Marcos Valle tem reeditados em LP dois álbuns da período em que se afastou da bossa e da MPB dos festivais | Blog do Mauro Ferreira


Programados para março, os relançamentos em LP na série Clássicos em vinil de mais dois álbuns de Marcos Valle – Mustang cor de sangue ou corcel cor de mel (1969) e Vento sul (1972) – ajudam a entender a maior viradela da obra deste artista carioca da reputação planetária.

Ícone mundial da segunda geração da Bossa Novidade que se projetou na primeira metade da dezena de 1960, Marcos Valle seguiu curso previsível até 1968, fazendo música essencialmente brasileira pautada inicialmente pela bossa e, na sequência, por engajamento providencial na era dos festivais da música.

Naquela fundura, o cantor, compositor e músico já tinha emplacado uma série de sucessos em parceria com o irmão letrista, Paulo Sérgio Valle. Entre eles, o ensolarado Samba de verão (1964), a tristonha música Preciso aprender a ser só (1964) e a politizada toada Viola enluarada (1968).

Marcos Valle tinha tudo para seguir nesse confortável caminho da MPB, mesmo já semoto da leveza descompromissada do mundo sal, firmamento, sol e sul. Todavia, sentindo o vento soprar no universo pop em outras direções musicais, o artista saiu do trilho e rompeu com as tradições musicais brasileiras a partir de 1969.

Capa da reedição em LP do álbum 'Mustang cor de sangue ou corcel cor de mel', de 1969 — Foto: Divulgação / Polysom Capa da reedição em LP do álbum 'Mustang cor de sangue ou corcel cor de mel', de 1969 — Foto: Divulgação / Polysom

Cobertura da reedição em LP do álbum ‘Mustang cor de sangue ou corcel cor de mel’, de 1969 — Foto: Divulgação / Polysom

O ponto de mutação foi justamente o álbum Mustang cor de sangue ou corcel cor de mel, lançado pela gravadora Odeon naquele ano de 1969. A partir deste álbum, Marcos incorporou progressivamente à discografia elementos de rock, ritmos nordestinos, soul, funk, pop e jazz, além do logo pioneiro som dos teclados eletrônicos.

Nem todo mundo absorveu muito a fina mistura. Mas o tempo daria razão ao artista. Foi por conta dessas mudanças que a obra do cantor passou a ser cultuada por DJs e produtores musicais a partir dos anos 1990, fazendo com que o nome de Marcos Valle extrapolasse o círculo da Bossa Novidade.


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Vento Sul (Odeon), álbum em que o artista arriscou experimentações radicais em viagem feita com doses de psicodelia e sons progressivos, permanece atualmente porquê um dos títulos mais cultuados da obra do artista. O grupo O Terço participou da gravação deste álbum influenciado pelo jeito hippie de ser.

Mustang cor de sangue ou corcel cor de mel (1969) e Vento sul (1972) se juntam na série Clássicos em vinil ao também cultuado Previsão do tempo (1973), gravado com o groove do trio Azymuth e reeditado em LP nessa coleção em outubro de 2018.

Capa da reedição em LP do álbum 'Vento sul', de 1972 — Foto: Divulgação / Polysom Capa da reedição em LP do álbum 'Vento sul', de 1972 — Foto: Divulgação / Polysom

Cobertura da reedição em LP do álbum ‘Vento sul’, de 1972 — Foto: Divulgação / Polysom

 — Foto: Editoria de Arte / G1  — Foto: Editoria de Arte / G1

— Foto: Editoria de Arte / G1



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