Filhos da revolução: veja como a internet ajudou a alavancar a carreira de músicos como Psy, Arctic Monkeys e Lily Allen

Ao violão, o garotinho de 12 anos interpretava canções de Justin Timberlake, Chris Brown, Stevie Wonder e Michael Jackson. Os despretensiosos vídeos publicados no YouTube, aos poucos, espalharam-se de forma viral. Aos 14 anos, o menino de franja no rosto foi apadrinhado pelo cantor norte-americano Usher, assinou contrato com uma gravadora e estourou. Hoje, é o fenômeno Justin Bieber, responsável por levar milhares de fãs a estádios e arenas ao redor do mundo. A tamanha popularidade do astro teen é um reflexo dos novos tempos e de como a internet escancarou as portas para anônimos se tornarem grandes estrelas da música.

Para entender como Bieber se tornou um gigante da indústria fonográfica, é preciso ajustar a máquina do tempo e voltar a 2003. Naquela época, o mercado musical combalia diante da força da pirataria, que destruíra a vendas de discos. Sistemas de download ilegal, como o Napster, criou um colapso. Naquele mesmo ano, surgiu uma rede social que iria ajustar as contas.

O MySpace apareceu como uma alternativa para que bandas menores pudessem lançar suas músicas e chegarem a qualquer um com acesso à internet. Nesta leva, surgiram Arctic Monkeys (banda inglesa) e a cantora Lily Allen, ambos sagazes ao perceber a força da internet no contato direto com o fã.

Fenômeno parecido surgiu no Brasil, com a cantora Mallu Magalhães, que tinha 15 anos ao surgir no MySpace com a música “Tchubaruba”. Aos 21 anos, Mallu é considera como uma das mais promissoras cantoras da nova geração.

O MySpace caiu em desuso em 2008, na medida em que o YouTube, outra plataforma de streaming (ou seja, transmissão diretamente pela internet), crescia. O site de vídeos se tornou um novo canal de encontro entre músicos e um público curioso. Bieber é apenas um dos muitos exemplos que gozaram de ampla fama após publicarem seus vídeos.

Em 2012, por exemplo, não houve quem desconhecesse o nome de Psy, o músico que, mesmo com a barreira da língua (ele canta em coreano),...

conseguiu quebrar todos os recordes com o divertido vídeo de “Gangnam Style”.

Ele aliou o humor do vídeo com uma música extremamente pop. E deu certo. Por aqui, o sinônimo desta nova carreira mutiplataforma, com música e imagem, é a cantora e atriz Clarice Falcão. Além de participar dos vídeos do canal humorístico Porta dos Fundos, ela lançou músicas próprias dotadas de sacadas bem-humoradas e se tornou uma grande revelação de 2013.

O sucesso de Clarice hoje é ainda o resultado da popularização da internet no país e, principalmente, a acessibilidade que veio através dos celulares. Com eles, os vídeo do YouTube podem ser assistidos em qualquer lugar. O ciclo é completado porque os aparelhos, atualmente, também oferecem aplicativos e serviços de compra e download das músicas preferidas ou até a possibilidade de ouvi-las sem a necessidade de baixá-las.

Não é por acaso que Clarice, assim como os outros músicos, tenha uma base consistente de fãs fieis, com versos na ponta da língua. A internet e a mobilidade dos smartphones aproximaram duas partes, músico e público, que ainda pareciam distantes. Sem interlocutores, o casamento foi perfeito. E o talento desses outrora anônimos, reconhecido.

Fonte:Rolling Stone Brasil



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