “se aventurar é secção de cada disco”. “Ainda é uma teoria estranha se guiar a uma audiência, de qualquer tamanho, sempre tentei fazer música que me agradasse porquê ouvinte. Todo artista que eu saudação faz coisas diferentes e oferece o novo a cada trabalho, e nesse momento é o que aparece para mim porquê uma urgência”.

Para o compositor e letrista – cuja teoria de colocar uma máscara na face para o material de divulgação parece agora um pouco tristemente datado – esse é um disco sobre maduração. “Em termos de porquê isso afeta a música em si, penso que tento exclusivamente aprender mais dia...

a dia. Focar no que estou fazendo. Espero que isso não tenha zero a ver com permanecer melhor.”

Mesmo operando com outras ferramentas (as guitarras pesam muito menos do que em Teens of Denial), o disco carrega um tom ao mesmo tempo cético e otimista que já aparecia nos trabalhos anteriores. “Não estava otimista sobre as circunstâncias gerais, os anos Trump não foram bons, mas eu estava otimista sobre a música em si, ela nunca me pareceu ruim, sempre gostei das ideias que apareceram”, esclarece Toledo. “O álbum reflete o jeito que o mundo era antes desse ano. É uma invólucro do tempo, porquê a música pode ser.”

A sátira de língua inglesa recebeu o disco com incrível má vontade. No Guardian, a mudança de rumo foi comparada àquela tomada por Paramore e Tame Impala (porquê se a mistura de rock e eletrônica tivesse sido inventada em 2011). A Pitchfork diz que Toledo traiu seu próprio mantra de “se comprometer completamente” a um projeto. A Paste Magazine aponta que esse é o primeiro erro da curso de um dos “compositores mais talentosos” do indie rock. O célebre crítico e youtuber e comentador notável dos trabalhos anteriores da margem, Anthony Fantano, deu uma nota 5 para o disco e execrou uma das faixas, Hollywood.

Na melodia, Katz assume também os vocais para expressar numa espécie de grito modulado em computador: “Hollywood me faz querer vomitar”. Tudo isso envolvido por uma sonoridade punk sem temor de toar datada, segundo Toledo. “Somente depende de porquê as pessoas fazem (esse tipo de som). Hoje em dia, também em outras bandas, é mais sobre a virilidade do que sobre o jeito de se vestir, por exemplo. As ferramentas no estúdio estão mais desenvolvidas e acessíveis agora, e se o músico não se importar com isso pode toar datado, sim. Mas eu vejo esse disco com uma ‘virilidade punk’, que tenta encontrar vozes e conexões imediatas, e elas são apresentadas em diferentes formatos.”

Evitando lugares-comuns de colegas de geração menos talentosos, Toledo procura dar influência à história do rock ‘n’ roll, gênero que sempre lhe serviu de ponto de partida. “Eu me importo sim, do jeito que me importo com qualquer história. Quanto mais se sabe sobre o pretérito, melhor se entende o lugar que você ocupa.”

No mínimo, Making a Door Less Open abre um interessante caminho de exploração para um jovem artista que já não precisa provar seu valor. Em seus melhores momentos, o álbum tem uma visão atenta para o pretérito, amplamente calcada no presente, e buscando, enfim, enxergar o que pode ser o horizonte.

Ouça canções de Making a Door Less Open:





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