Antonio Bivar, ícone da contracultura, deixa marcas em cantoras e no punk brasiliano | Blog do Mauro Ferreira


OBITUÁRIO – Artista multimídia, Antonio Bivar Battistetti Lima (25 de abril de 1939 – 5 de julho de 2020) atuou em muitas frentes da cultura pátrio. Ou, melhor dizendo, da contracultura – universo ao qual sempre esteve associado esse diretor, produtor músico, dramaturgo, roteirista compositor, biógrafo, jornalista, plumitivo, tradutor e ator.

Revelação do teatro pátrio em 1969, Antonio Bivar sai de cena, aos 81 anos, deixando marcas expressivas nas trajetórias de cantoras uma vez que Maria Bethânia, Rita Lee e Simone – do qual primeiro show solo, apresentado em 1975 nas cidades de Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), foi dirigido por Bivar.

A Bethânia, a trajetória de Bivar se conectou em 1973, ano em que o artista concebeu e dirigiu – ao lado de Isabel Câmara – um dos mais cultuados shows da cantora, Drama – Luz da noite, de moldura teatral.

Parcialmente vinculado no disco ao vivo Drama 3º ato (1973), o show mostrou Bethânia dando voz a alguns textos de Bivar (entre outros autores), sendo que um deles em privativo, A trapezista do circo, atravessou gerações, sendo sampleado por Ana Carolina na gravação da música Dadivosa (2001), parceria da artista com Adriana Calcanhotto e Neusa Pinho.

No embalo da repercussão de Drama – Luz da noite, primeiro show de Bethânia em seguida o antológico Rosa dos ventos (1971), Bivar colaborou na direção do primeiro show profissional de Simone. E, com mais repercussão, ajudou Rita Lee a orquestrar o espetáculo Fruto proibido (1975).

De Rita, Bivar virou colega e parceiro na formação de Drag queen (1993), estação em que integrou a equipe de geração do programa, TVleezão, apresentado pela...

artista na MTV nos anos 1990 – dez em que, numa licença ao mainstream, Bivar também dirigiu show da dupla sertaneja Leandro & Leonardo.

Antes, em 1982, em universo muito mais indie, Bivar tinha sido um dos organizadores do festival punk O prelúdios do término do mundo, apresentado em novembro daquele ano de 1982 em São Paulo (SP), principal cidade-sede do punk no Brasil. A proximidade com o universo punk legitimou Bivar a grafar o referencial livro O que é punk?, editado em 1982 dentro da coleção Primeiros passos.

O pequeno grande livrinho apresentou para gerações a ideologia do movimento punk dos anos 1970 em estação em que, sem internet, as informações demoravam a circundar entre os países. Foi relevante taxa – mais uma! – de Antonio Bivar para a (contra)cultura pátrio.



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