Péri arrisca mergulho no cancioneiro praieiro de Dorival Caymmi no álbum ‘O muito do mar’ | Blog do Mauro Ferreira
Cantor, compositor e violonista soteropolitano revelado no universo músico baiano em meados da dezena de 1980, quando ainda era vocalista da Orquestra Pike, Péri tem oito álbuns autorais e pretendia lançar o nono neste ano de 2019.
Com músicas gravadas nas vozes de cantoras uma vez que Jussara Silveira e Gal Costa, Periandro Cordeiro Nogueira chegou até a iniciar a gravar oriente nono disco autoral quando, no estúdio, já trabalhando nos arranjos do repertório inédito, começou a tocar algumas músicas de Dorival Caymmi (30 de abril de 1908 – 16 de agosto de 2014). Mais precisamente, Péri cantou e tocou algumas canções praieiras, pilar mais possante da obra único do compositor baiano.
A reaproximação intuitiva com o cancioneiro de Caymmi mudou os cursos das águas. Em vez do disco autoral, Péri arriscou mergulho no universo pessoal de Caymmi e acabou gravando álbum, O muito do mar, inteiramente devotado às canções praieiras de Caymmi, compositor conterrâneo de quem ouviu falar pela primeira vez pela boca do avô homônimo, Periandro, que lhe contou histórias sobre o mar, os pescadores, os ventos e as jangadas – elementos recorrentes no universo praieiro das canções de Caymmi.
Toga do álbum ‘O muito do mar’, de Péri — Foto: Xicu Sales
Com a vivência de quem morou em Itapuã, bairro da orla de Salvador (BA), o artista selecionou 15 das canções praieiras de Caymmi e as registrou no formato minimalista de voz e guitarra semi-acústica.
“Comecei a trovar com uma guitarra semi-acústica que eu tinha no estúdio e tudo tomou força, rapidamente. Quando me dei conta do quanto Caymmi já estava dentro de mim, pronto pra transpor, eu disse sim para dar vazão a todo o entendimento da obra dele na voz e guitarra, uma releitura do meu palato pessoal de ouvi-lo trovar voz e violão”, justifica Péri,...
relatando a gênese do álbum lançado na quarta-feira, 9 de outubro.
Péri canta 15 músicas de Dorival Caymmi somente com o toque de guitarra semi-acústica — Foto: João Quesado / Divulgação
Em O muito do mar, além da cantiga praieira de 1954 que batiza o disco, Péri aborda A jangada voltou só (1941), É guloseima morrer no mar (Dorival Caymmi e Jorge Estremecido, 1941), Morena do mar (1972), O vento (1949), Noite de temporal (1940), A mito do Abaeté (1948), Promessa de pescador (1939), História de pescador (1957), Milagre (1977), Pescaria (Canoeiro) (1944), Quem vem pra cercadura do mar (1954), O mar (1940), Sargaço mar (1985) e Sodade matadeira (1948).
A revestimento do álbum O muito do mar expõe foto de Xicu Sales que retrata muito o universo praieiro do cancioneiro de Dorival Caymmi.
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