Cássia Kis volta aos palcos posteriormente 10 anos em peça sobre arte: ‘Cultura se tornou um pouco proibido no Brasil’ | Pop & Arte
Cássia Kis precisou de quase 40 anos para montar e estrelar o espetáculo “Meu quintal é maior do que o mundo”, inspirado no poeta Manoel de Barros.
Revisitando a obra do responsável e companheiro, a atriz leva ao palco não só as palavras de Manoel, mas uma reflexão sobre arte e trova. “E não se fala nessa termo cultura, se tornou um matéria proibido.”
“Parece que o nosso museu no Rio de Janeiro ter queimado é quase um obséquio. ‘Ah, para que gastar quantia com aquela velharia que está lá acumulada’. A sensação que dá é essa”, desabafa a atriz ao G1.
G1 entrevista Cássia Kis
A intenção de Cássia com sua peça, montada a partir do livro “Memórias Inventadas”, é trazer um “sopro de esperança” diante desse cenário.
“Estamos falando de um público carente desse lugar, doido para escutar uma coisa maravilhosa que tire sua cabeça e seu coração desse lugar generalidade, que tá pedindo ‘me satisfaça com alguma coisa’, por obséquio. Temos recta à felicidade sem muito esforço.”
“Meu quintal é maior do que o mundo” teve uma temporada pelo teatro Sesi-SP em janeiro e fevereiro. Em seguida o espetáculo, Cássia costuma voltar ao palco para um bate-papo de 20 minutos com a plateia para ajudar na estudo do que foi apresentado.
“Tem gente que já assistiu cinco vezes, jovens que choraram durante todo o espetáculo com a formosura e a sensibilidade, que assistiu a uma peça pela primeira vez, logo eu me emociono sempre também com esses relatos.”
Para a atriz, a função da arte é provocar sensações e transformar o testemunha. “Fazer projetos que levem a esse lugar bom e aconchegante é o caminho diante de um Brasil desmanchado, né? Um Brasil que precisa convencionar de novo, de expressar nós podemos, vamos mudar isso.”
Cássia Kis fala sobre volta ao teatro e projetos da curso
Esta não é mais uma adaptação impessoal de um artista sobre outro. Cássia e Manoel de Barros se corresponderam durante dez anos por cartas. Depois, a atriz visitou a rancho do poeta e se tornou amiga da família.
“Mal eu o conheci, nos anos 1980, fiquei apaixonada. Já na era eu quis fazer um trabalho sobre ele, mas não foi verosímil tamanho o compromisso que eu estava com gravações, a TV, meus filhos e a construção da minha história.”
Cássia se emociona ao falar do homenageado. “Foi lindo, está sendo né? Eu com 61 anos, o Manoel não tá mais cá, mas acho que ele estaria muito satisfeito com esse trabalho que a gente fez cá, onde ele é o nosso rabino integral.”
Envelhecer na frente das câmeras
A peça aborda três grandes momentos da vida de Manoel: o menino, o varão, o velho. Para Cássia, passar por...
essas fases de sua vida tem sido um grande repto.
“Tenho 61 anos, mas acho difícil confiar que eu seja uma velha, que eu já esteja na terceira idade, que eu entro no metrô e alguém levanta para me oferecer um lugar, é muito engraçado.”
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A intenção de Cássia com sua peça, montada a partir de uma curadoria do livro ‘Memórias Inventadas’, é trazer um sopro de esperança ao Brasil. — Foto: Fábio Tito/G1
Cássia se sente porquê uma moço. “Em qualquer lugar, olham a cor do meu cabelo e a minha face com 550 milhões de rugas, eu entendo isso. Mas não é a minha psique, eu sou uma moço. E essa peça me dá esse lugar de moço mais do que nunca. Essa moço mesmo que todos nós temos dentro de nós.”
O último papel fixo de Cássia na televisão foi na minissérie “Os dias eram assim”, em 2017. Desde logo, ela fez participações em “Segundo Sol” e “Ilhéu de ferro”.
A atriz procura agora outra tempo na curso e trabalha em projetos para oferecer à Rede Orbe. “Estou em um momento em que eu vou oferecer os projetos. Agora, sou uma atriz madura, não uma atriz que precisa que imponham. Tenho maturidade e inteligencia suficientes para ser dona dos meus projetos.”
‘Meu quintal é maior do que o mundo’
- Onde: Teatro Cidade das Artes, Av. das Américas, 5300 – Barra da Tijuca.
- Quando: De quinta-feira (21) a domingo (24)
- Horários: Quinta, sexta e sábado às 21h e domingo às 20h
- Onde: Sala Itaú Cultural, Avenida Paulista, 149 – Cerqueira César.
- Quando: 30 e 31 de março.
- Horários: Sábado às 20h, e domingo às 19h
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